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sábado, 30 de março de 2013

parceiro, PARA! tá escroto. ok?

teses, dissertações, matérias de jornal, artigos com especialistas, eventos de social media, enfim, muito tem se falado sobre a questão da exposição pessoal nas redes sociais. mas nenhum texto foi tão claro, tão preciso e tão honesto como o desta carioca no vídeo abaixo.

maravilhoso!


sexta-feira, 29 de março de 2013

sobre os shows grandes e a alegria de estar em casa

o tempo muda e a gente também. foi-se o tempo que eu gastava muito dinheiro para ver shows grandes, em estádios, principalmente. por sorte (na verdade pelo trabalho ou por ter amigos músicos ou de produção), sempre acabava ganhando ingressos, então ia. mas sabe quando cansa? fora a questão dos preços altos para shows no brasil, tem o táxi de ida e de volta, a alimentação, as filas no banheiro, a bebida, o fato de você ver apenas pelo telão... só de escrever já fico com preguiça.

claro que estar ali com milhares de pessoas frente-a-frente com seus ídolos musicais causa um furor, uma emoção que não dá pra explicar. e até aí houve uma mudança drástica. não tenho mais ídolos musicais. claro, tem os ícones da minha vida, como morrissey (que graças a deus tocou em um lugar pequeno, fechado, sem filas e foi incrível). tem também o david bowie que, se vier ao brasil, (ou se eu estiver em país em que ele for tocar, irei com certeza). mas de resto, todos os outros morreram.

por isso tenho preferido os shows pequenos, em que é possível ver o artista, ouvir bem a música, encontrar e conversar com amigos. às vezes sai até mais caro que os megashows, mas tem valido a pena. assim foi o do massive attack, por exemplo. o do justice, no sónar do ano passado também foi maravilhoso, com público que realmente estava ali para curtir a banda, em um local bacana, que não me recordo agora.

os shows nos SESC'S, por exemplo, são os meus preferidos. baratos, com uma qualidade extremamente inquestionável e bem aparados tecnologicamente

e olha que engraçado, lembra do show do franz ferdinand, ano passado? fiz uma busca pelas redes sociais e todos reclamavam da fila gigantesca e da super lotação. nem saí de casa. a noite, no domingo resolvi ir à uma festa e quem estava lá? sim, os caras da banda, livres e soltos se divertindo como qualquer um de nós. isso foi o máximo!

e neste fim de semana acontece o lollapalooza. queria muito ter visto o cake e o the killers. e também o passion pit, que já vi. e também rever o hot chip com esse novo disco incrível deles. e o foals e outras bandas maravilhosas. mas sabe, preguiça?

e agora, aqui em casa, nesse friozinho gostoso, nada melhor que ver pela internet os killers arrasando no palco. show curto e animado com o lindo do brandon flowers. daqui a pouco o show acaba e eu não terei passado raiva pra comprar um pedaço de pizza por 10 reais, nem por ter esperado táxi, nem por nada. perdi, claro, o suor, a gritaria do povo, a emoção do corpo a corpo. mas quer saber? foi a melhor coisa.

quem sabe hoje a noite não os encontro por aí em alguma festinha?
.
the killers

QOTSA

terça-feira, 26 de março de 2013

ana c (de novo)


assistir a um filme sobre ana cristina cesar, mesmo que não seja tão bom como o que acabo de ver, é como ler um de seus livros. não muda sua vida, mas deixa marca, como um machucado. dói na hora. dói na alma. e você esquece. aí depois você lembra porque vê a cicatriz que ficou, como o verso daquela música que você nunca ouviu. e você não quer fazer mais nada, nem ler, nem escrever. e você escreve. e lê. e quer dormir pra acordar bem, dormir pra não acordar bem, dormir pra não acordar nunca mais. viver tudo antes que o mundo acabe. acabar com o mundo em que você vive. então você pega um de seus livros, que são bons porque não são como filmes que não são tão bons. e você vive e morre e vive entre as palavras desta mulher verdadeira e mentirosa, essa rata sem rótulo, essa poeta maravilhosa, essa poeta morta, essa poeta que é, foi, ana cristina cesar.


segunda-feira, 25 de março de 2013

mas você (ou... sobre o passado)





porque eu sou tímido e teve um negócio de você perguntar o meu signo
quando não havia signo nenhum
escorpião, sagitário,
não sei o que lá

ficou um papo de otário, um papo
ia sendo bom
é tão difícil tão simples
difícil, tão fácil

de repente ser uma coisa tão grande
da maior importância
deve haver uma transa qualquer
pra você e pra mim
entre nós

e você jogando fora e agora
vai embora, vá
deve haver um jeito qualquer, uma hora
há sempre um homem para uma mulher
há dez mil mulheres para cada homem
uma mulher é sempre uma mulher
etc e tal

assim como existe disco voador
e o escuro do futuro
pode haver o que está dependendo
de um pequeno momento
puro de amor

mas você não teve pique e agora
não sou eu quem vai lhe dizer que fique
você não teve pique, não sou eu quem vai lhe dizer que fique

mas você não teve pique e agora
não sou eu quem vai lhe dizer que fique...

não sou eu quem vai.


domingo, 24 de março de 2013

you take my breath away

esses dias eu falei aqui que THE KNIFE é das minhas bandas preferidas ever. e postei o clipe de PASS THIS ON, música linda e clipe idem, que tem um significado especial, pois foi enquanto tocava essa música numa festa na trackers que conheci aquele cara que se tornaria uma das pessoas mais especiais na minha vida. e é ainda hoje, mais de dois anos depois da festa que provou que o amor existe.

bom, agora posto esse clipe, o segundo que mais gosto da banda. esse lance do sintético, do glam, dos anos 80, da dancinha. ah, pra quem não sabe, karin dreijer, essa voz maravilhosa de THE KNIFE, também está por trás do maravilhoso FEVER RAY, projeto solo da cantora.

have fun



The Knife - You Take My Breath Away from Tucker Monticelli on Vimeo.

quarta-feira, 20 de março de 2013

pra quem você escreve

quando os blogs eram legais e eu gostava de ler, passava horas em frente ao computador. e eu lia coisas realmente muito boas. não falo apenas de uma boa história, mas de textos bons. tinha aquela garota do interior que veio pra sp e desabafava sobre as aventuras na cidade grande, o menino gay que tentava, por meio da internet, entender suas crises em relação à sexualidade, o outro que postava seus desenhos, fazendo de seu site uma exposição virtual, entre outros blogs, maravilhosamente bons.

com a tal da inclusão digital, das facilidades de se criar um site e da proliferação extraordinárias das redes sociais, todo mundo passou a ter um blog e, consequentemente, a escrever bobagens. claro que haviam bobagens antes, mas os blogs bons ficaram esparramados entre os ruins. twitter, facebook, tudo isso também ajudou a iniciar o declínio da expressão literária na internet. hoje em dia até o governo te banca se você quiser ter um blog. as empresas então, nem se fala.

e se hoje eu uso um discurso disfarçadamente crítico em relação aos blogs, não quero dizer que os odeio por completo, tampouco dissemino ódio pelas redes sociais. mas acho que o texto - enquanto texto mesmo - mudou muito em muito pouco tempo. as peças de teatro, os romances, os sms's, tudo ficou meio superficial. eu mesmo às vezes penso que deixei de escrever bem. não que eu fosse um bom escritor, mas mediocridade nunca foi um traço da minha escrita.

na área de comunicação, já escrevi para revistas, sites de compra coletiva, hospitais, escolas, centros culturais e empresas, mas o foco era sempre internet. e o que eu ouvia das pessoas que me contratavam era sempre a mesma coisa. eles queriam aumentar o público, independentemente do conteúdo. o objetivo sempre foi vender. a imagem, os produtos, os conceitos.

quando comecei a trabalhar em casa, pude escolher melhor o que vender e a quem atender. três anos de muito aprendizado até que bateu aquela saudade de trabalhar em grupo, parar de falar sozinho, discutir as ideias. há pouco tempo voltei ao mundo corporativo. apesar de estar numa empresa cultural, que amo, admiro e sempre quis fazer parte do "time", não posso deixar de admitir que é uma empresa e portanto tem as características de empresa. e a que mais me incomoda é a de que o objetivo final é sempre o lucro.

mas o que mais me anima é o fato de poder trabalhar com cultura e com texto. e melhor ainda, o que mais me fascina é poder usar meu texto para atingir milhares de pessoas que nem me conhecem, nem imaginam o que eu faço. e isso me dá uma ansiedade enorme, pois se eu falo (escrevo) uma bobagem no blog é uma coisa, 20 pessoas vão ler e ignorar. mas escrever para 200 mil por mês é de uma responsabilidade imensa.

entretanto, a questão aqui não é apenas a quantidade de pessoas que leem, mas o que elas leem. por isso acredito que escrever em uma época em que tudo beira a superficialidade é uma tarefa quase impossível. a maioria das pessoas lê pouco e quando leem, querer fluidez, rapidez, pá pum. e se agradar 20 pessoas já é difícil, imagine 200, 300, 500 mil, 1 milhão...

e nos blogs ainda tem uma série de outras questões. e sobre essas questões escrevo mais tarde.

segunda-feira, 18 de março de 2013

girls

preciso assumir.

em meio à tanta bobagem, tanto clichê, tanta pagação de sapo em relação às séries de tv, a única coisa que me agradou nos últimos anos, depois de prision break, foi esta série. e não me importa a polêmica em torno dos milhões de dólares que a autora está ganhando ou sobre a futilidade de sua literatura. me importa a discussão sobre o que dá ou não dinheiro nesse mundo, sobre o mercado editorial, sobre o sexo, sobre as simplicidades de vida, sobre o amor, sobre um bom texto, sobre o que realmente vale a pena. por isso eu gosto de girls.

que venha a terceira temporada!


da insatisfação que nos move

eu, que não tenho certezas, posso afirmar uma coisa: nunca estaremos plenamente satisfeitos com nada. você conquista um mestrado, quer o doutorado. passa a trabalhar num lugar bacana, quer um aumento. aluga um apê gostoso, quer um maior. enfim, nada está perfeito a ponto de te fazer aquietar. e isso é até bom, pois o fato de querer sempre mais, te faz conseguir sempre mais. principalmente se você ambicioso, coisa que não sou.

engraçado que as coisas sempre aconteceram de maneira natural. aí fico pensando: se consegui conquistar tanta coisa apenas deixando a vida seguir seu rumo, imagine se eu tivesse realmente lutado por algo que quis. se tivesse estudado mais, ou se não tivesse largado aquela dinâmica de grupo escrota na empresa que me pagaria pelo menos cinco vezes mais do que recebo hoje. não, longe de mim reclamar. e muito menos dizer que as coisas acontecem sem meu esforço.

como já disse aqui (e adoro repetir) sempre conquistei tudo que tenho por meu próprio esforço. não sei o que é receber ajuda financeira do papai desde os 13 anos, ou seja, há pelo menos 20, tudo que tenho foi porque eu busquei. desde o pc 486 às viagens maravilhosas que fiz.

mas a respeito daquela certeza do início do texto, preciso dizer que não estou satisfeito. sabe quando você chega no trabalho e recebe parabéns pelo último job (também adoro essas palavras em inglês que a gente incorpora no trabalho) que você coordenou? isso serve pra aumentar o ego, sentir-se útil, desejado, querido. e isso importa muito, claro, mas não é só isso. o que quero dizer é que tudo isso é muito bom. ser reconhecido no mundo louco do trabalho em que vivemos hoje é para poucos, mas o lance é não esquecer do que nos fez chegar lá.

sim, estou muito, obrigado. e não, eu não cheguei lá. e apesar de estar onde escolhi estar, espero não chegar lá tão cedo, pois isso me faria acomodar. mas confesso que fui mais além do que imaginava.

e agradeço à vida por ter passado por empregos tão bons e tão ruins, pois todos me ensinaram algo. dos bons, eu cultivo o aprendizado, as amizades, os benefícios. dos ruins, apenas o desejo de que algo mude, que as pessoas que ainda permanecem sintam-se encorajadas buscar algo a mais que dinheiro.

e que pra todos, a insatisfação seja algo que nos mova, sempre.







domingo, 10 de março de 2013

pina

domingo

10 de marco de 2013

praça da república sp brasil

(sempre achei idiota chamar bichos de filhos)

mas essa é a nossa.

pina.