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sexta-feira, 29 de junho de 2007

invisível dj, ira!



ontem, na cinemateca, teve uma exibição especial do documentário 'invisível dj: a gravação do disco', dirigido por ricardo laganaro. o disco a que se refere o título é o mais novo do grupo ira!, que recentemente completou 25 anos de carreira.

como o próprio laganaro disse ontem, não há, no brasil, muitos filmes musicais que documentam processos de criação. a maioria mostra apenas os bastidores, artistas escovando os dentes, trocando de roupa e sobra pouco espaço para coisas interessantes como, por exemplo, o que passou pela cabeça do compositor quando criou tal letra de canção. ou então, o porquê deste arranjo e não aquele.

e isso o invisível dj traz. além de vermos os componentes da banda explicando seus pontos de vista sobre cada música, podemos ver isso, como se estivéssemos naquele estúdio junto com eles.

obs.1: o documentário faz parte do dvd, que já está a venda.
obs.2: laganaro atua também na direção de filmes publicitários e trabalhou nos clipes das bandas hateen e nxzero.



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quinta-feira, 28 de junho de 2007

björk no brasil


todo ano ela vem para o brasil e, desta vez, parece que ela vem mesmo cantar no tim festival, em outubro. mais björk aqui.



trecho de human behavior


there's definitely, definitely, definitely no logic
to human behaviour
but yet so, yet so irresistible....

(não há nenhuma lógica para o comportamento humano,
mesmo assim é irresistível...)
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björk no brasil



dizem que, para fazermos uma análise crítica de algo ou alguém por quem temos paixão, é preciso nos distanciarmos do objeto a ser analisado. caso contrário, nossas emoções podem interferir, fazendo com que sejamos parciais na análise, deixando de lado possíveis aspectos negativos. concordo em partes.


exemplo: comecei a escrever um texto, analisando a obra da cantora islandesa björk. tentei achar algum defeito, problema, falha... não encontrei nada ruim. nada. tá bom, ela é grossa, se irrita facilmente com fãs, dá soco na cara dos repórteres, costuma jogar objetos em quem pede para tirar foto com ela. tudo isso pode influenciar na carreira, mas ela é björk. ela pode.


viu só? apesar dela ter feito tudo isso, fui parcial e a defendi.


e se ouvir björk é bom, vê-la é melhor ainda. seus clipes são muito mais que músicas em versão video. são mais que videos musicados. são verdadeiros curta-metragens. coisa fina.




recentemente, a revista isto é elegeu os cinco melhores clipes da cantora. não lembro agora quais eram mas, pra mim, todos os clipes são os melhores. todos. desde os antigões como human behavior, venus as a boy e play dead de 1993, que vejo dezenas de vezes seguidas até estes mais recentes como all is full of love e earth intruders.


it's oh so quiet é o mais famoso e foi o primeiro que vi, em 1995, quando conheci e comecei a gostar da moça. o que são aqueles gritos, aquela dança estilo broadway, aquelas piruetas, aquele vestido laranja, aqueles guardas-chuvas abrindo em seqüência?



para resumir a história, não finalizei o texto, mas quando conseguir, posto aqui. por enquanto, informo apenas que dizer que björk é excêntrica é redundante. ela criou um estilo próprio e ninguém, até hoje, conseguiu superá-la, ou seja, neste estilo, ela se supera, supera as outras cantoras que existem e as que virão a existir.




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quarta-feira, 27 de junho de 2007

novo conto do marcelino freire

[este é o novo conto do marcelino freire, que fará parte do novo livro dele, RASIF - mar que arrebenta, a sair no começo de 2008, pela record. ele disse que escreveu porque andavam reclamando que seus contos falavam apenas de tragédia. então, resolveu escrever um que falasse de amor. o resultado é este aí]

CRISTÃO
Marcelino Freire


Amor é a mordida de um cachorro pitbull que levou a coxa da Laurinha e a bochecha do Felipe. Amor que não larga, na raça. Amor que pesa uma tonelada. Amor que deixa, como todo grande amor, a sua marca.


Amor é o tiro que deram no peito do filho da dona Madalena. E o peito do menino ficou parecendo uma flor. Até a polícia chegar e levar tudo embora. Demorou. Amor que mata. Amor que não tem pena.

Amor é você esconder a arma em um buquê de rosas. E oferecer ao primeiro que aparecer. De carro importado. De vidro fumê. Nada de beijo. Amor é dar um tiro no ente querido se ele tentar correr.

Amor é o bife acebolado que a minha mulher fez para aquele pentelho comer. Filhinho de papai, lá no cativeiro. Por mim, ele morria seco. Mas sabe como é. Coração de mãe não gosta de ver ninguém sofrer.

Amor é o que passa na televisão. Bomba no Iraque. Discussão de reconstrução. Pois é. Só o amor constrói. Edifícios. Condomínios fechados. E bancos. O amor invade. O amor é também o nosso plano de ocupação.

Amor que liberta, meu irmão. Amor que desce o morro. Amor que toma a praça. Amor que, de repente, nos assalta. Sem explicação. Amor salvador. Cristo mesmo quem nos ensinou. Se não houver sangue, meu filho, não é amor.

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terça-feira, 26 de junho de 2007

o comentário e a catarse

"adorei (mais ou menos) o que vc falou do darwin no seu blog. meio chapa branca.

nao acredito em arca de noé, uma coisa é "história" outra é crença. Gosto dos místicos. Acredito na bíblia enquanto cifra. teologia deveria ser decifraçao. adoro os livros ateus do saramago por que eles me fizeram mais cristão. acho "religiao" uma ideia bonita e mal engendrada na prática por homens tortos. como são todos mal modelados, acho impossivel uma religião que abarque o compromisso de religar o homem a Deus. Acho que cada experiencia espiritual uma esperiência individual, sempre dolorosa (...) em busca de uma verdade impossível. Vai sempre ser busca, queda, elevação. Sou pela catarse, sou pela momento epifânico, sou pela graça também com alegria. O corpo é provisório elemento, mas sem a limitação que é a a carne como transcender o corpo? Deus para mim não é uma experiência intelectual. Acho a bíblia a coisa mais linda do mundo. Amo todas as passagens narrativas (e cantares poéticos), o livro de Jó é impensável materia-drama inconsútil. viver exige demais do vivente. eu fiz uma tese longa só para pensar na alma, em Deus, nas palavras, nos homem. acabei quedando na idéia de que a vida em si "é só o demoramento". (...) Deus sempre me livra da tristeza extrema. A sua mão moldou o homem, sete dias, adao (Adamah), Caim, Abel, tudo lindo, cifras. sete dias e nomear o mundo. acho um disperdício os que leem ao pé da letra. e no princípio, lá estão as águas, a luz que se faz numa grande explosão. tudo se complementa. e os pobrezinhos querem os personagens. Darwin é um profeta. Marx também. Antes Aristóteles, Shakespeare depois, Freud outro. Podemos continuar a listar. Todos que tentam explicar o que é o homem e a vida, mesmo ao negar Deus, já estão confirmando o maravilhoso.

mas me cansa tanto domar dogmas, excogitar enigmas, engolir esquemas.


meditemos."

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[comentário do meu amigo e leitor deste blogue, eduardo, sobre a postagem abaixo. publiquei sem pedir. no fundo, no fundo ele diz algumas coisas que eu gostaria de dizer. como complemtento, ele publicou no blogue dele um fragmento da tese longa que escreveu. para ver, clique aqui]
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segunda-feira, 25 de junho de 2007

darwin no masp

objetos do escritório de charles darwin



há uma grandeza nessa visão da vida


depois de visitar a exposição "darwin - descubra o homem e a teoria revolucionária que mudou o mundo", no masp, uma coisa não saiu de minha cabeça: darwin acreditava em deus. isso mesmo! o cara que desenvolveu a principal teoria que vai de encontro ao criacionismo acreditava num deus. o bom destas exposições é que passamos a tomar contato com situações e curiosidades que os livros didáticos e as enciclopédias não mostram. objetos pessoais, roupas, cadernos, rascunhos, cartas... eu gosto disso.

eu não sabia, por exemplo, que ele tinha passado pelo brasil em plena época da escravidão, fazendo críticas a este sistema e que caçou emas no rio grande do sul. eu não sabia que, quando foi chamado para fazer uma expedição ao redor do mundo com outros naturalistas, pediu permissão ao pai, que primeiramente não autorizou, mas depois, com uma lista das objeções e respostas à todas elas, deixou o filho viajar. não sabia também que, antes de se casar, fez uma lista da mulher ideal e que até sua morte, sentiu-se culpado pela morte de uma das filhas.

a exposição traz também animais, esqueletos de dinossauros, plantas e um monte de informações sobre suas teorias, seus livros e a famosa lei da seleção natural. mas nada disso me chamou mais à atenção, que as informações que vi nas entrelinhas da mostra, em que pude ler:


"minhas dúvidas e questionamentos sobre a existência de um ‘designer’ criador do homem e da natureza não significam que eu não acredite que há alguém por trás de tudo isso"


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sexta-feira, 22 de junho de 2007

estes dias

ontem: último dia de aula do curso básico de teatro do macu (naíma). último pra mim, que tranquei matrícula. depois escrevo como foi esta experiência.

amanhã: tem lançamento do cd do marcelino freire. sim, o arretado autor de contos negreiros resolveu gravar um cd homônimo ao livro, em que narra todos os contos. há também participação da cantora fabiana cozza e do percussionista douglas alonso, que foi meu professor de batuque. coincidências (?)

o marcelino aproveita pra dizer que, na ocasião, com entrada franca, acontecerá a apresentação do show "cantos negreiros". será neste sábado, dia 23/6 às 18 horas, na biblioteca alceu amoroso lima, à av. henrique schaumann, 777.

hoje: preciso ficar só e sozinho. talvez assim, consiga ouvir o que tenho a dizer a mim mesmo. nem me lembro quando foi a última vez que fiz isso.
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terça-feira, 19 de junho de 2007

tatiana belinky

[tatiana belinky é a principal responsável pelas primeiras adaptações do sítio do pica-pau amarelo para tv, em 1952. michele prado é uma amiga jornalista que adora literatura infantil, arraiás e quadrinhos. e foi ela que, atendendo a um pedido meu, escreveu este belo perfil da tatiana]


era uma vez

Quando pisou em terra firme e, pela primeira vez, os olhos passearam pela paisagem tropical do Brasil, acreditou estar numa "Cucanha", terra imaginária com "enorrrmes palmeiras" de "enorrrmes folhas" e cachos de banana. Até então, não conhecia o fruto em penca. Na Rússia, dividia milimetricamente com os irmãos a única banana que o pai levava para casa. Sempre gostou do sabor acre. Não precisa de chocolate para ser doce.


Aficionada por línguas e história desde que aprendeu a ler, com seus tenros 4 anos e meio, encontrou nas artes e na literatura sua grande paixão. Leu Jeca Tatu no verso de um folheto do Laboratório Fontoura e pronto! Encantou-se de cara. Prontamente, tratou de ler toda a obra de Monteiro Lobato. Queria ser bruxa, mas foi só conhecer Emília para mudar de idéia.

A criança que maravilhou-se com o mundo das palavras cresceu, mas só por fora. Conheceu Júlio Gouveia, psicólogo e psiquiatra, amante das manifestações artísticas, assim como ela. O casal tinha tanto em comum que até chegaram a ser interrompidos, na Praça Buenos Aires, quando um guarda interpelou: "Vocês são namorados mesmo? Nunca vi namorados que só falam...". Afinidades reveladas, "casaram-se duas bibliotecas".

"Anti-tiete" não queria conhecer seus autores preferidos, temendo que tivessem "nariz empinado" e acabasse o encanto. Mas, por força do acaso, num belo dia Lobato ligou em sua casa, curioso por conhecer seu marido Júlio. Assim que atendeu ao telefone e ouviu o interlocutor dizendo quem era, não acreditou, respondendo prontamente: "Ah, tá! Eu sou o Rei Jorge!".

Hoje, aos 88 anos, ainda mantém vivinha a criança que foi no passado, um "feixe de influências". É "tecnofóbica", "os dedos não encontram as teclas", mas também, nem precisam... As mãos gesticulam, falam por si só. Escreve apenas sobre o que gosta e tem horror ao politicamente correto. Vê as histórias infantis como um treino para as emoções vida afora. Tatiana ama. Belinky encanta. Já passou da marca dos 100 livros publicados. Deve ser culpa de algum Pó de Pirlimpimpim.

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[mais michele, aqui]
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domingo, 17 de junho de 2007

flap, flip, flap!

flap! 2006



há tempos ouço falar da flip (festa literária internacional de parati) e sempre tive vontade de participar. não tem um motivo especial, a não ser gostar muito de livros. sei que por lá aparecem muitos autores famosos, rolam uns workshops, oficinas, palestras, debates. parece ser bacana. e sempre gostei destes eventos internacionais que acontcem no brasil, mas fora de são paulo, até para manter contato e conhecer pessoas com interesses afins. por isso fui ao fórum social mundial em porto alegre, ao festival de teatro de curitiba, encontro de comunicação em belo horizonte, entre outros.


ano passado quis ir à tal da flip. não fui. quando soube que para assistir a um bate-papo com escritor eu teria de pagar r$ 17,00 ou r$ 5,00, para ver do lado de fora, achei muito estranho. sei da qualidade dos autores. eles merecem respeito. mas qual o objetivo desta festa? promover literatura? promover encontros? vender livros? não consegui achar resposta. então pensei: será este mais um evento hipócrita que nós, brasileiros, adoramos. um são paulo fashion week literário, em parati!?


na época do evento, em 2006, estava escrevendo um livro-reportagem (tcc) sobre ódio na internet e, por isso, tive muito contato com blogues e blogueiros. não lembro exatamente como, mas neste momento li em algum blogue sobre um evento alternativo à flip. era a flap! e ía acontecer no espaço dos satyros, praça roosevelt, são paulo. não pude ir, mas soube da repercussão e achei demais a iniciativa do grupo que a criou.


este ano tem a flip novamente. agora é r$ 20,00 pra ver cada palestra. como disse, não desqualifico a festa, nem os escritores que participam. se nos próximos anos eu tiver mais dinheiro, com certeza valerá a pena passar uns dias em parati, num evento como este. mas por que eu iria pra lá se aqui, em são paulo, tem a flap! ?


e a programação da flap! 2007 está ótima. além de amigos como eduardo araújo teixeira, que participa da mesa 'turma do fundão: a literatura na sala de aula' e marcelino freire - que também vai à flip, na abertura, tem um monte de gente que admiro pra caramba, como o lourenço mutarelli, glauco mattoso, alberto guzik. tem a poesia de donizete galvão, que gosto muito e de ana rüsche, cujo blogue, peixe de aquário, leio quase todos os dias.


e tem mais um monte de coisa interessante que se eu fosse você, não perderia.


fotos, vídeos, curiosidades, textos e programação completa, aqui.


flap 2007: contaminações.
29 de junho. casa das rosas (av. paulista, n° 37)
30 de junho e 1º de julho. espaço dos satyros I (pça. roosevelt, nº 214)
grátis.


flap! 2006

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sexta-feira, 15 de junho de 2007

romero britto



romero britto é daqueles artistas que fazem mais sucesso fora do que dentro do país natal. pernambucano, diz que passava os dias da adolescência copiando obras de toulouse-lautrec. não vejo nada de toulouse em suas obras, que são todas coloridas, quase sempre com personagens felizes ou bichos, principalmente gatos. até dia 22 de junho está em exposição no espaço cultural citi, na aveninda paulista 1.111. particularmente achei a exposição fraquinha, comparada à que aconteceu há uns 8 anos, numa galeria dos jardins. para quem quiser conhecer seus trabalhos, sugiro visitar sua galeria, que fica na rua oscar freire, 562, em sampa.

happy cat and snob dog

flower power iv - eu tenho!







the hug - ainda vou ter

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quinta-feira, 14 de junho de 2007

cão sem dono, beto brant














sem muito o que dizer, digo que este novo longa do beto brant é muito, muito bom. diferente dos anteriores (os matadores, ação entre amigos, o invasor e crime delicado), esta é uma história de amor. na verdade é uma adaptação do livro do daniel galera, até o dia em que o cão morreu, feita por marçal aquino. o filme segue uma tendência do cinema brasileiro de trabalhar com não-atores ou atores provenientes do teatro e tem uma proposta bem realista.


depois da exibição do filme ontem, na pré-estréia, teve um bate-papo com o marçal e com a atriz tainá müller. o interessante é que ela tinha sido contratada por brant para ser assistente de direção e era a responsável pelo casting. fez zilhões de testes com garotas de porto alegre e, sem êxito, ela mesma ficou com o papel de marcela, namorada se ciro (julio andrade), um cara formado em letras, revisor e tradutor de livros russos.


importante: tainá müller é namorada do daniel galera, autor do livro. trabalhou na mtv, foi modelo e cursou a faculdade de jornalismo na puc para ganhar o dinheiro da cerveja do fim de semana, já que seu pai não ía dar mais mesada. é uma excelente não-atriz e está estudando para ser tornar uma.

estréia amanhã, dia 15/6.


sinopse, fotos, trailler, etc, aqui.
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quarta-feira, 13 de junho de 2007

ainda, a ocupação na usp

segundo o site g1, o pessoal da usp tem indícios de desocupar a reitoria. como já disse aqui no blogue, acredito ser uma manifestação legítima, mas sei que tem muito oba-oba por lá. tem gente querendo mesmo é farra, briga, choque com a polícia. estive lá e ouvi alguns absurdos como, por exemplo, a criação de uma comissão de segurança que se revezava no prédio, equipado com bolinhas de gude à espera das tropas. só pode ser brincadeira. um outro disse que não via a hora da polícia chegar. tem gente comparando a ocupação ao maio de 68, na frança... será?

creio que não, mas veja que interessante este folheto que recebi logo na entrada da reitoria.

já que a polícia não vem... acho que eles não vão mais precisar...


segunda-feira, 11 de junho de 2007

não tem mais jeito


mãe e filho discustindo


(andrew) _ você é uma vaca insensível.


(bree) _ não entendi o que disse.


(andrew) _ eu te odeio.

(bree) _ o oposto do amor não é o ódio. é a indiferença, o que significa que ainda se importa comigo.




[diálogo de bree com seu filho andrew, no décimo sexto espisódio da segunda temporada de desperate housewives, chamado 'there is no other way'.]


fantástica esta cena.




ps. o título do episódio veio como uma confirmação, assim como a música que ouvi o dia todo de vanessa da mata, que diz: "é só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte..."
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coisas acontecem
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boa sorte, good luck

é só isso
não tem mais jeito
acabou, boa sorte


não tenho o que dizer
são só palavras
e o que eu sinto
não mudará


tudo o que quer me dar
é demais
é pesado
não há paz


tudo o que quer de mim
irreais
expectativas
desleais

that’s it
there is no way
it over, good luck

i have nothing left to say
it’s only words
and what l feel won’t change

everything you want to give me
it too much
it’s heavy
there is no peace

all you want from me
is’nt real
expectations

tudo o que quer me dar
é demais
é pesado
não há paz


tudo o que quer de mim
irreais
expectativas
desleais

mesmo, se segure
quero que se cure
dessa pessoa
que o aconselha

há um desencontro
veja por esse ponto
há tantas pessoas especiais

now even if you hold yourself
i want you to get cured
from this person
who poisoned you

there is a disconnection
see through this point of view
there are so many special people in the world
so many special people in the world, in the world

all you want, all you want

now were falling into the night
um bom encontro é de dois
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sábado, 9 de junho de 2007

não por acaso

branca messina e cássia kiss (de costas)


leonardo medeiros e rita batata



rodrigo santoro
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não por acaso: trânsito, sinuca e omelete

quando li uma matéria sobre o filme não por acaso, cujo título era “rodrigo santoro estrela o drama”, fiquei um pouco receoso. obviamente, pensei, é apenas uma estratégia de marketing para atrair mais espectadores para um filme brasileiro. não me enganei, porque santoro não estrela nada e ninguém estrela nada naquele filme porque nenhum ator se sobressai ao outro.


não por acaso, de philippe barcinski, é um dos filmes mais inteligentes que vi. primeiro porque foge do senso comum cinematográfico brasileiro que, se não fala da miséria/sertão do nordeste, fala da miséria/favela no rio de janeiro ou então da miséria/violência de são paulo. depois, porque são poucos os filmes em que pude aprender coisas essenciais como, por exemplo, fazer omelete, jogar sinuca, a diferença do café produzido na bahia e no espírito santo e quantos segundos um semáforo leva para fechar e abrir.


o drama acontece em são paulo e traz leonardo medeiros como um engenheiro de trânsito, apaixonado pela ex-amante, mônica e pai de uma garota de dezesseis anos que não o conhece. rodrigo santoro fabrica mesas de sinuca, joga sinuca e mora na fábrica de sinuca com teresa, que morre atropelada pelo carro em que está mônica, que também morre no acidente.


e é assim que se desenrola o filme, com emoção, silêncios, diálogos concisos, bela trilha sonora, sem exageros e com atuações marcantes. destaco o trabalho de leonardo medeiros, já conhecido por seu trabalho no cinema em lavourarcaica e cabra-cega, e no teatro, em avenida dropsie, quando fazia parte da sutil companhia de teatro, numa montagem que até chuva tinha, em pleno palco do teatro popular do sesi. inesquecível.

outros dois trabalhos primorosos são o de branca messina, que morre no começo do filme e de rita batata, filha do personagem de medeiros. Ambas são de uma naturalidade incrível e deixam suas marcas mostrando que são atrizes talentosas. vale lembrar que vieram do teatro.


em não por acaso, conseguimos perceber que a vida não é como um jogo de sinuca, nem como o trânsito, em que é possível prever, controlar e mudar o que pode acontecer se darmos um passo a frente. ou recuarmos.

ou simplesmente ficarmos parados.
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quinta-feira, 7 de junho de 2007

fé versus fé

então, para evitar problemas familiares que certemente se estenderiam para o resto de meus dias, assinei uma petição para trazer de volta dos estados unidos o tal do estevan hernandes e sua esposa, sônia, da igreja renascer em cristo. não me importo com eles. pra mim tanto faz se eles vão ficar lá ou aqui. na verdade acho que é melhor eles ficarem aqui, pois o sistema carcerário de lá é muito bom. luxuoso até. sei que o que está acontecendo não é perseguição religiosa e pra mim eles deturpam a bíblia. não falo apenas da questão financeira e acredito que eles se assemelham à maioria dos políticos corruptos brasileiros.

sei que esta petição não vai dar em nada, mas não consegui dizer isso, nem nada daquilo que acabo de escrever olhando nos olhos daquele fiel aparentemente fanático que me entregara o documento. não tive coragem de ir de encontro ao que me dizia.

e no fundo, até o invejei por ter alguma coisa em que acredita a ponto de se passar por ridículo (porque aquela cena foi ridícula). tive vontade de sentir por algo ou alguém um pouco daquela paixão, expressa não apenas por seus olhos, mas por aquela atitude. e me senti mais vazio.
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terça-feira, 5 de junho de 2007

25 vezes teatro

nos posts abaixo, uma lista com as peças de teatro que vi nestes primeiros cinco meses de 2007. até agora foram 25, fora as leituras. o bom de guardar os bilhetes é isso. consigo relembrar o dia, o lugar, com quem fui, o que fiz antes e depois. nem todas as peças foram boas, mas todas valeram a pena. será o teatro uma paixão?

ah.: não encontrei todos os créditos das fotos. a maioria é de divulgação. outras tirei do blogue cacilda.

[1] - o avarento – 4 de janeiro

[2] - primeiro amor – 31 de janeiro




[3] - a pedra do reino – 10 de fevereiro



[4] - a filosofia na alcova – 17 de fevereiro

[5] - cleide, eló e as pêras – 23 de fevereiro


[6] - kerouac – 24 de fevereiro

[7] - efeito urtigão – 6 de março



[8] - anais do crime passional – 7 de março



[9] - aldeotas – 18 de março



[10] - a amor do sim – 9 de abril



[11] - na noite na praça – 10 de abril



[12] - impostura – 11 de abril

[13] - hoje é dia de amor – 12 de abril



[14] - na noite do aquário – 13 de abril



[15] - carro de paulista – 27 de abril

[16] - assassinos, suínos e outras histórias na praça roosevelt– 28 de abril



[17] - angu de sangue - 3 de maio



[18] - menina soldado - 7 de maio



[19] - omnibus /dança-teatro - 11 de maio

[20] - fio de sutura - 12 de maio



[21] - santidade - 12 de maio




[22] - o incrível menino na fotografia - 14 de maio

[23] - o púcaro búlgaro - 20 de maio




[24] - a educação sentimental do vampiro - 26 de maio




segunda-feira, 4 de junho de 2007

[25] - o homem provisório - 2 de junho

o romance de riobaldo e diadorim

antonio nóbrega e wilson freire

"quando eu vi aqueles olhos/ verdes como nenhum pasto/ cortantes palhas de cana/ de lembrá-los não me gasto. desejei não fossem embora/ e deles nunca me afasto. vivemos a desventurade um mal de amor oculto/ que cresceu dentro de nós como sombra, feito um vulto. que não conheceu afago/ só guerra, fogo e insulto. na noite-grande-fatal/ o meu amor encantou-se. desnudo corpo inteiro desencantado mostrou-se. e o que era um segredo, sem mais nada revelou-se. sob as roupas de jagunço/ corpo de mulher eu via. a deus, já dada, sem vida, o vau da minha alegria.

diadorim, diadorim... minha incontida sangria."
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homem provisório

riobaldo e diadorim

e sábado, dia dois de junho, assisti à vigésima quinta peça de teatro deste ano. o homem provisório, com direção de cacá carvalho. o texto é inspirado no livro de guimarães rosa grande sertão: veredas. falta gabarito para eu analisar com profundidade, pois não li a obra. mesmo assim, o que posso dizer é que o grupo responsável pela atuação, casa laboratório para as artes do teatro, é surpreendente. talvez pelo fato de terem ficado um mês no sertão, pesquisando a fundo e coletivamente terem criado todo o processo. percebi também que não se trata de uma transcrição cênica do livro e isto pode causar certa estranheza aos fãs da obra. creio que era apenas um recorte de um período histórico importante na vida dos dois personagens centrais, os jagunços riobaldo e diadorim, que ‘descobrem-se’ apaixonados. só no momento em que diadorim morre é que riobaldo saca que o jagunço morto na verdade é uma mulher. é uma trama complexa sobre a qual não vou me prolongar, mesmo porque não entendi uma série de coisas, mas achei uma história linda e um texto poético, que se assemelha à pedra do reino, dirigida por antunes filho. atuação impecável, na qual é possível perceber claramente o trabalho coletivo e o entrosamento dos atores entre si e com o diretor. o homem provisório é daquelas peças obrigatórias para quem quer entender como se faz teatro de verdade.
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