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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Nome Próprio: a paixão segundo Camila Lopes


Grande vencedor do Festival de Gramado em 2008, Nome Próprio, de Murilo Salles, não é um filme comum. Baseado nos livros Máquina de Pinball (2002) e Vida de Gato (2004), da escritora Clarah Averbuck e roteirizado por Elena Soárez, tem como protagonista Leandra Leal, que também faturou o Kikito de melhor atriz em Gramado.

O filme retrata os anseios de Camila (Leandra Leal), que vai de Brasília a São Paulo, na tentativa de concretizar o sonho de ser escritora. Blogueira compulsiva – numa época em que os diários virtuais não eram tão populares como atualmente – faz questão de postar no blog tudo o que acontece em sua vida, desde coisas banais até as mais íntimas que, teoricamente, não interessariam a ninguém.

Já na primeira cena o espectador saberá se vai ou não gostar do filme. Camila está nua, chorando, enquanto seu namorado Felipe (Juliano Cazarré) tenta expulsá-la da casa onde moram. Traído, a xinga de todos os palavrões possíveis e ainda desfere um tapa no rosto da garota que, ofendida, revida. Ela sai de casa com seus discos preferidos, poucas roupas e seu computador, que faz questão de instalar assim que chega ao apartamento de um amigo, para ‘blogar’ sobre o fim do relacionamento.

O que Camila não imaginava era que faria tanto sucesso, a ponto de atrair leitores de todo o Brasil. Estes leitores passam a encaminhar e-mails apoiando e/ou criticando a blogueira, por seu comportamento pretensamente “libertário”, quando afirma publicamente, por exemplo, que faria sexo com o primeiro homem que aparecesse em sua frente ou então que queria beber sozinha num bar. E é desse modo que as tramas se sucedem, emaranhadas a situações inesperadas, como a perda do apartamento, a mudança para outra cidade e os vários homens com que se relaciona.

Nome Próprio foi filmado com câmeras digitais e um orçamento de apenas R$ 1,2 milhão. As tomadas, captadas em São Paulo e Rio de Janeiro foram, em sua maioria, realizadas em apartamentos, ruas e bares reais, no intuito de economizar com locações. Outra estratégia bastante eficiente foi a de divulgação, quase que inteiramente pela internet. Além do blog criado exclusivamente para o filme (http://nomepropriofilme.blogspot.com), foram organizadas várias pré-estréias exclusivas para blogueiros e leitores do blog, além de uma exibição fechada só para usuários da rede social virtual Myspace e e-mails do próprio diretor, criticando o modelo de distribuição cinematográfica e incentivando o público a assistir ao seu filme.

A tentativa de atingir o público que usa a internet funcionou. Em dezenas de blogs foram postadas informações sobre o filme, mas muitas críticas foram negativas. Alguns protestaram dizendo que o filme nada teria a ver com o universo de um verdadeiro blogueiro, alegando que as situações retratadas ali não passariam de versões deformadas de uma garota mimada. Ou ainda, porque um dos personagens, o Guilherme, interpretado por David Katz (indicado ao prêmio de melhor ator em Gramado) seria um clichê extremista de um nerd, o que poderia criar uma imagem distorcida dos blogueiros.

O ponto forte do filme é a atuação de Leandra Leal. Desprendida de qualquer estereótipo que sua participação em novelas pode causar, a atriz convence com seu jeito simultaneamente de menina revoltada e de mulher independente e bem resolvida. Tecnicamente impecável, parece que a personagem foi escrita exclusivamente para ela. O texto pode não ter sido exclusivo, mas a própria autora dos livros em que o filme é baseado, Clarah Averbuck, afirma que a escolha do diretor não poderia ter sido melhor.

Apesar do roteiro ser baseado em seus livros, Clarah (que é fã de Charles Buckowski, John Fante e do brasileiro Paulo Leminski), faz questão de esclarecer que o filme não retrata sua vida, assim como seus livros também não. O próprio diretor também explicou algumas vezes que os textos da escritora serviram apenas como base para o filme, mas há também trechos de outros blogs e da filósofa Viviane Mosé, notadamente, aqueles que ocupam a tela enquanto Camila digita em seu blog.

Transitando entre literatura ficcional, poesia e vida real o filme segue em ritmo acelerado, apesar das várias cenas em que o silêncio se faz necessário. O roteiro colabora para dar à obra um tom cinematográfico cuja narrativa é a da desconstrução, em que pouco importa a ordem dos acontecimentos, tornando algumas cenas atemporais. Fugindo da antiga tendência do cinema brasileiro em mostrar seus morros ocupados por traficantes, ou de intermináveis extensões de novelas televisivas, Nome Próprio é uma viagem ao interior da personagem Camila, que só quer viver intensamente suas paixões, sobretudo pela literatura e por si mesma.

Nome Próprio. BRASIL - 2007/2008. Direção: Murilo Salles. Elenco: Leandra Leal, Frank Borges, Luciano Bortoluzzi, Luciana Brites, Juliano Cazarré, David Katz, Milhem Cortaz, Alex Disdier, Reginaldo Faidi, Fábio Frood, Ricardo Galli, Ricardo Garcia, Rosane Holland. Duração: 120 min.
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

odeio brigas, mas...

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se tem uma coisa que evito, é briga. acho chato, desagradável, triste. lembro que minha única advertência na escola foi na terceira série, por ter empurrado (de forma um pouco brusca) um garoto no armário da classe. isso porque ele jogou um papel amassado em mim. coitado, fez galo na cabeça e tudo. além da suspensão, fiquei de recuperação como castigo (logo eu, o melhor aluno da turma...). o menino chorava tanto, tanto, que eu quase pedi pra ser expulso da escola. me senti culpado, oras. mas então. briga é uma coisa que evito. lembro das brigas em casa. com pai e mãe nem conta, isso é normal. teve uma vez que joguei minha irmã pela escada. felizmente nada de grave aconteceu com ela. comigo sim, porque quando corri pra não apanhar da minha mãe, derrubei um vaso e pisei nele. tenho a cicatriz até hoje no canto do pé esquerdo. é, brigar é chato demais. estes dias eu quase briguei no ônibus. tinha uma senhora tão grande (em todos os sentidos) que ocupava o corredor inteiro. pedi licença e na tentativa de alcançar o outro lado dela (que me parecia muito longe), fiquei entalado. aí ficou aquela situação chata né. vai, não vai, vai, não vai... até que consegui passar. o problema é que ela reclamou. aí eu disse: sua vaca, porque não pega um taxi que te caiba, em vez deste ônibus? bom, obviamente eu disse isso mentalmente porque a vejo quase todos os dias e ficaria uma situação horrível. outra coisa que disse mentalmente foi que ela devia era agradecer por eu ter a encochado, porque nenhum homem em sã consciência teria coragem de fazer isso. mas fiquei quieto. como sabem, evito brigas. se bem que sábado briguei com aquela anta, que se diz médica e que destratou minha mãe no hospital. acabei de mandar um e-mail gigantesco para a direção que, entre outras coisas, diz: (...) se possível, informem-na que, se não está satisfeita com o trabalho, há vagas para médicos em várias regiões de são paulo. ouvi dizer, ainda, que faltam médicos na região norte do brasil. por que não ir pra lá? e outra, caso ela não esteja feliz atendendo seres humanos, peçam que troque de profissão. quem sabe veterinária, para que ela possa anteder a mãe dela, aquela anta? ok, esta última frase que fala da mãe eu não escrevi, mas é o que quis dizer.

é, odeio brigas.
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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

eventos literários, prêmios e afins


pessoas, repararam na quantidade de eventos literários acontecendo em sp? eu, que nem sou da área (de que área eu sou mesmo?) não estou dando conta de ir a todos os lançamentos de livros bacanas, de eventos, bate-papo, cursos, debates, etc. semana passada, por exemplo, começou a bienal de livros, que em todos os meus 27 anos de existência, fui em quase todas.

na primeira, quando eu tinha lá meus 7, 8 anos, lembro que foi um prêmio da escola, por ter ganho um concurso de redação. ganhei também uns cupons pra trocar por livros e lembro da minha neura em querer levar todos. foi lá que conheci o ziraldo e até tirei foto com ele. foi legal.

mas então, eu estava falando dos eventos da semana passada. no sesc, começou (e já terminou) o cartografia web literária, cujo nome já diz tudo. até que foi legal no dia em que fui (13/8), não fora uma das participantes querer aparecer mais que o assunto. mas curti o papo coordenado pelo fabrício carpinejar, que aparece na foto abaixo. aliás, se você prestar bem atenção, atrás dele estava sendo exibido o blogue do marcelino, o eraodito. se prestar um pouquinho mais de atenção na foto, vai ver que meu blogue (este que você lê agora) está linkado lá, viu? é...

carpinejar

por falar em marcelino, estas outras fotos aí são do dia de lançamento do seu novo livro de contos, rasif - mar que arrebenta. bombou a festa. isso é pra provar que 1) não precisa ser chato pra ser escritor; 2) não precisa viver numa redoma pra ser escritor; 3) há muito escritor bom vivo e 4) etc.

marcelino

manu maltez e marcelino
pessoas

fora isso, tem muitas outras coisas. teve a flip, a flap. os vários saraus da cooperifa, cursos na casa das rosas, balada literária, e por aí vai, sem contar os diversos prêmios e incentivos à produção literária tanto do governo federal como estadual e municipal.

já que toquei no assunto, o maior deles é o 'prêmio são paulo de literatura 2008', que teve 146 inscritos. serão dois ganhadores na categoria romance, um para autor estreante e outro para melhor livro. cada um receberá 200 mil reais. SIM, 200 mil reais! sinceramente acho o valor bem absurdo. claro que, se eu fosse escritor, gostaria de ganhar uma bufunfa destas, mas, por ser um prêmio da secretaria da cultura de sp, será que não é um pouquinho demais?

e se eles pegassem essa grana e distribuíssem em mais categorias, com mais ganhadores?

pelo que sei, o prêmio jabuti, talvez o mais famoso fora do meio literário, entrega cerca de R$120 mil, dividos em 20 categorias, sendo que o autor do 'livro do ano' recebe R$30 mil. o itaú cultural, no projeto rumos literatura, está distribuindo pouco mais de R$ 200 mil divididos entre os quase 20 selecionados da edição 2007/2008 para produção de um ensaio.

há também os incentivos do PAC, da petrobrás, de prefeituras... (lembrando que entre 'incentivo à produção' e 'premiação' há uma série de diferenças). obviamente, não defendo que um autor receba apenas um cupom de troca de livros, como ganhei no concurso de redação da primeira série escolar...

...mas 200 mil reales - como prêmio à uma única pessoa - é muita grana SIM, principalmente num país miserável como o BraZiu.

ou não?
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domingo, 17 de agosto de 2008

vencedores do festival de gramado 2008



leandra leal, no festival de gramado 2008

saiu a lista dos filmes vencedores no festival de gramado. pra falar a real, eu sempre achei estranha esta premiação. acho que limitar a 6 o número de selecionados é restringir demais toda a produção do cinema nacional, que tem aumentado bastante, principalmente nos últimos 10 anos. mas enfim, deixo aqui a lista dos indicados e dos vencedores. destes aí, só assisti ao nome próprio, que ainda está em cartaz. ganhou como melhor filme, direção de arte e atriz, mas teve outras indicações, como a de melhor ator ao meu amigo internético david katz, que me disse estar em choque até agora. quanto às atrizes, não vi a atuação das outras, mas dificilmente outra atua melhor que leandra leal.

indicados:

JUVENTUDE, de Domingos Oliveira
NOME PRÓPRIO, de Murilo Salles
VINGANÇA, de Paulo Pons
A FESTA DA MENINA MORTA, de Matheus Nachtergaele
NETTO E O DOMADOR DE CAVALOS, de Tabajara Ruas
PACHAMAMA, de Eryk Rocha

premiados:

Longa-Metragem Brasileiro: Melhor filme de longa-metragem: NOME PROPRIO de Murilo Salles
Melhor Diretor: Domingos Oliveira pelo filme JUVENTUDE
Melhor Ator: Daniel de Oliveira pelo filme A FESTA DA MENINA MORTA
Melhor Atriz: Leandra Leal pelo filme NOME PROPRIO
Melhor Roteiro: Domingos Oliveira pelo filme JUVENTUDE
Melhor Fotografia: Lula Carvalho pelo filme A FESTA DA MENINA MORTA
Prêmio Especial do Júri: A Festa Damenina Morta de Matheus Nachtergaele
Premio de Qualidade Artística: para os Atores Aderbal Freire Filho, Domingos Oliveira e Paulo Jose pelo filme JUVENTUDE
Melhor Diretor de Arte: Pedro Paulo de Souza pelo filme NOME PROPRIO
Melhor Música: Matheus Nachtergale pelo filme A FESTA DA MENINA MORTA
Melhor Montagem: Natara Ney pelo filme JUVENTUDE
Prêmio da Crítica: A Festa Da Menina Morta de Matheus Nachtergale
Melhor filme do Júri Popular: A Festa Da Menina Morta de Matheus Nachtergale
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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

rasif, mar que arrebenta

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em 17 de dezembro de 2007, tive o privilégio de 'ouvir' o novo livro de contos do marcelino freire, rasif - mar que arrebenta, na casa da escritora ivana de arruda leite. mesmo estando apenas em folhas de papel a4, aquelas palavras já mostravam a que vinham. como bem disse eduardo de araújo teixeira, em resenha publicada no portal de literatura cronópios, cada palavra é ponderada, valendo sílaba a sílaba, aspirando a poemas. e não são quaisquer poemas. são poemas de amor. calma. também não são quaisquer poeminhas de amor. basta prestar atenção na definição de amor dada por marcelino em um dos contos: amor que liberta. meu irmão. amor que sobe. desce o morro. amor que toma a praça. amor que de repente nos assalta. sem explicação. amor salvador. cristo mesmo quem nos ensinou. se não houver sangue. meu filho. não é amor. compreendeu agora? pois é. e amanhã, 14 de agosto, é o lançamento oficial do livro em são paulo, lá no b_arco, a partir das 19h. no recife, a festa é no dia 29 de agosto, na livraria cultura, às 17h.
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marcelino, com os originais de rasif
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convite de lançamento do rasif
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marcelino e manu maltez, o ilustrador de rasif
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é amanhã o lançamento do novo livro de contos do marcelino freire.
é amanhã o lançamento do (ótimo) novo livro de contos do marcelino freire.
é amanhã o lançamento do (imperdível) novo livro de contos do marcelino freire.
é amanhã o lançamento do (emocionante) novo livro de de contos do marcelino freire.
LEIAM!
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terça-feira, 12 de agosto de 2008

o público, de federico garcía lorca

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federico
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"estou apaixonada pelo lorca. que lorca, o garcia? é o garcia lorca. ah, eu também gosto dele, acho bacanas as poesias que escreve e ach... NÃO, você não entendeu, eu es-tou a-pai-xo-na-da pelo lorca, quero casar com ele, entende? tá bom, então."

foi depois deste diálogo com uma prima há uns dez anos, que comecei a querer saber mais sobre garcia lorca. quem seria este cara que fez com que ela se apaixonasse tão loucamente, a ponto de esquecer que ele... já estava morto. nessa busca, me deparei com um texto um tanto louco: 'o público'.

pra falar a verdade, naquela época não gostei muito. que interesse haveria numa história em que o diretor de romeu e julieta prende uma personagem (julieta) e a troca por um adolescente por quem é apaixonado? pois é. o diretor esconde a julieta verdadeira e coloca um garoto para interpretá-la. depois o público descobre a farsa e....


bom, uma década depois estou no teatro fábrica assistindo ao grupo xpto nesta montagem, dirigida por osvaldo gabrieli.

'o público' não é uma peça fácil. há muita poesia emaranhada a diálogos desconexos, cheios de múltiplos sentidos e inúmeras possibilidades de interpretação.

confesso que achei boba a sinopse e, pior ainda, uma crítica tola num destes jornais famosos. acho que quem escreveu nem foi ver a peça. não que eu tenha entendido tudo, mesmo porque acho impossível alguém sair de lá tendo entendido tudo. (afinal é lorca, é surreal)

mas é isso... não é pra entender. essa é uma daquelas peças que você fica dias pensando e que faz você repensar o papel do teatro e outros valores na sociedade, mas sem ser panfletário. repito, não é um texto gostoso, leve. é pancada toda hora. é confuso e, ao mesmo tempo, apenas um retrato da hipocrisia dos nossos dias.


nota by wikipedia: [XPTO, ou X.P.T.O. (pron. "xis ó") é uma abreviatura da palavra grega "Χριστός" ("Christós" = Cristo)]
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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

iara rennó, macunaíma ópera tupi


iara rennó

falta tempo pra escrever sobre muita coisa que queria, vários eventos bacanas e tal, mas... já sabem, não dá pra falar de tudo. ainda nem falei da exposição da bossa na oca, de peças teatrais, filmes e tal. mas vou aproveitar que este show que fui esta semana ainda está latente em minha cabeça pra falar bem rápido.

a convite do sesc-sp, fui ao lançamento do cd macunaíma ópera tupi, de iara rennó, na última terça-feira, dia 5. sabia quem ela era por ter ido ao show de donazica, banda que ajudou a criar e por meio de uma matéria em algum jornal da tv cultura. gostei de primeira.

como o próprio nome sugere, o cd é composto por trechos da mais famosa obra de mário de andrade, macunaíma. lindo. bastar ver o show pra saber que iara leva a música a sério. ela não pegou um livro e musicou. ela leu o livro, estudou e transformou uma 'obra-prima' em outra.

a permormance ao vivo foi surpreendente e o palco do sesc vila mariana não podia ser mais perfeito pro público entrar no clima 'macunaímico'. folhas gigantes, cortina de cachoeira, dança, batuque, tudo, tudo muito bom.

agora deixo o trecho de uma canção que eu achei das mais interessantes e sim, ela é filha de alzira espíndola e carlos rennó.

para ouvir a música, clique aqui.

jardineiro

oh jardineiro de meu pai,
oh não me corte meus cabelos
que o malvado me enterrou
pelo figo da figueira
que passarinho comeu...

-chó, chó, passarinho!

todos os passarinhos
choraram de pena gemida nos ninhos
e o herói gelou de susto.
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terça-feira, 5 de agosto de 2008

praticando mi portuñol en la flap! 2008


domingo estuvo en flap! num bate-papo sobre la dramaturgia en la casa de las rosas. além de praticar mi portuñol (idioma oficial del evento) pudo participar de una bela discussión sobre la utilidad del arte contemporanea. en la mesa, estavam gustavo assano (mediador), reinaldo monteiro (dramaturgo cubano), rodolfo garcia vásquez (satyros) y tiago (poeta de rua, diretor). fueste bien porque tinha personas nuevas com personas experientes y el clima, apesar de la chuvia e del frio, estava muy caliente.
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enquanto yo caminava por la fiesta, encuentro mi amigo y poeta ivan antunes, mas conocido como tatu pelota ou ivanito, dando entrevista para los periodistas del rede gluebo del televisión. yo no sé para que programa, pero eres imperdível mirar el niño hablando portuñol.
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mira las fotos que yo saquei:

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tatu pelota en entrevista para la rede gluebo.

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ana rüsche maravijosa sacando fotos de unos chicos latinos.
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update 07/08/08 - la foto original

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panoramica de los convidados del bate-papo sobre dramaturgia

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la chuvia por la ventana de mi coche

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besos e abrazos a todos ustedes e no percam el evento porque estará hasta semana que viém.
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quinta-feira, 31 de julho de 2008

você conhece o muse?

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então, ontem teve show do muse no rio de janeiro e hoje é aqui em san pablo. conheci a banda há pouco tempo, mas gostei a lot. as letras são bem escritas, a voz é estranha, a qualidade técnica é impecável, são ingleses e a performance ao vivo é incomum. não, nunca os vi e nem vou ver hoje, mas é só fazer uma busca na internet pra comprovar. vale a pena.
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sem nada de tempo pra falar mais, procurem pelo perfil deles no myspace e na last.fm pra saber mais sobre o grupo.
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"this is the end / this is the end / of the world / it´s time we saw a miracle / come on, it´s time for something Biblical / to pull us through"
[apocalypse, please]
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"lose control / increasing pace / warped and bewitched / time to erase / whatever they say / these people are torn / wild and bereft / assassin is born"
[assassin]
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fã do muse, segundo o site g1

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segunda-feira, 28 de julho de 2008

duas garotas divididas em dois

gabrielle é a garota da previsão do tempo. loira, simpática, inteligente e carismática, faz com que os 60 segundos que aparece diariamente na TV se tornem suficientes para que tenha vários admiradores. renata é secretária e não tem lá muitos admiradores, apesar de ser loira e... simpática. em comum, além de não gostarem de literatura, cada uma tem dois namorados e sentem-se divididas entre eles.

gabrielle namora charles sant-denis, um escritor tiozão casado, e paul gaudens, um jovem burguezinho. renata namora andré, um surfista malhadão comprometido, e márcio, bem mais velho, responsável e que odeia baladas. o problema é que gabrielle é apenas uma personagem do filme francês 'uma garota dividida em dois', de claude chabrol e renata, não.

no filme gabrielle pode tudo. ela ama o tiozão casado, realiza suas fantasias, atende aos seus pedidos mais estranhos, como transar na frente dos amigos dele, entre outras coisas. mas é amada pelo boyzinho que, mais tarde, casa com ela. na vida real, renata não ama márcio, mas fica com ele porque 'ele dá segurança'. segurança, pra ela, é ter apartamento, emprego, carro e... amor. mesmo assim, ela é apaixonada pelo surfista que não quer saber de nada e, por isso, fica dividida.

voltando à ficção, este filme do chabrol faz uma crítica à sociedade francesa em vários aspectos, não só no que diz respeito ao comportamento, mas também à política, economia, artes e educação. com humor sarcástico e ótimos atores, as tramas são bem amarradas, apesar de 'esquentar' só depois da metade.

há um quê de comédia e drama, mas nada de romance. tá, até que tem, mas é bem pouco.

o final não é assim tão original, mas também não muito óbvio. bom, pra encurtar a história e ao mesmo tempo sem estragar a surpresa, já vou dizendo que na ficção as coisas não acabam bem. o final da gabrielle já foi escrito, mas com a renata, na vida real, a situação ainda pode mudar. agora, pergunta pra ela se ela quer...


obs.: renata é minha amiga e, obviamente, este não é seu nome verdadeiro...




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segunda-feira, 21 de julho de 2008

ganhe ingressos para o filme 'era uma vez...'


nesta sexta-feira, 25 de julho, estréia o filme 'era uma vez...' de breno silveira. pra quem não se lembra ele é o diretor de 'dois filhos de francisco'.

infelizmente, não pude comparecer à exibição especial para blogueiros, então não posso falar muito, mas deixo aqui alguns links com opiniões diversas e mais uma promoção em parceria com o pessoal da brazucah produções. desta vez, farei sorteio pro pessoal de sp, então todos os que comentarem as expectativas perante o filme, vão concorrer. aos meus amigos mais cults, só digo pra deixarem o preconceito de lado. 'dois filhos de francisco' é um grande filme, mas conheço muitos que ainda não viram, só porque é a vida de uma dupla de sertanojos, ops, sertanejos.

então é isso. agora são 21h25, então você tem até quarta-feira, dia 23 de julho, às 21h25, pra participar. FAVOR DEIXAR NOME COMPLETO E E-MAIL.

o que falaram por aí:

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UPDATE: resultado do sorteio.

eduardo alves
camila marin
camila targino queiroz
denise abramo
milena cunha alves fonseca

cada um tem direito a um ingresso, que será enviado por correio. mandem seus endereços para o email lucaspguedes@hotmail.com

até a próxima.
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quinta-feira, 17 de julho de 2008

vida de casados não é fácil

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aos que perguntaram, respondo. sim, foi o casamento mais bacana que vi. simples, diferente, descontraído, alternativo, organizado, pontual, criativo, bonito, emocionante. e não é porque sou irmão da noiva que digo isso. praticamente todos que estavam lá disseram que nunca tinham visto algo parecido. mas este post não é pra falar da cerimônia. já foi. agora é que começa mesmo o casamento.
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sim, é verdade que entrei tirando foto e tirei algumas enquanto estava no altar e sim, este é o vestido da noiva
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sim, as crianças trouxeram as alianças ao som de 'get along gang'. sim, elas entraram fazendo bolinhas de sabão e não, não há um tapete vermelho.
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sim, o noivo casou de jeans e tênis. sim, ela casou de sandália melissa e sim, eles estavam com cara de bobos, que não coloco aqui pra não envergonhá-los


agora, um breve diálogo com a recém-casada que, enquanto não consegue emprego, se diverte com as tarefas domésticas...
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.lucas diz:
pq tá ocupada, ta fazendo o que?
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tata do david - Agora até sempre! diz:
agora mandando um email pra Viviane
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tata do david - Agora até sempre! diz:
mas em geral fico fazendo as coisas aqui...
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tata do david - Agora até sempre! diz:
arrrumando a casa, lavando louça, daqui a pouco vou passar roupa
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.lucas diz:
ahahahahaha
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.lucas diz:
inacreditável
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.lucas diz:
tem foto?
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tata do david - Agora até sempre! diz:
vai à merda.
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sábado, 12 de julho de 2008

só porque estava mesmo com muita vontade de escrever, mas sei que ninguém vai ler até o fim porque é um post grande e posts grandes são chatos...


desde que comecei a usar o twitter, passei a escrever menos no blogue e a ler mais blogs. conheci novos blogueiros, principalmente jornalistas e tive que dizer a um deles que não gosto de blogs jornalísticos. expliquei: não entendo porque há tanta babação de ovo pra jornalista blogueiro. é só mais uma versão dos fatos. e outra: eles (os blogs) são muito repetitivos. sai uma notícia bomba e pum, todos falando a mesma coisa, cada um do seu jeito. ok, viva a liberdade de expressão (muitas vezes podada nas grandes redações) mas poxa, vamos ser mais criativos, né. o que percebo é que muitos blogueiros estão preocupados excessivamente com esse tal de adsense, em capitalizar o blog, em receber centavos em troca de click em banners publicitários. não colega, não sou contra nada disso, apesar de achar chatos os blogs que têm muito anúncio e sei que tem gente que vive disso. não há nenhum problema ético, só acho feio. hmm, acho melhor explicar melhor porque é que não gosto de blogs jornalísticos, é que alguns são muito chatos, porque só reproduzem o que é publicado na mídia convencional, entende? mas aí vem outro problema: os blogs estão sendo levados cada vez mais a sério. e o que percebo é o mesmo que acontece com a música, com o cinema. quando um blog bacana começa a deixar de ser alternativo e vira 'oficial' vai perdendo a graça. fica mais preocupado com um conteúdo democrático, em agradar a maioria (ou então em criar polêmica) e perde aquela coisa de blog mesmo sabe? bom. chega. já são 3h15 da madruga e só escrevi porque estava com muita vontade de blogar. e tenho tanta coisa pra escrever e estou com tanto pique que ficaria a madrugada toda, mas do mesmo jeito que acho chatos posts enormes, também acho que os outros acham chatos estes posts aqui. pior que não estou com o mesmo ânimo pra escrever aquele ensaio de três páginas sobre humanização, cultura e utopia que, por sinal, preciso entregar terça-feira e até agora só tem um rascunho bem mais ou menos. queria comentar a polêmica do bluebus (que até esses dias era queridinho dos blogueiros, agora o povo tá caindo em cima só porque ele deu sua opinião sobre aquele lance da coca-cola e dos blogs de aluguel), mas deixo isso pra depois. tá vendo? blog não tem que ser democrático coisa nenhuma. esse negócio de igualdade não existe, gente. inclusão digital? ah, fala sério. vai enfiar um monte de computador nos telecentros da periferia e dizer que está incluindo digitalmente a galera que vai lá pra acessar o orkut é brincadeira, né? putz, falar nisso lembrei que não tenho tv paga e meu dvd pifou, ou seja, tv necas, porque o que passa por aí não dá, com exceção da novela dos mutantes e, sem querer dar uma de cult, os programas da cultura (entrelinhas, zoom, metrópolis, vitrine...). mas eis que passou um filme maravilhoso chamado perdas e danos, com a juliette binoche. só que assim, num dos intervalos eu coloquei na globo pra ver o sururu na roda no programa do jô. quando voltei o martyn tinha morrido porque a mãe dele super chorava e eu não sei como ele morreu. sei que o pai dele tinha um caso com a namorada, mas até aí, ok, porque isso todo mundo sabia. mas como o martyn morreu, você sabe? ah, vou nessa mesmo. esta semana terminei de pagar a viagem, ufa, mas ainda tem três parcelas da faculdade (que terminei em 2006) e os juros estão comendo soltos no cheque especial. faz parte. sem falar que este mês não vou pagar os 235 da pós na usp, mas mandei um e-mail pra eles e tá tudo bem. pelo menos isso. no mais, cansado de algumas coisas que tenho vivido, talvez seja hora de dar um giro de 840 graus de novo e mudar algumas coisas. queria falar da lei seca também. queria comentar essa nova lei de crimes 'internéticos' e sobre uns blogs legais de pessoas que escrevem bem, independente dos temas. queria falar do casamento da menina da lua e da morte do igor e da eliana. e da minha preocupação com alguns princípios éticos que tenho quebrado e de outros que mantenho firme. no fim, dá tudo certo, já disseram. queria saber como estão o leandro e a vanessa na amazônia e estou pensando seriamente em trocar a viagem à nova york em janeiro, por são gabriel da cachoeira. esta semana passo a usar uma caneca pra beber água no serviço pra evitar o desperdiço dos copos de plástico. já é alguma coisa. agora, queria estar na frança, mas vou fingir que minha beliche é confortável, me enfiar no ededron (como diz minha mãe) e acordar quem sabe 10, 11 horas, já que não consigo acordar depois do meio-dia. putz, vai dar 4h e não falei do twitter, que era o objetivo do post.
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quinta-feira, 10 de julho de 2008

não tem cultura em são paulo

estes dias vi na tv uma garota reclamando que falta cultura pros jovens em são paulo. não sei se falta cultura, mas opções de eventos culturais não faltam. aliás, falar em opções culturais em são paulo é redundância. tem sempre algo rolando, pra todos os públicos. tá, alguém pode reclamar que na periferia as coisas não vão tão bem assim, mas tem melhorado muito.

mas então, esta semana acabou a flip e fiquei sabendo pelo marcelino, pela michele e outros, que a festa foi um sucesso, apesar do excesso de elitismo.

[[ah, o novo livro do marcelino freire, RASIF - MAR QUE ARREBENTA, vai ser lançado dia 14 de agosto, no barco do virgílio]]

e em agosto vem aí a flap, em sp e no rio. é o terceiro ano que participo. um evento legal, gratuito, com várias conversas com escritores, saraus e tal. não sei se é uma flip dos pobres, acho que não, mas é recomendadíssima. neste domingo, às 20h vai ter mais uma transmissão ao vivo de um programa que eles estão fazendo, vale a pena ver no blogue.

este sábado começa também o festival de inverno de paranapiacaba. pra quem não sabe é uma cidadezinha que pertence à santo andré, abc paulista. tá ótima a programação, que pode ser vista aqui ou no site oficial.

perdi o show hoje em homenagem ao joão donato. nem queria mesmo. o que quero é ver a exposição dos 50 anos da bossa nova na oca.

semana que vem (dias 16 e 17) tem show do conor oberst, do bright eyes, lá no studiosp. brigth eyes é folk, que parece ser a nova onda hype na música. aliás, sabe a mallu magalhães, aquela menina de 15 anos bla bla bla? então, agora tem a stephanie toth, de 16, que canta igual. sério. não acho nenhuma delas prodígio, mas ambas têm lá seu talento.

falar em studiosp (que pros desavisados está na rua augusta, 591), amanhã tem apresentação do 3 na massa, aquele projeto do pupilo e do dengue (nação zumbi) com o rica amabis (instituto), que tem leandra leal, thalma de freitas, céu e mais vozes femininas. bem legal.

cansei.

ah, falar em cansei, o novo disco do css (donkey) tá na net já. eu gostei, mas prefiro o anterior.

putz, começou também o festival de cinema latino-americano. ano passado foi bem legal, mas ainda nem vi direito a programação deste.

tá vendo? será que falta cultura em sampa? não citei nem 10% do que está rolando e já tô sem fôlego.
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quinta-feira, 3 de julho de 2008

o dia em que conheci a menina da lua que casa hoje

parece que foi agora, a primeira vez que a vi. sabia que ela estaria lá, na janela, pronta pra me ver. mas não sabia qual seria minha reação. pensei três vezes antes de ir. três vezes três. três vezes três vezes oitenta e sete vezes. fui.
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uma fanta por favor. uva? não, laranja. lata? não, garrafa. não, lata. não, garrafa. os outros dois caras e a garota que estavam comigo só observavam. a mim e à janela. eles sabiam o momento exato que ela apareceria, mas eu não.
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o nervosismo fez com que a garrafa de fanta laranja caísse da minha mão e quebrasse. riram de mim. droga. por que eu não pedi lata? por que eu não pedi nada? por que eu vim?
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ela apareceu. meu deus, como é linda! como é perfeita! como pode existir um ser tão lindo assim? eu não mereço tanta bênção, mereço? ok, deus, eu aceito essa pessoa pra cuidar.
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chorei e entramos na TL azul metálica.
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e porque a vida é assim, ela passou exatos 21 anos e 4 meses perto de mim.
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e porque a vida é assim, ela vai embora pra uma vida que é dela.
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e porque estes aí embaixo casaram numa quinta... ela casa HOJE!
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feliz casamento!
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quinta-feira, 21 de dezembro de 1978

três anos
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contorcionismo
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não é a minha cara?
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ela gosta de rosa, mas odeia coraçõezinhos
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eu e ela
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eu e ela
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ela e ele
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terça-feira, 1 de julho de 2008

porque




.... .................................................... . . porque




a




a...............................................última



última


...........................................................................................................................impressão






impressão


............é




é



a
......................................a




que


...............................................................................................................................que





fica fica fica fica fica



...........fica.

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......................

........................................

fica...fica...fica...fica...fica...fica...fica...fica...fica...fica...

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quinta-feira, 19 de junho de 2008

spfw e as dez canções do chico

quer saber? não estou nem aí pro são paulo fashion week. pra mim, é mais um evento que deveria ser abolido do calendário de eventos da cidade (junto com a paradagay, marchaprajesus, etc, como já falei uma vez neste blogue). me diz, pra que serve o spfw? é tudo vazio, tudo imagem. só imagem. tendência de moda? baseado em que? em paris, london, new york? tá, é bonito ver aquela festa, deve ser divertido participar e uns colegas que trabalham lá me disseram que ganham muitos brindes bacanas. gosto de roupa, acho um barato, mas e daí? é só isso? posso estar errado, mas então alguém me explica pra que serve, ok?

não estou nervoso não, na verdade, como disse na primeira linha, não estou nem aí. por isso mudemos de assunto.

fiquei sabendo pela chris mello, no caderno 2 do estadão, que o rodrigo teixeira, um dos caras que idealizou o amores expressos está num novo projeto: chico 10 canções. é assim, ele vai distribuir 10 músicas do chico buarque pra 10 escritores (uma pra cada). com base nas composições, cada um escreve um conto, que será publicado num livro e outros meios, como internet e tal. quem vai coordenar é o ronaldo bressane e os escolhidos para escrever são:

alan pauls - ela faz cinema
andré sant´ana - brejo da cruz
cadão volpato - carioca
carola saavedra - mil perdões
joão gilberto noll - vitrines
luis fernando veríssimo - feijoada completa
mario bellatin - construção
mia couto - olhos nos olhos
rodrigo fresan - outros sonhos
xico sá - folhetim

bom, né?

por falar nisso. cadê o resultado dos amores expressos?
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sexta-feira, 13 de junho de 2008

por mórbida curiosidade

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1 - nem tudo o que escrevo no blogue é verdade. às vezes escrevo contos, microcontos, cenas, diálogos, conversas, idéias, pensamentos, críticas. palavras baseadas ou não na minha vida. baseadas ou não nas minhas experiências particulares ou, ainda, na vida e experiências particulares de pessoas próximas a mim. pessoas que encontro no metrô, no ônibus, na igreja, no bar, na rua, no trabalho, em casa, na internet.
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2 - nem tudo que escrevo é mentira. aliás, quase nada é mentira. nada é mentira. às vezes troco nomes. finjo que o outro sou eu. escrevo cartas pra mim mesmo e respondo. às vezes dou indiretas pra um, mas coloco o nome de outro. às vezes nem cito nomes. às vezes escrevo coisas pra alguém que esse alguém nunca vai saber quem é. e às vezes escrevo pra ninguém.
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3 - nem tudo o que escrevo no blogue tem a ver com você. você tem um lugar dentro de mim que é só seu. às vezes nem eu sei se falo de você ou pra você. às vezes tudo é tão intrínseco, que não posso, nem quero separar. mas às vezes não tem mesmo nada a ver com você. lembre-se que a vida é dialética. é construção. é feita de relações humanas. você é uma delas. talvez a mais importante, mas não a única.
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4 - um post é só um post. o blogue é só o blogue, mas a minha vida transcende a tudo isso. e a sua vida também.
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5 - o que está escrito, está escrito.
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6 - mas eu escrevo à lápis.
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quarta-feira, 11 de junho de 2008

a tia da lanchonete e meus 1500 pães de queijo

nos últimos cinco anos devo der ganho mais de mil e quinhentos pães de queijo. explico: quando comecei trabalhar nesta empresa, tomava café numa lanchonete aqui ao lado. não é o fran´s café, mas o café da fran. e como a fran tinha problema na coluna, eu a ajudava a subir as portas, aquelas pesadas de ferro, sabe? como pagamento pela minha contribuição, ela me dava um pão de queijo todo dia.

'não conte pra ninguém', ela me alertava. 'o pessoal daqui é muito folgado'.

e eu não contava mesmo. às vezes eu tinha até vergonha de passar lá, porque dava a impressão que eu só a ajudava em troca dos pães. mas ela sabia que não.

de uns tempos pra cá, meu horário mudou e quando eu passava em frente, a porta já estava aberta. mesmo assim, meu pão de queijo estava naquele negócio de vidro, como é mesmo o nome, estufa?

e ela avisava: 'corre que hoje você tá atrasado'. ou então: 'chegou cedo, caiu da cama?' e ainda: 'se prepara, porque seu chefe passou agorinha mesmo por aqui e tá com cara feia'.

era lá também que eu sabia quem tava namorando, quem tinha sido demitido, contratado, morrido, separado, tudo. e não precisava nem perguntar.


ela sempre cobrava a revista interna da empresa, que eu edito. 'e aí, essa revista agora é semestral, anual? eu preciso saber tudo o que acontece, lucas, agiliza lá meu', dizia, sem negar as raízes napolitanas.


agora não tem mais fran. o café, provavelmente vai ser vendido, já fiquei sabendo. tudo bem. algumas coisas precisam mesmo acabar para começarem outras.


e a vida é isso, não é?


nascer e morrer.


e o que você tem feito neste intervalo?
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quinta-feira, 5 de junho de 2008

você sabe o que é blog?

digam o que quiserem, a cada dia gosto mais de blogues. a mim não importam se são eles diarinhos de adolescente, jornalísticos , segmentados, comerciais, blá, não importa, eu gosto de blogues. de ler e de escrever.

gosto tanto, a ponto de me sentir ofendido quando alguém critica os blogues. não que eu chore descontroladamente por causa disso, respeito a opinião de cada um, mas odeio quando alguém diz: 'ah, que me interessa saber o que se passa na cabeça de tal pessoa?', 'que me interessa saber o que ele achou do filme?', 'que me interessa...?'.

bom, a primeira coisa que digo é: 'por que caramba então você acessou o tal blogue, se não quer saber o que tal pessoa pensa? por que não vai procurar um site, um jornal, um programa de tv?

a outra coisa que penso e pergunto é: 'por acaso você não sabe o que significa BLOG?

resumo do resumo:

BLOG vem de WEBLOG.
WEB, é rede ou teia em inglês e você deve saber que vem da WORLD WIDE WEB.
pra simplificar, é o tal do WWW.
aquelas três letrinhas que vêm antes dos endereços e você digita pra entrar num site.
SITE, a grosso modo, é uma página na internet.
INTERNET, pra não te complicar, é uma grande rede de computadores. bem grande. uma teiona.
até aqui você, querido jornalista que critica os 'blogues diarinhos', entedeu?
então vamos lá.
nem vou citar a influência das pesquisas do massachussets institute of technology nos tempos da guerra fria, pra não te confundir, ok? muito menos o centre européen de recherche nucléare.
mas então,
já sabemos bem por cima o que é WEB.
LOG é um diário de bordo (de navio ou de vôo).
então, vamos brincar de soma.
WEB + LOG = WEBLOG
REDE/TEIA + DIÁRIO DE BORDO = DIÁRIO DE BORDO NA REDE (internet)

logo, o blog é um diário de rede e cada um escreve no seu próprio diário de rede o que quiser, certo?

se você quiser escrever sobre cultura, escreva. sobre jornalismo, escreva.
e se quiser escrever o que comeu no almoço, com quem (não) ficou no fim de semana, sobre o filme que assistiu ou sobre qualquer outro assunto, ESCREVA.

você defende tanto os blogues jornalísticos (que eu gosto, sim), mas não percebe que são apenas 'mais uma versão dos fatos' ?

e que os blogues (ou blogs, como você prefere) diarinhos também?
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obs.: não sou expert em sites/internet/blogs, mas pelo menos não saio por aí falando besteira sem saber o mínimo sobre o assunto.
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segunda-feira, 2 de junho de 2008

a semana....

essa é uma daquelas semanas que eu queria me virar em 15 lucas. ah, antes disso, deixa eu falar de dois livros que estou lendo. primeiro, um tal lucas, do cortázar. são vários contos, todos com um tal lucas. muito bom. além do nome, tem algumas coisas parecidas com este tal lucas aqui.


o outro livro é persópolis, da iraniana marjane satrapi. na verdade é um livro de quadrinhos, o que torna a leitura mais legal ainda. os desenhos são muito bem feitos e os diálogos são perfeitos. confesso que não sou muito atento à história do irã, os conflitos do regime xiita e tal, mas o livro é realmente emocionante e engraçado. daqueles livros que você não quer que terminem nunca.




mas na verdade eu ia falar que a semana vai ser corrida, né? pois é.


é nessa semana que estréia o programa de rádio que estou produzindo (quarta-feira, às 18h, na rádio mundial).


também tem o novo blogue que estou fazendo em conjunto com o pessoal da minha turma na usp (http://nagaroapaulistana.blogspot.com).


e finalmente (clap, clap, clap), nesta sexta-feira às 19h, em santos, estréia o documentário 'canção d´além mar - o fado na cidade de santos pela voz de seus protagonistas', que tem direção do meu amigo eduardo de araújo teixeira, edição da minha amiga marcela prado e algumas imagens minhas que fiz lá em lisboa. chiquedemais.


foto tosca tirada da tv (aproveitei pra dar uns palpites, lógico)

no mesmo dia e horário tem casório de um camarada. a namorada dele está grávida da sofia.


também tem duas festas juninas no mesmo dia. uma da 'gotejo' e outra que será o chá bar da minha irmã, que casa em julho. massa esse negócio de fazer chá bar. é menos feminino-machista que o chá de cozinha (sim, porque no chá de cozinha a mulher ganha coisas pra cozinhar, lavar, essas coisas...) e os noivos ganham tudo que precisam pra montar uma casa.


fora isso tem aqueles trabalhos pra revisar, a revista pra terminar, aquele texto de teatro pra escrever, a peça que ganhei convite e não vou, meodeus.


mas confesso... é assim que gosto.


aff, que post mais ego.


(ah, ok... é pra isso que existe blogue, né?)
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segunda-feira, 26 de maio de 2008

no café...

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my blueberry nights (um beijo roubado) - wong kar-wai/lawrence block
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feast of love (banquete do amor) - robert banton/allison burnett, baseado no livro de charles baxter
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apesar dos péssimos nomes em português, estes são dois bons filmes que têm várias coisas em comum, mas vou falar só de duas:
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a primeira é que ambos tem um 'café' como ponto de partida. é no café que os personagens se encontram e desencontram. se apaixonam. terminam o relacionamento. começam outro com outra pessoa. e assim vai.
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e tratam basicamente do mesmo assunto, o amor, sem cair no clichê da comédia romântica. eu gosto de comédia romântica, mas às vezes me canso com aquelas histórias. talvez porque falte identificação com casais cujos relacionamentos sempre dão certo. bom, não vou falar dos filmes, nem incentivar ninguém a assisti-los, mas me chamou muito a atenção a história particular de cada personagem. eles não foram criados, já existiam, cada um com sua história, seus medos, traumas, amores. e tudo isso é expresso de acordo com a evolução das tramas, de forma sutil e ao mesmo tempo forte. a impressão que tenho é que cada um tem sua vida própria, mas parece que essa vida só tem sentido quando encontra o outro.
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sabe aquela coisa do ‘é impossível ser feliz sozinho’? então, é isso.
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e isso não é nada romântico.
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terça-feira, 20 de maio de 2008

nome próprio, de murilo salles



fidelidade só existe no dicionário e no discurso do padre. talvez nem no dicionário já que a ‘palavra’ é por si só infiel. bom, falei isso por causa do filme nome próprio, que assisti sábado, às 0h. não que o filme trate da fidelidade, mesmo porque não há como definir o assunto abordado no filme. blogue, relacionamentos, amizade, paixão, sexo. tudo isso junto.


nome próprio (dirigido por murilo salles, baseado na obra da clarah averbuck, com roteiro de elena soárez) é um filme bom. tem lá suas falhas e exageros (acho que vi um dedo na frente da câmera naquela cena em que camila se afoga no mar... seria do cameraman? ou foi uma visão minha?), mas eu gostei bastante. talvez porque goste bastante de blogues.


explico: camila (leandra leal), a personagem principal do filme é uma blogueira compulsiva. precisa tanto de blogue quanto de sexo (e como precisa!). usa o blogue pra falar de suas experiências, pra reconquistar o namorado traído, pra conseguir lugar pra morar, etc. pra uns isso pode parecer estranho, mas não pra camila, que parece viver em outro mundo.

quer ser escritora, mas nem sabe que já é...




é também por causa do blogue que conhece daniel (gustavo machado), um cara com quem troca e-mails e só vai conhecer pessoalmente quando o filme está acabando. gracias a dios, ela não fica com ele no final porque seria muito clichê.


é fast-food. filme de uma personagem só.


cheio de referências (fante, buckowski, leminski, londres...)


não é uma história real (apesar deste ter sido o primeiro nome do filme) mas tem um monte de camila por aí. inclusive a do filme não tem muito a ver com a do livro. e a minha, é essa: linda, apaixonada, egoísta, visceral e infiel (aos outros, não à ela). não é uma heroína, nem um exemplo, mas muita gente vai se identificar.


é isso. quer dizer, não é só isso, mas é só que tive tempo pra escrever.




ah1: sim, li dois livros da clarah averbuck (vida de gato e máquina de pinball). depois falo sobre.


ah2:encheu esse papo de ‘o filme não é meu, é do diretor’. ok, nós já entendemos, pra quê tanta justificativa?


ah3: assisti ao filme na segunda das nove exibições especiais de pré-estréia, parte da ‘estratégia’ de lançamento. se ficar ligado no blogue dele, vai saber quando é a próxima...


ah4: além do blogue, tem perfil no myspace (também, parte da estratégia....)


ah5: downloudeie o livro máquina de pinball aqui e a primeira versão do roteiro de nome próprio, aqui.


ah6: faça um trailler para o filme clicando aqui.


ah7: a frase que ficou na cabeça: escrever é mais importante que morrer.


fui.
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sexta-feira, 16 de maio de 2008

dieta fracionada

semaninha agitada essa, viu!

mas foi uma semana boa. claro, não estou na china, não fui perseguido por ser cristão, não fui jogado da janela, não estou com dengue, não saí com travesti.

bom. não sei se isso é ser egoísta, mas infelizmente não vou conseguir resolver os problemas do mundo... então... vamos ao diarinho (em tópicos, para não cansar os 70 leitores deste blogue que, devido à falta de atualização, devem ter sobrado uns 2 ou 3)

*"você está com um pé na diabetes", foi o que a médica disse. isso significa que se continuar assim, em menos de 1 ano vou ser um diabético. como não quero, começo então com uma dieta fracionada, seja lá o que isso for.

* em junho começo a fazer produção de um programa de rádio fm. o que ganho com isso? experiência, só.

* meu projeto de mestrado tá quase fechando. sim, porque no começo do ano eu tinha uns 12 temas pra seguir e agora tenho 5. até agosto preciso decidir, procurar um orientador e, se tudo der certo, começar em 2009.

* como disse o carlitos no blogue dele, tem tanta coisa chata acontecendo no mundo, que não dá ânimo nenhum de ficar entrando em blogue e escrever. mas aí penso que essas coisas são 'normais' e sigo. é horrível isso. o mundo tá cada vez pior. e eu faço parte disso tudo.

* vários eventos bacanas acontecendo e, sinceramente, não fico chateado por não poder participar de tudo ao mesmo tempo. não quero. não mesmo. não vou me descabelar pra fazer todos os cursos do mundo, pra ver todas as peças e pra ver todos os filmes, encontrar todos os amigos...

* posso ser 'out' um pouco? posso não comentar sobre o último filme que vi. posso não ir naquela pré-estréia concorrida? posso?

* obs. ser 'out' não é estar estar 'off'

* contraditorium === >>>> a onda agora é twittar. me follow ++++ >>>

* contraditorium II [eu quero ver macy gray, joss stone, sepultura, proveta, voltar pro circo, voltar pro teatro, voltar pro cinema, ver a estréia de nome próprio, ver a peça nova do oficina, fazer outra pós, etc]

* e esse bossa nova na garoa, que acontece domingo, será que é legal?

* e o banquete antropofágico do teatro oficina, será que é legal?

* e o batismo lá na igreja. por que eu não estou animado com isso?

* e o maio de 68?

* aaah, fui criticado porque não vi a entrevista no fantástico com a mãe daquela menina que morreu... quantas meninas morreram na china esta semana? você sabe?

* preciso trabalhar mais.

alguém aí quer me pagar para eu escrever em blogue?
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quarta-feira, 7 de maio de 2008

gracias por sus libros, julio cortázar



não adiantou. nem os amigos, nem os críticos, nem os jornais, os entendidos, as livrarias, a universidade. todos me indicaram julio cortázar. e eu não dei ouvidos. ao contrário de caras como o saramago ou o gabriel garcia marquez (que li por insistência e agora gosto muito), do julio eu preferi manter distância. mas é aquela coisa, quando é pra ser, é. e agora é pra ser. e agora ele é o cara que leio nos intervalos e percursos. mas quando foi mesmo que me interessei por ele? ah, sim, foi lá na frança, no cemitério do montparnasse. entre as dezenas de personalidades famosas enterradas ali, está o julio. difícil de encontrar, o túmulo é simples, de mármore e, diferente dos outros famosos, não tinha bonecos, cartas, fotos... tinha apenas alguns passes de metrô, bilhetes e umas flores vermelhas. o que me chamou atenção foi uma frase escrita no próprio túmulo: gracias por sus libros.


quem escreveu isso não queria apenas elogiá-lo, mas agradecer pela obra. então fico imaginando que livro foi e qual impacto um livro pode causar na vida de alguém, a ponto de agradecer no túmulo. ok, não vamos discutir se é ou não vandalismo pichar um túmulo, nem se o julio vai ler aquilo, já que está morto, mas o fato é que achei isso muito bacana e por isso fui atrás de alguns livros dele.


atualmente leio histórias de cronópios e de famas, que já me disseram que não é lá uma de suas melhores obras. não importa. não sou crítico literário, nem nada. mas digo que estou realmente embasbacado com esta leitura. tardia, é verdade, mas como disse lá em cima: quando é pra ser, é.

deixo aqui um trecho de entrevista que achei no youtube falando deste livro e um comentário de um amigo que tem tudo a ver com este post.






"não concordo com a definição de que literatura é um cânone selecionado por um grupinho de especialistas. literatura é o que fica. literalmente, letra que perdura. não como as fotografias que ficam amarelas, ou os filmes que ficam datados nas roupas, nas falas, nos modos de interpretação e ritmos, tudo se convertendo 'registro do passado'. os livros são atos e pensamentos que permancem vivos e se renovam a cada leitura, enquanto nós, viventes, vamos todos para o esquecimento" eat
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