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quinta-feira, 19 de junho de 2008

spfw e as dez canções do chico

quer saber? não estou nem aí pro são paulo fashion week. pra mim, é mais um evento que deveria ser abolido do calendário de eventos da cidade (junto com a paradagay, marchaprajesus, etc, como já falei uma vez neste blogue). me diz, pra que serve o spfw? é tudo vazio, tudo imagem. só imagem. tendência de moda? baseado em que? em paris, london, new york? tá, é bonito ver aquela festa, deve ser divertido participar e uns colegas que trabalham lá me disseram que ganham muitos brindes bacanas. gosto de roupa, acho um barato, mas e daí? é só isso? posso estar errado, mas então alguém me explica pra que serve, ok?

não estou nervoso não, na verdade, como disse na primeira linha, não estou nem aí. por isso mudemos de assunto.

fiquei sabendo pela chris mello, no caderno 2 do estadão, que o rodrigo teixeira, um dos caras que idealizou o amores expressos está num novo projeto: chico 10 canções. é assim, ele vai distribuir 10 músicas do chico buarque pra 10 escritores (uma pra cada). com base nas composições, cada um escreve um conto, que será publicado num livro e outros meios, como internet e tal. quem vai coordenar é o ronaldo bressane e os escolhidos para escrever são:

alan pauls - ela faz cinema
andré sant´ana - brejo da cruz
cadão volpato - carioca
carola saavedra - mil perdões
joão gilberto noll - vitrines
luis fernando veríssimo - feijoada completa
mario bellatin - construção
mia couto - olhos nos olhos
rodrigo fresan - outros sonhos
xico sá - folhetim

bom, né?

por falar nisso. cadê o resultado dos amores expressos?
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sexta-feira, 13 de junho de 2008

por mórbida curiosidade

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1 - nem tudo o que escrevo no blogue é verdade. às vezes escrevo contos, microcontos, cenas, diálogos, conversas, idéias, pensamentos, críticas. palavras baseadas ou não na minha vida. baseadas ou não nas minhas experiências particulares ou, ainda, na vida e experiências particulares de pessoas próximas a mim. pessoas que encontro no metrô, no ônibus, na igreja, no bar, na rua, no trabalho, em casa, na internet.
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2 - nem tudo que escrevo é mentira. aliás, quase nada é mentira. nada é mentira. às vezes troco nomes. finjo que o outro sou eu. escrevo cartas pra mim mesmo e respondo. às vezes dou indiretas pra um, mas coloco o nome de outro. às vezes nem cito nomes. às vezes escrevo coisas pra alguém que esse alguém nunca vai saber quem é. e às vezes escrevo pra ninguém.
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3 - nem tudo o que escrevo no blogue tem a ver com você. você tem um lugar dentro de mim que é só seu. às vezes nem eu sei se falo de você ou pra você. às vezes tudo é tão intrínseco, que não posso, nem quero separar. mas às vezes não tem mesmo nada a ver com você. lembre-se que a vida é dialética. é construção. é feita de relações humanas. você é uma delas. talvez a mais importante, mas não a única.
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4 - um post é só um post. o blogue é só o blogue, mas a minha vida transcende a tudo isso. e a sua vida também.
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5 - o que está escrito, está escrito.
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6 - mas eu escrevo à lápis.
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quarta-feira, 11 de junho de 2008

a tia da lanchonete e meus 1500 pães de queijo

nos últimos cinco anos devo der ganho mais de mil e quinhentos pães de queijo. explico: quando comecei trabalhar nesta empresa, tomava café numa lanchonete aqui ao lado. não é o fran´s café, mas o café da fran. e como a fran tinha problema na coluna, eu a ajudava a subir as portas, aquelas pesadas de ferro, sabe? como pagamento pela minha contribuição, ela me dava um pão de queijo todo dia.

'não conte pra ninguém', ela me alertava. 'o pessoal daqui é muito folgado'.

e eu não contava mesmo. às vezes eu tinha até vergonha de passar lá, porque dava a impressão que eu só a ajudava em troca dos pães. mas ela sabia que não.

de uns tempos pra cá, meu horário mudou e quando eu passava em frente, a porta já estava aberta. mesmo assim, meu pão de queijo estava naquele negócio de vidro, como é mesmo o nome, estufa?

e ela avisava: 'corre que hoje você tá atrasado'. ou então: 'chegou cedo, caiu da cama?' e ainda: 'se prepara, porque seu chefe passou agorinha mesmo por aqui e tá com cara feia'.

era lá também que eu sabia quem tava namorando, quem tinha sido demitido, contratado, morrido, separado, tudo. e não precisava nem perguntar.


ela sempre cobrava a revista interna da empresa, que eu edito. 'e aí, essa revista agora é semestral, anual? eu preciso saber tudo o que acontece, lucas, agiliza lá meu', dizia, sem negar as raízes napolitanas.


agora não tem mais fran. o café, provavelmente vai ser vendido, já fiquei sabendo. tudo bem. algumas coisas precisam mesmo acabar para começarem outras.


e a vida é isso, não é?


nascer e morrer.


e o que você tem feito neste intervalo?
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quinta-feira, 5 de junho de 2008

você sabe o que é blog?

digam o que quiserem, a cada dia gosto mais de blogues. a mim não importam se são eles diarinhos de adolescente, jornalísticos , segmentados, comerciais, blá, não importa, eu gosto de blogues. de ler e de escrever.

gosto tanto, a ponto de me sentir ofendido quando alguém critica os blogues. não que eu chore descontroladamente por causa disso, respeito a opinião de cada um, mas odeio quando alguém diz: 'ah, que me interessa saber o que se passa na cabeça de tal pessoa?', 'que me interessa saber o que ele achou do filme?', 'que me interessa...?'.

bom, a primeira coisa que digo é: 'por que caramba então você acessou o tal blogue, se não quer saber o que tal pessoa pensa? por que não vai procurar um site, um jornal, um programa de tv?

a outra coisa que penso e pergunto é: 'por acaso você não sabe o que significa BLOG?

resumo do resumo:

BLOG vem de WEBLOG.
WEB, é rede ou teia em inglês e você deve saber que vem da WORLD WIDE WEB.
pra simplificar, é o tal do WWW.
aquelas três letrinhas que vêm antes dos endereços e você digita pra entrar num site.
SITE, a grosso modo, é uma página na internet.
INTERNET, pra não te complicar, é uma grande rede de computadores. bem grande. uma teiona.
até aqui você, querido jornalista que critica os 'blogues diarinhos', entedeu?
então vamos lá.
nem vou citar a influência das pesquisas do massachussets institute of technology nos tempos da guerra fria, pra não te confundir, ok? muito menos o centre européen de recherche nucléare.
mas então,
já sabemos bem por cima o que é WEB.
LOG é um diário de bordo (de navio ou de vôo).
então, vamos brincar de soma.
WEB + LOG = WEBLOG
REDE/TEIA + DIÁRIO DE BORDO = DIÁRIO DE BORDO NA REDE (internet)

logo, o blog é um diário de rede e cada um escreve no seu próprio diário de rede o que quiser, certo?

se você quiser escrever sobre cultura, escreva. sobre jornalismo, escreva.
e se quiser escrever o que comeu no almoço, com quem (não) ficou no fim de semana, sobre o filme que assistiu ou sobre qualquer outro assunto, ESCREVA.

você defende tanto os blogues jornalísticos (que eu gosto, sim), mas não percebe que são apenas 'mais uma versão dos fatos' ?

e que os blogues (ou blogs, como você prefere) diarinhos também?
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obs.: não sou expert em sites/internet/blogs, mas pelo menos não saio por aí falando besteira sem saber o mínimo sobre o assunto.
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segunda-feira, 2 de junho de 2008

a semana....

essa é uma daquelas semanas que eu queria me virar em 15 lucas. ah, antes disso, deixa eu falar de dois livros que estou lendo. primeiro, um tal lucas, do cortázar. são vários contos, todos com um tal lucas. muito bom. além do nome, tem algumas coisas parecidas com este tal lucas aqui.


o outro livro é persópolis, da iraniana marjane satrapi. na verdade é um livro de quadrinhos, o que torna a leitura mais legal ainda. os desenhos são muito bem feitos e os diálogos são perfeitos. confesso que não sou muito atento à história do irã, os conflitos do regime xiita e tal, mas o livro é realmente emocionante e engraçado. daqueles livros que você não quer que terminem nunca.




mas na verdade eu ia falar que a semana vai ser corrida, né? pois é.


é nessa semana que estréia o programa de rádio que estou produzindo (quarta-feira, às 18h, na rádio mundial).


também tem o novo blogue que estou fazendo em conjunto com o pessoal da minha turma na usp (http://nagaroapaulistana.blogspot.com).


e finalmente (clap, clap, clap), nesta sexta-feira às 19h, em santos, estréia o documentário 'canção d´além mar - o fado na cidade de santos pela voz de seus protagonistas', que tem direção do meu amigo eduardo de araújo teixeira, edição da minha amiga marcela prado e algumas imagens minhas que fiz lá em lisboa. chiquedemais.


foto tosca tirada da tv (aproveitei pra dar uns palpites, lógico)

no mesmo dia e horário tem casório de um camarada. a namorada dele está grávida da sofia.


também tem duas festas juninas no mesmo dia. uma da 'gotejo' e outra que será o chá bar da minha irmã, que casa em julho. massa esse negócio de fazer chá bar. é menos feminino-machista que o chá de cozinha (sim, porque no chá de cozinha a mulher ganha coisas pra cozinhar, lavar, essas coisas...) e os noivos ganham tudo que precisam pra montar uma casa.


fora isso tem aqueles trabalhos pra revisar, a revista pra terminar, aquele texto de teatro pra escrever, a peça que ganhei convite e não vou, meodeus.


mas confesso... é assim que gosto.


aff, que post mais ego.


(ah, ok... é pra isso que existe blogue, né?)
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segunda-feira, 26 de maio de 2008

no café...

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my blueberry nights (um beijo roubado) - wong kar-wai/lawrence block
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feast of love (banquete do amor) - robert banton/allison burnett, baseado no livro de charles baxter
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apesar dos péssimos nomes em português, estes são dois bons filmes que têm várias coisas em comum, mas vou falar só de duas:
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a primeira é que ambos tem um 'café' como ponto de partida. é no café que os personagens se encontram e desencontram. se apaixonam. terminam o relacionamento. começam outro com outra pessoa. e assim vai.
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e tratam basicamente do mesmo assunto, o amor, sem cair no clichê da comédia romântica. eu gosto de comédia romântica, mas às vezes me canso com aquelas histórias. talvez porque falte identificação com casais cujos relacionamentos sempre dão certo. bom, não vou falar dos filmes, nem incentivar ninguém a assisti-los, mas me chamou muito a atenção a história particular de cada personagem. eles não foram criados, já existiam, cada um com sua história, seus medos, traumas, amores. e tudo isso é expresso de acordo com a evolução das tramas, de forma sutil e ao mesmo tempo forte. a impressão que tenho é que cada um tem sua vida própria, mas parece que essa vida só tem sentido quando encontra o outro.
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sabe aquela coisa do ‘é impossível ser feliz sozinho’? então, é isso.
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e isso não é nada romântico.
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terça-feira, 20 de maio de 2008

nome próprio, de murilo salles



fidelidade só existe no dicionário e no discurso do padre. talvez nem no dicionário já que a ‘palavra’ é por si só infiel. bom, falei isso por causa do filme nome próprio, que assisti sábado, às 0h. não que o filme trate da fidelidade, mesmo porque não há como definir o assunto abordado no filme. blogue, relacionamentos, amizade, paixão, sexo. tudo isso junto.


nome próprio (dirigido por murilo salles, baseado na obra da clarah averbuck, com roteiro de elena soárez) é um filme bom. tem lá suas falhas e exageros (acho que vi um dedo na frente da câmera naquela cena em que camila se afoga no mar... seria do cameraman? ou foi uma visão minha?), mas eu gostei bastante. talvez porque goste bastante de blogues.


explico: camila (leandra leal), a personagem principal do filme é uma blogueira compulsiva. precisa tanto de blogue quanto de sexo (e como precisa!). usa o blogue pra falar de suas experiências, pra reconquistar o namorado traído, pra conseguir lugar pra morar, etc. pra uns isso pode parecer estranho, mas não pra camila, que parece viver em outro mundo.

quer ser escritora, mas nem sabe que já é...




é também por causa do blogue que conhece daniel (gustavo machado), um cara com quem troca e-mails e só vai conhecer pessoalmente quando o filme está acabando. gracias a dios, ela não fica com ele no final porque seria muito clichê.


é fast-food. filme de uma personagem só.


cheio de referências (fante, buckowski, leminski, londres...)


não é uma história real (apesar deste ter sido o primeiro nome do filme) mas tem um monte de camila por aí. inclusive a do filme não tem muito a ver com a do livro. e a minha, é essa: linda, apaixonada, egoísta, visceral e infiel (aos outros, não à ela). não é uma heroína, nem um exemplo, mas muita gente vai se identificar.


é isso. quer dizer, não é só isso, mas é só que tive tempo pra escrever.




ah1: sim, li dois livros da clarah averbuck (vida de gato e máquina de pinball). depois falo sobre.


ah2:encheu esse papo de ‘o filme não é meu, é do diretor’. ok, nós já entendemos, pra quê tanta justificativa?


ah3: assisti ao filme na segunda das nove exibições especiais de pré-estréia, parte da ‘estratégia’ de lançamento. se ficar ligado no blogue dele, vai saber quando é a próxima...


ah4: além do blogue, tem perfil no myspace (também, parte da estratégia....)


ah5: downloudeie o livro máquina de pinball aqui e a primeira versão do roteiro de nome próprio, aqui.


ah6: faça um trailler para o filme clicando aqui.


ah7: a frase que ficou na cabeça: escrever é mais importante que morrer.


fui.
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sexta-feira, 16 de maio de 2008

dieta fracionada

semaninha agitada essa, viu!

mas foi uma semana boa. claro, não estou na china, não fui perseguido por ser cristão, não fui jogado da janela, não estou com dengue, não saí com travesti.

bom. não sei se isso é ser egoísta, mas infelizmente não vou conseguir resolver os problemas do mundo... então... vamos ao diarinho (em tópicos, para não cansar os 70 leitores deste blogue que, devido à falta de atualização, devem ter sobrado uns 2 ou 3)

*"você está com um pé na diabetes", foi o que a médica disse. isso significa que se continuar assim, em menos de 1 ano vou ser um diabético. como não quero, começo então com uma dieta fracionada, seja lá o que isso for.

* em junho começo a fazer produção de um programa de rádio fm. o que ganho com isso? experiência, só.

* meu projeto de mestrado tá quase fechando. sim, porque no começo do ano eu tinha uns 12 temas pra seguir e agora tenho 5. até agosto preciso decidir, procurar um orientador e, se tudo der certo, começar em 2009.

* como disse o carlitos no blogue dele, tem tanta coisa chata acontecendo no mundo, que não dá ânimo nenhum de ficar entrando em blogue e escrever. mas aí penso que essas coisas são 'normais' e sigo. é horrível isso. o mundo tá cada vez pior. e eu faço parte disso tudo.

* vários eventos bacanas acontecendo e, sinceramente, não fico chateado por não poder participar de tudo ao mesmo tempo. não quero. não mesmo. não vou me descabelar pra fazer todos os cursos do mundo, pra ver todas as peças e pra ver todos os filmes, encontrar todos os amigos...

* posso ser 'out' um pouco? posso não comentar sobre o último filme que vi. posso não ir naquela pré-estréia concorrida? posso?

* obs. ser 'out' não é estar estar 'off'

* contraditorium === >>>> a onda agora é twittar. me follow ++++ >>>

* contraditorium II [eu quero ver macy gray, joss stone, sepultura, proveta, voltar pro circo, voltar pro teatro, voltar pro cinema, ver a estréia de nome próprio, ver a peça nova do oficina, fazer outra pós, etc]

* e esse bossa nova na garoa, que acontece domingo, será que é legal?

* e o banquete antropofágico do teatro oficina, será que é legal?

* e o batismo lá na igreja. por que eu não estou animado com isso?

* e o maio de 68?

* aaah, fui criticado porque não vi a entrevista no fantástico com a mãe daquela menina que morreu... quantas meninas morreram na china esta semana? você sabe?

* preciso trabalhar mais.

alguém aí quer me pagar para eu escrever em blogue?
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quarta-feira, 7 de maio de 2008

gracias por sus libros, julio cortázar



não adiantou. nem os amigos, nem os críticos, nem os jornais, os entendidos, as livrarias, a universidade. todos me indicaram julio cortázar. e eu não dei ouvidos. ao contrário de caras como o saramago ou o gabriel garcia marquez (que li por insistência e agora gosto muito), do julio eu preferi manter distância. mas é aquela coisa, quando é pra ser, é. e agora é pra ser. e agora ele é o cara que leio nos intervalos e percursos. mas quando foi mesmo que me interessei por ele? ah, sim, foi lá na frança, no cemitério do montparnasse. entre as dezenas de personalidades famosas enterradas ali, está o julio. difícil de encontrar, o túmulo é simples, de mármore e, diferente dos outros famosos, não tinha bonecos, cartas, fotos... tinha apenas alguns passes de metrô, bilhetes e umas flores vermelhas. o que me chamou atenção foi uma frase escrita no próprio túmulo: gracias por sus libros.


quem escreveu isso não queria apenas elogiá-lo, mas agradecer pela obra. então fico imaginando que livro foi e qual impacto um livro pode causar na vida de alguém, a ponto de agradecer no túmulo. ok, não vamos discutir se é ou não vandalismo pichar um túmulo, nem se o julio vai ler aquilo, já que está morto, mas o fato é que achei isso muito bacana e por isso fui atrás de alguns livros dele.


atualmente leio histórias de cronópios e de famas, que já me disseram que não é lá uma de suas melhores obras. não importa. não sou crítico literário, nem nada. mas digo que estou realmente embasbacado com esta leitura. tardia, é verdade, mas como disse lá em cima: quando é pra ser, é.

deixo aqui um trecho de entrevista que achei no youtube falando deste livro e um comentário de um amigo que tem tudo a ver com este post.






"não concordo com a definição de que literatura é um cânone selecionado por um grupinho de especialistas. literatura é o que fica. literalmente, letra que perdura. não como as fotografias que ficam amarelas, ou os filmes que ficam datados nas roupas, nas falas, nos modos de interpretação e ritmos, tudo se convertendo 'registro do passado'. os livros são atos e pensamentos que permancem vivos e se renovam a cada leitura, enquanto nós, viventes, vamos todos para o esquecimento" eat
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quarta-feira, 30 de abril de 2008

revelação da virada cultural 2008

novo grupo, ainda sem nome, é a mais nova promessa da música brasileira, sendo considerada pelos fãs, os novos beatles



eduardo, lucas, kenan e marcela, descansando após participação no show dos mutantes




fernanda takai? não! orquestra imperial?! também não! jorge ben jor? nem de longe...


o maior sucesso da última edição da virada cultural 2008, que aconteceu em são paulo no último final de semana, ainda não tem nome, mas tem tudo o que um grupo musical precisa para fazer sucesso. integrantes bem-humorados, simpáticos, bonitos e, além de tudo, talentosos.


um dos aspectos que merecem ser destacados é a diversidade etnica do grupo. marcela, única mulher da banda, é de poços de caldas, interior de minas gerais. cresceu ouvindo chico buarque, hanson e música sertaneja, como pena branca e xavantinho. antes da fama, chegou a trabalhar como garçonete numa pastelaria. kenan é alemão, mas mora em são caetano do sul, cidade com o maior idh do estado. sua influência é o pagode. "adorava o katinguelê e o só pra contrariar, é uma pena que estes grupos tenham acabado", relata com lágrimas nos olhos. lucas é da zona leste de são paulo, mas morou muito tempo em paris, lisboa e londres, de onde traz influências de sua amiga amy winehouse, a madrinha do grupo. no decorrer da virada, recebeu uma ligação de londres, informando a nova prisão da amiga. já eduardo é de mauá city e passa 80% de seu tempo dormindo, fato que pode ser comprovado na foto acima. deixou a carreira de pesquisador e professor de cursinho só para se dedicar às composições da banda pois acredita que assim ganhará mais dinheiro e poderá comprar sua televisão de lcd 42" da lg.


casal aborda dois dos integrantes da banda e exigem autógrafos. o terceiro fã (o que tirou a foto) presenteia lucas com um cd do radiohead


agora chega de papo. aumente o som de sua caixa e curta esse cover que um fã gravou, quando o grupo foi convidado a subir no palco e cantar com os mutantes.




segunda-feira, 28 de abril de 2008

virada cultural 2008

como não vou mesmo ter tempo de falar sobre tudo que rolou na virada cultural 2008, faço um resumo só pra não esquecer.

foram 28 horas na virada, duzentas e tantas fotos, dezenas de vídeos gravados, centenas de micos pagos (porque eu não perco a chance de ficar quieto, hein?), uma peça de teatro de rua, um concerto de piano com zé celso, acrobatas voando, gente dançando... apesar de tanta coisa, andei com muita tranqüilidade por são paulo, sem pressa, nem compromisso, nem programação alguma... talvez por isso tenha sido tão bom.

dos shows, digo o seguinte:

gal costa
comportadíssima, mandou até beijo no coração de cada um (pra quem não entendeu, estou ironizando, pois odeio essas falas dos artistas entre as músicas, tipo: obrigado são paulôôô!)


mutantes
muitos erros, inclusive de letra, mas ainda continuo gostando e admirando. acho que eles andam meio desligados.


teatro mágico
mais do mesmo...


arnaldo antunes
cada vez menos louco, o que não é um bom sinal...


lobão
blá blá... blá blá blá blá blá blá...


banda de pífaros de caruaru
inesquecível aquela ciranda... a platéia mais vazia e mais vibrante de todas... inesquecível também meu amigo sendo atropelado na ciranda por não saber acompanhar os passos...


andreas kisser e cia
rock pesado como canção de ninar pra dormir na grama da praça da república...


orquestra imperial
los hermanos em versão 'feliz' numa festinha entre amigos. ótimo. (obs. sou bom de cama, sei fazer café e ninguém reclama do meu cafuné mas...)


fernanda takai
gostei muito da versão que ela fez pra 'there must be an angel', do eurythmics, que tem tudo a ver com nara leão, principalmente o refrão (naranaranaranará... naaaraaa, naaraaaaa...)

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[mas bom mesmo foram os caminhos, as andanças, os detalhes, as frases ouvidas (que merecem um post exclusivo...), os encontros marcados ou não, os cochilos na galeria olido e na praça da república com aquele clima woodstock, ótimas companhias, colegas novos, reencontros, desencontros, amigos por todos os lados (todos mesmo!) e um clima muito bom, daqueles que você passa horas e horas, sem pensar no tempo e sem querer que o tempo acabe]

em breve, as fotos.
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sábado, 26 de abril de 2008

pré-virada cultural 2008

"são nessas horas que eu queria ter o poder de estar em vários lugares ao mesmo tempo. como não tenho, preciso fazer escolhas para tentar aproveitar um pouco da virada cultural..."

essa frase eu escrevi no blogue há um ano, antes da virada cultural 2007. estava animadíssimo pra participar de tudo. e lembro, graças ao blogue, de tudo que aconteceu naqueles dias. lembro que antes da virada fui ver o show da mariana aydar no auditório ibirapuera (e que nem fazia parte da programação). lembro que passei mal de gripe e precisei parar na farmácia pra comprar remédio. encontrei alguns amigos, desencontrei outros e no final, tudo perfeitamente bem. lógico, saí minutos antes da confusão com os racionais e admito, fiz tudo que quis e foi tudo muito bom.

este ano não estou lá muito empolgado. mas sabe quando você acha que vai ser bom pra caramba?! então... é por isso que não quero perder. e poxa, é um evento importantíssimo pra sp. e tem também o lance de encontrar o povo e tal. obviamente estarão todos bêbados, o que é péssimo, porque só eu vou lembrar no dia seguinte como foi a virada.

mas é isso. lá estarei e sei que você também porque me parece que o mundo inteiro vai estar lá.

fui.
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quarta-feira, 23 de abril de 2008

terremoto

há três horas teve um terremoto aqui em sp.
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não senti nada. mas bem que poderia ter sentido. quer dizer, eu vivo sentindo terremotos mentais.
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internos, quero dizer. mas não no estômago, na cabeça. hoje mesmo senti um e foi bem na hora do tal terremoto de verdade. mas pera aí? o que senti não foi de verdade? por que então peguei meus livros, coloquei na mochila e saí correndo daquela usp gelada em direção ao ônibus? por que meus vizinhos estão falando que sentiram o chão tremer? por que eu liguei pra família na hora que soube pra ver se eles estavam bem? por que minha irmã me ligou preocupada? por que eu pensei nos exames chatíssimos que tenho fazer essa semana e que estão me preocupando bastante. por que eu lembrei dos meus amigos? bom, eu queria saber mesmo é porque meu terremoto interno ainda não passou.
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terremoto II

tremeu aí?
aqui tremeu e aí?
aqui não...
hmmm...
se tremer de novo, me chama.
pra quê ? se tremer de novo a gente pode morrer.
ué, me chama pra eu morrer junto com você.
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terremoto III

precisou acontecer um terremoto pra esquecerem um pouco a isabela.
será que agora haverá espaço na tv e nos jornais pra outra coisa, que não seja a isabela?
será que agora aparecerão centenas de casos de rachaduras em prédios, dizendo que foi por causa do terremoto?
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terremoto IV

será que jesus está voltando?
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quarta-feira, 16 de abril de 2008

no meio do mundo



lembra aquela aula de geografia sobre latitude e longitude? eu não me lembro muito bem porque, em vez de prestar atenção e decorar todas aquelas linhas e graus e distâncias, eu ficava me imaginando lá. eu ouvia falar da linha do equador e queria atravessar a linha. lembro também que uma vez, quando criança e passava minhas férias no paraná, adorava passar pelo trópico de capricórnio, mesmo sendo apenas uma linha imaginária...


e foi do trópico de capricórnio (e das aulas de geografia) que me lembrei quando estive no observatório real, em greenwich (londres), onde 'passa' o famoso meridiano, que marca o meio do mundo!


como não é sempre que cruzo o mundo, fiz daquele dia uma experiência marcante. peguei o mapa e, apesar de saber chegar, não perdia a oportunidade de perguntar às pessoas: 'please, how can i get in the middle of the world?' não surpreendente, os ingleses respondiam com a maior gentileza e boa vontade. (aliás, tenho tudo isso gravado em vídeo, mas ainda não sei o que faço com o material...)


cheguei ao parque e corri para o topo. depois de uma boa caminhada encontrei umas dezenas de pessoas pulando de um lado pro outro.


eles estavam viajando entre os dois lados do planeta.

e porque eu faria diferente? fui pro lado leste e oeste do mundo umas quinze vezes...


depois das brincadeiras e fotos (que não podiam faltar, lógico) sentei no meio do parque e fiquei pensando: nunca tinha estado tão longe do brasil e mesmo assim era só o meio do mundo... ainda tem a outra metade inteira pra conhecer.


e são nesses momentos que percebo o quão pequeno sou (somos) perante este universo tão grande. o quanto ainda há pra descobrir, conhecer, experimentar. o tanto de tempo que a gente perde com coisas irrelevantes. o tanto de tempo desperdiçado.


e penso que meu mundinho não é minha casa, meu bairro, minha cidade, meu país, minha família, meus amigos. há muito, muito mais por aí.
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de um lado do mundo
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do outro lado do mundo
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no meio do mundo

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segunda-feira, 14 de abril de 2008

esta semana meu blogue completa um ano. tinha pensado em fazer uma retrospectiva, mas não vai rolar. pensei em dar uma festa, mas mudei de idéia. então pensei: o que acontece quando você completa um ano de empresa? FÉRIAS! isso mesmo.

sendo assim, pensei em ficar um mês sem blogar.


mas... não consegui. isso aqui vicia. fiquei uma semana sem postar nada e já estava entrando em crise de abstinência.

por isso voltei... e não volto sozinho. depois explico, mas agora tenho outros blogues. não vou deixar o meu .condussão, mas, ainda este mês (assim espero) começo a escrever em mais 2 ou 3 blogues por aí.


e ainda não estou com 'aquela' vontade de escrever, então vou postando umas fotos atrasadas, comentando um pouco e tá bom, né?!

enquanto isso, algumas dicas inderetas naquele estilo que gosto muito: o que fiz por estes dias...

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fabiana cozza no show 'quando o céu clarear'
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mawaca no show 'inquilinos do mundo'
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auditório ibirapuera, um dos melhores lugares pra assistir a shows
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exposição tokiogaqui, no sesc avenida paulista
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família savage: um bom filme triste
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exposição 'a alma gráfica', de brennand, na caixa cultural da avenida paulista
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terça-feira, 8 de abril de 2008

less is more


tinha escrito um post enorme falando das milhares de coisas que fiz nos últimos dias, dos shows, das peças, dos filmes, mas apaguei porque ficou um saco, há quem interessa? estou em crise com este blogue [mas animadíssimo com todo o resto] talvez porque esteja prestes a completar um ano. será que vou conseguir ficar um ano com um blogue? a verdade é que as coisas comigo nunca duram muito tempo mesmo, desde um simples curso até relacionamentos, tudo muda muito e muito rápido e isso tem me irritado, talvez pela idade, sim, i´m getting old, maybe it´s this, maybe tom waits could answer all this questions, maybe, maybe god.

por falar em curso, comecei ontem [mais uma] pós lá na eca/usp, e estou empolgado porque tem tudo a ver com o que quero, pelo menos a curto prazo, como se fosse um rito de passagem e pretendo não abandonar no meio do caminho, como fiz com o de história, o de teatro, o de cinema, o de violão, o de circo, o de economia, o de percussão...

por falar em música, a trilha do momento é a do filme juno, que assisti por estes dias. a preguiça e a falta de tempo não me deixam escrever sobre, mas vale a pena, eu acho, a trilha é ridícula, por isso gostei tanto, me lembra londres, me lembra o povo moderninho da augusta, me lembra as amizades que eu tinha na infância e que, quanto mais o tempo passa, percebo que nada muda e que isso, o fato de nada mudar, nem sempre é tão ruim.

e pra acabar, fica aí a cena inicial de juno, com a música 'all i want is you' que de alguma forma resume, nem tanto pela letra, mas pelo ritmo, pela harmonia, pela simplicidade do filme, da trilha e da música, o que quero no momento, menos, bem menos, porque como alguém já disse por aí, less is more...

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sexta-feira, 4 de abril de 2008

sai orkut, entra celular

cinco. já tive cinco perfis no orkut. ah... porque cansa, né?! vicia, é uma coisa do outro mundo. então, toda vez que enjoava, excluia o perfil. aí era aquela coisa, convidar todo mundo de novo, o povo perguntando 'mas por que você saiu?', outros perguntando 'outro perfil?', e blá, blá, blá.

mas não tem jeito, sempre volto. acho tão interessante o orkut, que até escrevi um livro que tinha o site como objeto de estudo. inclusive é este que está ao lado (downloudeie, se quiser...)

eis que desta vez, cansei de novo mas não quis excluir. apenas não acessei. sim, foram 20 dias sem vontade alguma de ler scraps, ver fotos, nem fuçar a vida alheia. mas aí vem a marcela e fica me tentando... entrei! e... nada mudou. nada.

está lá a vitrine. todo mundo feliz, marcando encontros, mostrando que é bom, que tem milhares de amigos...

ok, não vou ficar criticando o site porque no fundo gosto. tive umas boas surpresas com ele, outras nem tanto, mas ele está lá pra quem quiser usar, não é verdade?




o engraçado é que nesse mesmo período adquiri um celular. agora não preciso mais ouvir 'nossa! você não tem celular!?'. e, apesar de acompanhar as novidades tecnológicas, fico embasbacado com as possibilidades deste aparelhinho.


com ele eu posso mandar e-mail, acessar a net, blogar (sim, vou tentar fazer isso no próximo post), mandar mensagem de voz, de vídeo, ouvir rádio, ouvir mp3, assistir a filmes, trocar arquivos via bluetooth ou infravermelho, gravar vídeos, tirar fotos, gravar voz, ler noticiário, mandar arquivo direto pra impressão... dá até pra dar uma festa porque tem som estéreo e equalizador.


não falo disso pra me aparecer, mesmo porque sou um atrasado que ficou 2 anos sem celular, mas porque este negócio todo de comunicação é muito intrigante e com vários desdobramentos.

por exemplo, se você está atrasado para um encontro e a pessoa que te espera não acredita que você está no trânsito, é só gravar um vídeo no celular mostrando a situação e mandar pra ela: 'olha só, como você pode ver, estou no trânsito, chego daqui a pouco...'

e pros jornalistas, então? o cara pode fotografar, gravar uma entrevista de voz ou vídeo e mandar pra redação, tudo com um único aparelhinho. é claro que existem outros mais modernos, como o iphone mas, ainda assim, fico impressionado...


ah, vale lembrar que com o celular é possível fazer e receber ligações.
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quarta-feira, 2 de abril de 2008

marceliniando

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e então, viram ontem a reprise do show da fabiana cozza, na tv cultura? não? perderam! mas não se matem. quem quiser ver o show ao vivo é só ir ao teatro joão caetano (borges lagoa, 650). ela fará uma série de apresentações nos próximos dois fins de semana.

e hoje começa o ciclo de encontros com 'grandes' escritores lá na oficina do marcelino, no b_arco. eu, que participei de quase todos, garanto que é muito bom.



por falar em marcelino, sabiam que vários contos dele estão sendo adaptados para teatro? sim. e também para curtas-metragem? sim. e está sendo estudado por pesquisadores em universidades? anrran! e sabiam que meu amigo eduardo está fazendo um ensaio sobre uma de suas obras? é...! quê mais?

ah, ele ministra duas oficinas no b_arco, é juri de alguns prêmios, palestrante, debatedor, figura carimbada em tudo quanto é lançamento, em tudo quanto é evento literário, sócio da mercearia, revisor, ator (é sim), blogueiro, às vezes ministra umas oficinas por aí, etc, etc. etc.

como diria alguém, que não me recordo, ele é praticamente um mário de andrade, um baita dum agitador cultural. falar nisso, ele concorreu ano passado nessa categoria numa enquete que a folha de sp promoveu. ou foi o estadão?

além disso, vezenquando arruma tempo pra sair com amigos...

fica a dica para ver, em taboão da serra, a peça hospital da gente. clique aqui para saber mais. e quando eu tiver mais informações sobre seus trabalhos, é claro que divulgo aqui.
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segunda-feira, 31 de março de 2008

aconteceu no fim de semana


na falta de tempo, apenas algumas imagens para registrar os últimos acontecimentos (aqueles que se podem registrar)




arco-íris e tempestade na paulista. há quanto tempo não tomava um banho de chuva!
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quase ninguém pra ver os curtas brasileiros do festival é tudo verdade, sexta-feira, no cinesesc. péssimos, por sinal
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ainda no festival... multidão para ver o filme do caetano veloso, domingo a tarde, no cinesesc
. amigo surpreso com as garotas emo de 9 anos de idade na rua augusta
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você já conhece a revista ocas?
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as garotas emo de 9 anos na augusta
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metade de mim, que acha tudo normal, inclusive as garotas de 9 anos (a outra metade não quer se pronunciar)
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quando as máquinas param, excelente texto de plinio marcos, no tusp, sábado
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teste para entrar numa empresa mega bacana... será?
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a noticia de que o filme do caetano ia atrasar...
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e a mudança de planos que valeu a pena... senhora dos afogados, de nelson rodrigues, no sesc consolação (o moço de vermelho na foto é o antunes filho, diretor)
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quinta-feira, 27 de março de 2008

marcelo mirisola


enquanto isso, no meu email...

"Otto Maria Carpeaux, que não tinha nem diploma primário, hoje seria descartado em detrimento de um chato qualquer da USP, com os devidos mestrados e doutorados carimbados no rodapé do texto." marcelo mirisola


não, não, talvez tenha me expressado errado. não estou me comparando ao marcelo mirisola, longe disso. o que eu te disse aquela hora foi que me identifiquei sim com o último artigo do cara lá no congresso em foco, mas só por alguns motivos. assim como eu, ele acha que nada que diz respeito à arte e cultura é mera coincidência, quando se trata de patrocínio, prêmios e tal. não sei se chegou a ler o que escrevi sobre o banheiro do papa lá no meu blogue. mas já que tocou no assunto, você leu o que ele escreveu sobre o lance do walter salles? e depois sobre o patrocínio dos bancos e da petrobrás? veja:


"Por falar em Unibanco: penso que todo “produto cultural” (filme, revista, festival de literatura, etc, etc.) que os irmãos Salles patrocinam, produzem, dirigem, enfim, qualquer “produto” que, direta ou indiretamente, tenha a chancela deles, está – no mínimo – sob suspeição. A mesma coisa vale para o Itaú Cultural e afins."


não sou o mirisola e confesso que fico com um pé atrás quando falo disso. exemplo: sabe aquele projeto do itaú, o rumos? no caso de literatura, eles selecionaram, mediante aceitação de projetos enviados ano passado, uns 15, 16 caras pra escreverem um ensaio sobre um determinado tema da literatura, contendo 15 páginas. estão pagando 850 r$ mensais, passagem e hospedagem para participação de eventos, todos os livros que precisarem para o trabalho e no final, em outubro, 1800 r$ pelos direitos de publicação da obra, além de outros benefícios.


você acha isso errado? acha que os altos juros cobrados pelos bancos não podem 'financiar' a cultura? ou pensa que isso é só uma desculpa dos banqueiros pra amenizar a imagem dos bancos?


ok, concordo que há 'abusos bancários', mas você não gostaria de passar um ano escrevendo um ensaio de 15 páginas? eu gostaria, tanto é que me inscrevi, mas não fui selecionado... e apóio sim este tipo de programa, acho até que deveria existir mais e se puder, vou tentar novamente. não pela grana, pois este acaba sendo um trabalho como qualquer outro, mas por receber para fazer uma coisa tão especial que é escrever (vale lembrar que estamos no brasil...)


e, ainda sobre a questão dos bancos, hoje em dia todos têm alguma ligação com cultura. o itaú é um dos pioneiros, mas tem o hsbc (que recentemente adquiriu o tom brasil, que agora chama-se hsbc brasil), o hsbc belas artes, o espaço unibanco, o caixa cultural, o centro cultural banco do brasil. e o que dizer do cine bombril, cine tam, cine ig, cine uol, credicard hall, citibank hall, etc... vamos reclamar que estas empresas estão comprando salas de espetáculo e de cinema? será que elas mercantilizam a cultura? ou a cultura já foi mercantilizada há muito? é este um fenômeno recente?


cara, cada um pode achar qualquer coisa, mas não tenho essas respostas e acho que acabei misturando um pouco os assuntos. creio que entendeu agora que a questão não é tão simples assim, não adianta só meter o pau nos bancos.


sobre o que você comentou... que ele está se sentindo enciumado e é um escritor frustrado, não sei. vamos primeiro lê-lo, depois a gente discute. enquanto isso vá lá no artigo, que vai muito além dessas discussões e eu já escrevi demais.

outras citações do mirisola:


"A Petrobras concede bolsas para cineastas, músicos, teatrólogos, artistas plásticos, etc. No caso dos escritores, exige planilha. Fico pensando: como teria sido o “projeto” de Kafka ao escrever Carta ao Pai? Foder o Pai, naturalmente. Queria ver como é que Kafka se explicaria à Petrobras. Se não fizer planilha, não tem bolsa."


"Jack Kerouac é a próxima vitima de Walter Salles. Ele vai adaptar On the road. Aposto que vai fazer a mesma coisa que fez com Diários de motocicleta (guardadas as diferenças entre um livro e outro), isto é, vai estragar tudo."
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quarta-feira, 26 de março de 2008

queijo ao cubo

vai mais pra láááá...
vai você, deitei na rede primeiro.
eu vim primeiro.
eeeeeeeeu vim primeiro.
tá, mas pelo menos tira esse pé chulezento do meu nariz.
ah, não. agora vai implicar com meu pé!?
não com seu pé, mas com esse cheiro maldito de fandangos de queijo.

***

pega uma fatia de queijo pra mim.
ahn?
o queijo, pega uma fatia pra mim.
não entendi.
quê -í-jô, pega uma fa-ti-á de queeeeiiiijô praaa miiiiiim, entendeu agora?
tá. é que antes você dizia: 'por favor'.
antes, eu não precisava pedir.

***

me vê um café, por favor.
preto?
ah... põe um pouquinho de leite, só um poquinho, tá?! e um queijo quente.
hmm... queijo acabou, pode ser salame, peito de peru, presunto...?
pode, o queijo era só pretexto.
ahn?
nada, me vê o café, por favor.



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segunda-feira, 24 de março de 2008

aqueles três



07 – INTERNA/NOITE/COZINHA


Geladeira antiga e vermelha, fogão velho e sujo, chão de piso azul, paredes com azuleijos brancos. Pia cheia de pratos, talheres e copos sujos. ANDRÉ, 30 anos, magro, vestindo bermuda e regata, lava a louça, enquanto FÁBIO, 40 anos, musculoso, de calça jeans, meias e sem camisa, fuma próximo à porta, de costas para André. CAMILA, 18 anos, alta e magra, de camisola, sentada sob à mesa, bebe cerveja na garrafa e faz palavras cruzadas.


ANDRÉ
É. Talvez eu não sou mais ou talvez nunca tenha sido aquele cara legal que você conheceu há uns meses.


Fábio e Camila olham para André, que fala enquanto lava a louça.


ANDRÉ
Talvez você tenha razão em me achar complicado. Sempre faço drama com coisas simples e às vezes te cobro demais, eu sei.


Fábio, irritado, olha novamente para André e solta fumaça do cigarro em direção a ele. Camila levanta, deixa a revista de palavras cruzadas e a garrafa vazia sobre a mesa, pega outra garrafa de cerveja na geladeira, abre, dá um gole e se aproxima de André.

CAMILA
Eu não te dei aquele livro com segundas intenções, tá? Só queria que lesse, não quero te impôr nada, nada.


André fecha a torneira, enxuga as mãos na regata, igonora Camila e encara Fábio.


ANDRÉ
E pode ficar com as meias.


FÁBIO
Que meias?


ANDRÉ
As minhas, que estão nos seus pés.
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quarta-feira, 19 de março de 2008

chega de saudade, de laís bodanzki



[assistido sábado, dia 15, no pátio higienópolis]

o que alguém pode esperar de um filme com paulo vilhena, marly marley e zé bonitinho juntos no elenco ?


muita coisa.

de laís bodanzki (o bicho de sete cabeças) este chega de saudades retrata um baile de idosos. quer dizer, cássia kiss está lá e ela não é idosa. ou é? bom, a primeira coisa que me chamou atenção foi que o filme se passa em um único dia (ou melhor, noite). começa do começo e termina no fim, coisa rara num tempo em que todos querem ‘inovar’, começando filme do meio, do fim, fazendo cortes mirabolantes e tal. é como se estivéssemos vivenciando o baile, entende?

outra coisa bacana é o elenco. quase todos velhinhos (palmas pra cássia kiss e o pro leonardo villar). falo da cássia porque ela está sensacional nesse filme. no bicho de sete cabeças também e no meu nome não é johnny idem, mas nesse está melhor (porque será que nunca prestei atenção nela?) tem também gente jovem: a maria flor que, apesar de fazer sempre o papel de ‘namorada’ está ótima e o paulo vilhena. bom... não vi muita coisa dele, mas acho que daqui uns 8 filmes, ele fica bom. mentira, gostei. destaque para o garçon, interpretado por marcos cesana...


a trilha sonora é demais, tem música o tempo todo (afinal, é um baile). tem samba, bossa, tango, forró... e adivinha quem é a crooner do baile? elza soares. não tem como ser ruim, né. marku ribas (famoso na época de meus pais...) detona no samba rock. só achei que faltou cantar a música que dá título ao filme, mas tudo bem. obviamente, o título vem ao encontro da música que marca o 'início' da bossa nova, aproveitando os cinqüenta anos do estilo. antes dessa sacada esperta da produção, o filme tinha o nome de 'união fraterna', nome de um baile famoso.


de resto, só digo que a história é boa. é até emocionante em alguns momentos. tem cenas de ciúmes do vilhena com a maria flor, que se engraça com o stepan nercessian, que namora a cássia kiss, que é amiga da prostituta, que tem caso com o marido da marly marley (sim, aquela jurada do raul gil). aí tem a tônia carrero, que tem caso com o leonardo villar, que é um viúvo chato, mas o melhor ator do filme.




apesar de ser um filme com gente mais velha, não vi ali nenhum apelo à 'causa dos idosos'. são personagens que podem existir em qualquer canto, com sentimentos, problemas, amores frustrados e outros não, sensualidade tratada de maneira natural, riscos, preconceitos e tal, mas tudo sem aquele enfoque sensacionalista ou político e sim, humano e feminino.




estréia sexta, dia 21 de março.
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segunda-feira, 17 de março de 2008

arrependido



viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente, então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração

e disse o Senhor: destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito.

gênesis 6:5-7
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sexta-feira, 14 de março de 2008

ganhadores da promoção 'fim da linha'

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-fox
-michele prado
-leticia santinon
-luca de oliveira
-juliana cruz
-marilia ferreira
-suelenvp
-mary amélie mauer

esses são os ganhadores da promoção do filme 'fim da linha', oferecidos pelo blogue .condussão, em parceria com a brazucah produções.

todas as frases foram ótimas, mas o critério de escolha era para os primeiros comentários, ok?!

por favor, mandem um e-mail, se possível ainda hoje, para lucaspguedes@hotmail.com com nome e endereço completo e aguardem o ingresso pelo correio.

thanks e voltem sempre. em breve, mais promoções.
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quinta-feira, 13 de março de 2008

o banheiro do papa

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ontem estive na pré-estréia do filme uruguaio o banheiro do papa, de césar charlone e enrique fernández, co-produção uruguaia (laroux), francesa (chaya) e brasileira (O2).

resumindo, é a história de um cara (ou de uma cidade inteira no uruguai, que faz divisa com o brasil) que tenta ganhar uma grana aproveitando a visita do papa. no caso do protagonista, ele constrói um banheiro para alugar aos visitantes.


gostei. não por ser simples ou por (tentar) ser filme de arte, mas por ser um filme bonito.


bonito porque trata de sonhos, esperança de melhora, amizade, amor. e bonito porque nada disso dá certo, como na vida real. o protagonista se ferra o filme todo (inclusive no final, pronto, falei...), mas está sempre tentando mudar. além disso, há várias surpresas e detalhes que tornam o filme cômico e trágico ao mesmo tempo.


digo 'tentar' ser filme de arte porque às vezes deu a impressão de ter seguido uma cartilha 'como fazer um filme que vai ganhar prêmios que não sejam oscar'.


* o protagonista é aquele cara simplezão que bebe com os amigos, trabalha (em contrabando de mercadorias no brasil, mas trabalha...) tem mulher e filha.


* a filha sonha em ser jornalista e se mudar pra capital, mas a mãe quer quer seja costureira.


* a mãe trabalha pra ajudar a família, é submissa e aparentemente feliz.

* ele tem amigos, mas tem um melhor amigo que sempre o ajuda. (gosto de filmes que tratam de amizade).


* cidade pequena, paisagens bonitas, sem exagero.


* crítica 'leve' à temas polêmicos (religião, influência da mídia...).


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ah, outra coisa que costumo levar em consideração - e que alguns acham que não tem nada a ver - é a história pessoal daqueles que fizeram o filme.


explico: um dos diretores, césar charlone, é uruguaio. vive no brasil há tempos e trabalha na O2, mas é uruguaio. o outro, o enrique, nasceu em melo, cidade onde se passa o filme. os personagens são baseados em vizinhos que ele tinha e na sua própria experiência de vida.


acho meio óbvio que toda obra de arte tenha influência do repertório do artista, mas são poucas as que deixam isso bem claro, como é o caso deste filme...


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quarta-feira, 12 de março de 2008

ganhe ingressos para o filme 'fim da linha'

parece que deu certo o lance de dar ingressos aqui no blogue. o filme 'meu nome não é johnny' virou sucesso de público e até hoje está em cartaz, tudo por causa do .condussão.

selton melo me agradeceu, cleo me agradeceu, cássia me ligou, até o johnny veio falar comigo e agradecer a força.

tá, é mentira, mas a produtora gostou e pediu outra promoção, dessa vez para o filme 'fim da linha', de gustavo steinberg.
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ainda não vi o filme, então reproduzo o a sinopse:

"Trata-se de uma metáfora tensa e bem humorada das dificuldades e dilemas de uma sociedade estruturada sobre a fé no poder do dinheiro. Os destinos e diversos personagens – político corrupto, jornalista, advogada, motoristas de táxi, catador de papel, ladra surda-muda, bebê sequestrado, grupo de velhinhos de um asilo e tribo de índios – se cruzam quando acontece uma chuva de dinheiro no centro da cidade de São Paulo".

o metrô fez uma promoção e eu vou copiar na cara dura...

os primeiros que comentarem no blogue dizendo o que fariam se chovesse dinheiro, vão ganhar ingressos para o filme, certo? se o número de participantes for maior que o número de ingressos, eu vejo o que faço depois...

o resultado sai dia 14/03.

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domingo, 9 de março de 2008

achados e perdidos musicais

nos últimos dias, por causa de um vírus filhodamãe, estou fazendo uma limpeza geral no computador.


o ruim é que - sem querer - perdi todos os meus contatos de msn, alguns arquivos, e-mails e músicas importantes como as do radiohead, acreditam? sumiram.

por outro lado, encontrei umas preciosidades musicais aqui, que nem lembrava mais, como essas...

nouvelle vague... fazia muito tempo que não ouvia. amo a voz daquela mulher, principalmente na música 'this is not a love song'. pra quem não conhece, é uma banda francesa que toca um estilo meio bossa, meio jazz, meio pop, sei lá, mas é boa, muito boa. veja esta matéria com eles.

nouvelle vague

tom waits... tinha esquecido como é bom esse tom waits. que voz estranha, que letra, que melodia. e como eu fiquei tanto tempo sem ouvir 'misery is the river of the world'?

o doido

coco rosie... ok, não gosto tanto assim, mas as músicas são boas e diferentes do que a gente vê por aí.

as doidas


fora esses, achei também uns strokes perdidos junto com losermanos, o velho chico, o teatro mágico, elis... tudo bem que ainda não achei os cds (cds mesmo, sabe?) aliás, se eu emprestei pra você, devolva, ok?

mas o barato é que comecei a pensar nesse negócio de como uma música pode ser marcante em algum momento. de como elas te fazem lembrar de pessoas, lugares, viagens. como elas se renovam, como eu gosto hoje e amanhã nem lembro e por aí vai.

paguei uma nota pra ver o linkin park, hoje não iria nem de graça.

ah, achei uma música antiga da amy - que aliás, foi a primeira que ouvi, lá em 2004, 2005 - chamada 'in my bed'... [vou procurar no youtube]. tem também 'fuck me pumps', que é legal.

nossa, ela tem tinha todas aquelas tattoos e nem era tão esquisita como é agora, mas prefiro essa amy nova mesmo... se pudesse tiraria-a das drogas mas, musicalmente falando, prefiro 'back to black' ao 'frank'.

é isso. esta semana volto a falar da viagem (ainda não comentei portugal, comentei?). preciso também distribuir uns ingressos pra cinema (deus, me ajude a criar uma promoção mais criativa...). ah, queria falar do fim de semana, da semana passada, do meu livro, do curso novo que comecei sábado, de um dvd maravilhoso que ganhei, do vídeo que fizeram no meu aniversário, de uma festa super estranha que fui, de uns amigos que reencontrei, de uma poesia do joão cabral que não sai de minha cabeça... e muito mais. só falta vontade de blogar.

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quinta-feira, 6 de março de 2008

por não ter o que dizer, ofereceu balas

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aceito, obrigado.
por nada, respondeu, e continuou a comer jujubas sortidas enquanto esperava a peça começar.

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ele sabia que quem acabara de sentar ao seu lado era um artista, um escritor, mas como iniciar uma conversa se não tinha lido nenhum livro dele? pensou em perguntar se ele era ele, mas sabia que era, então porque perguntar? além do mais não era tiete de ninguém.

***

enquanto filosofava sobre o motivo pelo qual as últimas balas que sobram do pacote de jujubas são sempre as azuis, lembrou que o escritor tinha blogue. lembrou também que já tinha visto o escritor em outros lugares e que não tinha ido muito com sua cara.

***

a peça começou cinco minutos depois e até hoje não acabou.
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[continua...]

domingo, 2 de março de 2008

finalmente, o buquê

acho que não agüentam mais ouvir sobre a viagem, não é?

não importa, ainda tenho muito o que falar e hoje na festa todo mundo me cobrou notícias de portugal. aliás, muita gente me disse que acompanhou o blogue e tal. achei bacana e acho que é verdade mesmo porque o número de visitantes aumentou muito.

mas, como ainda estou me recuperando da dpve (veja posta anterior), hoje não falo nada, ok?

só passo pra dizer que peguei o buquê num casamento.

ridículo?

sim, ridículo. mas era um sonho antigo.

... se eu quero casar? não agora. não ligo pra essa tradição de que quem pegar o buquê será o próximo a desencalhar, mas acho tão divertido...

foram casamentos e mais casamentos e eu nunca pegava. em alguns eu ficava tímido, outros entrava no meio só por brincadeira, mas desta vez não.

saí de casa determinado: eu vou pegar o buquê, eu vou pegar o buquê, eu vou pegar o buquê.

na hora fatídica ainda pensei duas vezes, mas achei que aquela seria a última chance.

parei, respirei fundo e fui ao encontro daquelas pessoas, na maioria mulheres (ou seriam só mulheres?) desesperadas para pegar o tal arranjo de flores.

disputar o buquê com aquelas mulheres não foi tarefa fácil. umas me empurravam, bravas mesmo, porque aquela talvez seria a última chance da vida delas em conseguir um marido. outras riam, achando que era bobagem.


mas permancei firme.


não deixei o desânimo me vencer. não deixei aqueles semblantes enfurecidos atrapalharem meu objetivo.


os amigos torciam, gritavam meu nome. tudo para que eu continuasse na luta.

e consegui.

assim que a noiva contou até três, vi o ramo voando, voando, em direção à multidão de solteiros e, como num campo de batalha, venci, saltando quase dois metros do chão em busca daquele objeto de inestimável valor, o buquê.

quer dizer, na verdade disputei o ramo de flores com a amiga e acabei cedendo, mas que eu peguei, peguei.

e em breve a foto estará a qui para comprovar.
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

'acabou' ou 'porque prefiro os meios'

antes de falar dos últimos dias em londres e do fim de semana em portugal (olha só, preparem-se para ouvir muito sobre isso nos próximos posts...), quero falar de forma geral da viagem.

ok, vamos pular aquela parte do 'ah, aprendi a valorizar o brasil, a comida, meus amigos, minha família', porque isso não é assim tão verdade...

lógico que a viagem não acabou. aliás, gosto de colocar um ponto final no início de meu nome justamente por isso. sim, porque eu não acabo. não acabo porque não começo. ou começco pelo fim, não sei, mas o que quero dizer é que estes 32 dias longe do 'meu' país [este país que me engana...] não foram nada de mais.

não entendam isso como um ato esnobe. curti muito ir para europa e conhecer londres, paris e lisboa. muito mesmo. vivi coisas únicas que poderiam virar livro ou filme, tão interessante que foi, pelo menos pra mim.

com certeza foi um marco, mas não foi a viagem da minha vida, não foi o melhor acontecimento, não será a coisa mais importante que fiz ou farei.


eu quero é mais.

agora vai parecer contraditório (e é mesmo), mas essa viagem significou muito mais que conhecer outros países, monumentos, museus.

é difícil mensurar e pode parecer besteira, mas ficar de bobeira em frente ao rio tejo e conhecer a casa onde morou fernando pessoa, por exemplo, foram alguns dos pontos mais altos, mais até que ver a torre eiffel, entende? visitar lugares em que cineastas e outros artistas franceses se encontravam (estes que nos influenciam até hoje) foi mais legal quer ver o big ben. andar e se perder pelos becos frios e estreitos de londres pode ser mais interessante que simplesmente tirar foto segurando nos peitos de cera da angelina jolie no madame tussauds, como costumam fazer, sabe?

não descarto a diversão nem a alegria que me proporcionam alguns prazeres momentâneos e fúteis, mas o que quero, procuro e valorizo são as coisas que ficam, que perduram.

por isso prefiro os meios
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não os começos,
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nem os fins.
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