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quinta-feira, 31 de maio de 2007

passado



a quantidade de filmes, livros e músicas da primeira metade do século vinte que tem me instigado e feito com que eu me apaixone pela obra artística deste período é indício de que:

( ) sou nostálgico.
( ) estou culturalmente defasado e atrasado.
( ) perdi muito tempo jogando videogame.
( ) daqui a cinqüenta anos serei fã de lost, csi, caetano veloso e paulo coelho.
( ) todas as alternativas.

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quarta-feira, 30 de maio de 2007

chuva


ontem assisti ao curta-metragem mais simples e bonito do mundo. chama-se regen (chuva), de mil novecentos e vinte e nove, com roteiro, fotografia e direção do holandês joris ivens, que ganhou tributo na última mostra de cinema de são paulo, em dois mil e seis.


não consegui postar aqui, mas dá pra ver nestes links:





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sexta-feira, 25 de maio de 2007

a beleza da contradição

foto tirada por mim em vinte e três de maio de dois mil e sete, às cinco e dezesseis da tarde, da janela de minha sala


é isso que vejo todos os dias, entre cinco e cinco e meia da tarde.

é isso que me faz crer que nenhuma explosãozinha de merda tenha criado o universo.

é isso que me faz lembrar da mediocridade humana.

é isso que me dá vontade de não levantar da cama porque hoje vai ser outro péssimo dia, como foi ontem e será amanhã.


mas...


é isso que me faz acreditar que o amor está nas coisas mais simples.

é isso que me faz perceber num sorriso, o motivo da alegria de uma vida inteira.

é isso que me convence que, mesmo estando triste e sem esperança, ele, o sol, vai continuar lá: brilhando.

e é isso que me dá ânimo para acordar, pois sei que daqui a pouco, entre cinco e cinco meia da tarde, vou olhar pela janela e ver o sol.
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quinta-feira, 24 de maio de 2007

dois diálogos com kaspar hauser

o primeiro numa festa de apresentação com uma nobre e depois com o professor que o hospedou.


_prazer em conhecê-lo kaspar. estou ansiosa para que fale de sua prisão. que tal aquela cova?

_melhor que aqui fora!

(espanto e indignação de todos)

_mas você está bem aqui kaspar. só tem amigos...



_não acredito que o que me disse é verdade, kaspar. sua cama é o único lugar agradável no mundo? o resto do mundo é mau? não gosta mais do jardim, das groselhas maduras, das cebolinhas, de todo este verde?


_sim, mas devo dizer que minha aparição neste mundo foi uma queda bem dura.

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o enigma de kaspar hauser


finalmente consegui assistir ao enigma de kaspar hauser. originalmente intitulado ‘cada um por si e deus contra todos’ (jeder für sich und gott gegen alle), é o décimo quinto filme de werner herzog. abro parênteses: herzog também dirigiu stroszek, cujo enredo teria influenciado no suicídio do vocalista do joy division, ian curtis, em 1980. aliás, participa do festival de cannes o filme control, uma biografia do cantor. fecho parênteses.

a história de kaspar (? – 1833) é real e baseada num mistério. resumindo: um garoto vive aprisionado sem nenhum tipo de comunicação. quando se torna jovem, é levado à cidade de nuremberg e começa o processo (sutil e violento) de 'inclusão' na sociedade. há muitas interpretações sobre a história. são mais de três mil livros, artigos e poemas. em são paulo, a companhia de teatro os satyros encenou ‘kaspar ou a triste história do pequeno rei do infinito arrancado de sua casca de nós’.

importante observar que o contexto histórico sugere um período que substituía os achismos, mitos e superstições por comprovações científicas. muitos abordam o viés psicológico. outros analisam o processo comunicacional, a língua, os signos, desdobramentos políticos, medicina, religião, semiótica, filosofia, antropologia...

mas para mim, que me senti um pouco kaspar, o que mais chama atenção é o fato de quererem te enquadrar, classificar e rotular a todo momento.

e o pior: muitas vezes somos nós quem buscamos este enquadramento. queremos ser incluídos na sociedade. ser aceitos em grupos. ser rotulados como cool ou hype ou cult ou in. bi, hetero, homo. de direita, de esquerda, ultra-esquerda, super-ultra-mega-master-uper-esquerda. agnóstico, crente, ateu, atoa. marxista, trotiskista, reformista, feminista.

quando no fundo, somos todos pseudos...


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quarta-feira, 23 de maio de 2007

sem comentários

milhares de pessoas têm reclamado que neste blogue não há espaço para comentários. não tenho problemas em ouvir opiniões, discutir assuntos, aceitar críticas e tal, mas este espaço, por enquanto, será assim. sempre preferi ouvir a falar. mas aqui eu falo e você escuta, capisce? no começo eu queria evitar comentários do tipo "oih mIgUXuuh, aMeiiih teu blOhg". depois, fiquei preocupado com as visitas. será que vão ler, será que vão gostar, será que vão comentar (?) (?) (?). tem uns blogueiros aí que dizem não estar preocupados com isso. duvido. por que criar um blogue, então? agora, se mesmo assim, depois desta postagem arrogante de minha parte, você ainda quer me dizer algo ou fazer um comentário, escreva para lucaspguedes@hotmail.com, que eu respondo, discuto, ouço, com muito prazer.


terça-feira, 22 de maio de 2007

ocupação na usp

já participei de diversas manifestações contra tudo que você possa imaginar. marchei contra os estados unidos, por jesus, contra a guerra no iraque, contra o aumento das passagens, pela paz, por melhoria na educação, por liberdade de imprensa, democratização da informação... com o tempo fui desanimando e, atualmente, não acredito em mudanças em nossa sociedade. não acredito que nada vá mudar, pelo menos para melhor. essa história de que se nos unirmos em prol de um futuro melhor não me convence. mesmo assim, penso que esta ocupação da reitoria na usp seja a mais coerente de todas que eu vi. basta dar uma olhada na pauta de reivindicações para perceber que os estudantes não estão de brincadeira. continuo achando que a maioria dos manifestantes está lá porque, entre outras coisas, tem grana e não precisa trabalhar. não concordo, por exemplo, com os grevistas que impedem os alunos que querem ter aula. mas isso não desqualifica nem deslegitima a luta dos companheiros. aqui, informações atualizadas direto da usp. aqui, a versão da folha online.








segunda-feira, 21 de maio de 2007

púcaro búlgaro


(...) o tema seguinte, levantado por pernacchio, prendia-se ao fato de os macacos, como descendentes do homem, não serem dotados do dom da palavra nem do raciocínio. (...) qualquer macaco, proclamou sem permitir apartes, é incomparavelmente mais sábio do que um santo tomás de aquino ou um descartes por exemplo, e, quanto a falar, basta ouvir o que estamos aqui falando para se chegar à conclusão de que defecamos tanto por cima, quanto por baixo, ou muito mais até.


extraído de o púcaro búlgaro, de campos de carvalho.








quinta-feira, 17 de maio de 2007

no manicômio

_hoje eu vou sair daqui! descobri que sou são pedro!
_como você diz uma coisa desta?! que heresia!
_eu tenho certeza!
_não pode ser! que blasfêmia!
_eu sou são pedro!
_que prepotência! quanto orgulho!
_eu sou são pedro.
_quem te disse isso?
_deus.
_eu???
_...

absinto, de degas (1876)


[ouvi essa historinha ontem em palestra sobre psicanálise, ministrada por um figurão da área, na qual trabalhei como fotógrafo. aprendi que a dependência química pode levar à loucura e causar alterações de comportamento, acompanhada por fala arrastada, nistagmo, movimentos oculares oscilatórios e rítmicos, incoordenação, marcha instável, estupor e coma. e lembrei de minha irmã psicóloga, que é a favor da luta anti-manicomial. e lembrei de um amigo narcisista e orgulhoso ao extremo, como nenhum outro]

quarta-feira, 16 de maio de 2007

nada além das horas


"podemos marcar um ponto no espaço, um momento no tempo, mas o espaço e o tempo escapam ambos ao nosso controle"



esta frase finaliza o documentário rien que les heures (1926), de alberto cavalcanti, que assisti ontem no segundo dia de aula do curso de história do documentário, oferecido pela eca/usp. é incrível como este cineasta-diretor-arquiteto-cenógrafo-roteirista dialoga com a questão do tempo, espaço e cidade. considerado o criador do gênero "city simphony", o brasileiro radicado na frança vai além deste rótulo pois, apesar de começar o filme mostrando que toda cidade é reconhecida pelos seus monumentos, mostra uma paris cheia de contrastes que qualquer cidade "cartão-postal" quer esconder. um exemplo é a cena em que um homem vai ao restaurante e, quando a câmera se aproxima de seu prato, vemos todo o processo que levou aquele pedaço de carne a estar ali, pronto para ser comido. ao mesmo tempo, percebe-se que o cara que matou o animal, para que ele fosse comido pelo homem no restaurante, não tem dinheiro para freqüentar um ambiente daqueles, nem comer aquele pedaço de boi. sabe-se que cavalcanti volta ao brasil na década de 1940 e depois de atritos com a vera cruz, onde realizou apenas três filmes, volta à frança e trabalha em mais de cinqüenta obras. rien que les heures não chegou a ser lançado, mas há uma cópia em película na cinemateca brasileira e no mam, em são paulo.


terça-feira, 15 de maio de 2007

continho sobre assassinato

escrevi o pequeno conto abaixo num exercício temático de escrita.

o que você quer saber? febém. dos quinze aos dezesseis. matei. por quê? não sei. porque... meu pai. quer dizer, primeiro minha mãe, mas essa ninguém sabe que fui eu. meu pai, eu mesmo enterrei. não, ele não bebia, não chegava em casa nervoso, nem batia em minha mãe. minha mãe. essa sim era o inferno. chegava em casa tarde todo dia à noite. viciada. em cheiro de homem. não do meu pai. esse era um santo. um tonto. nem tanto. passava as mãos em minhas pernas. eu via. sentia. fingia que dormia. não sou preto, nem pobre, nem rico. não sou estatística. li dostoievski, kafka, hemingway. rosa, machado, veríssimo. e clarice. clarice era o nome de minha mãe, que matei porque não fritou as batatas que pedi. batata-doce não se frita, ela disse. eu nem estava com fome, mas o cheiro de homem que ela carregava. ah, não agüentei, aquilo me enojava. mais que as mãos do meu pai nas minhas pernas. não sou crente. ah, sei lá. os caras que costumam cometer estes crimes sempre têm ligação com religião. eu não. não sou desandado, desviado. não quero dizer como os matei. fico triste, não durmo. meu pai, que enterrei no quintal, parou de ir ao meu quarto quando minha mãe morreu. não me denunciou. desarrumou a casa toda e disse que foi assalto. assassinato. no outro dia arrumou um homem. fiquei só. e só matei... não sei de mais nada. chorei e me entreguei.


segunda-feira, 14 de maio de 2007

eu não sou macaco não


por que a maioria dos ateus passa a vida tentando provar a si e aos outros a inexistência de deus? ora, se para eles, ele não existe, seria mais fácil ignorá-lo e não perder seu precioso tempo com uma bobagem. por que tanto incômodo, tanta crise? para que tanto filme criticando a fé? para que tanta poesia, tanto livro? será que eles não acreditam mesmo? será que acreditam que uma explosão deu origem o mundo? será que realmente crêem serem evolução de girinos e macacos? é preciso ter muita, mas muita fé para acreditar nisso.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

papa


o papa está aqui pertinho, a menos de cinco quilômetros de onde estou.
no entanto, minha única preocupação é com o trânsito. hoje tenho aula de teatro e a escola onde estudo é próxima à avenida pacaembu, que estará interditada. haverá um encontro com jovens que, certamente, não seguem os dogmas da igreja.
como chegarei lá? helicóptero? odeio faltar à aula.
droga!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

pedido

você acessou a secretária eletrônica de .*****,

para pedir dinheiro disque 1,

para pedir conselho disque 2,

para pedir que eu faça seu trabalho da faculdade disque 3,

para pedir um emprego disque 4,

para pedir que eu marque uma consulta disque 5,

para pedir carona disque 6,

para pedir um filme ou livro que você nunca mais vai devolver disque 7,

para não pedir nada, não disque, me acorde. é um sonho.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

o samba de mariana

ainda esta semana falo da virada cultural, que aconteceu em são paulo no último fim de semana. ainda não sei de muitas notícias pois não deu tempo de assistir tv, nem ler jornal, mas pelo pouco tempo que fiquei lá, percebi que o clima não estava nada bom.


mariana aydar


bom mesmo foi o show de mariana aydar (que não participou da virada) no auditório ibirapuera. sei pouca coisa da moça, que é filha de uma produtora/socialite e do músico mário manga. ouvi dizer que ela está sempre rodeada de pessoas famosas, estudou fora, freqüenta festas de gente que 'tá na moda', ilha de caras, etc. talvez por ter ouvido estas coisas, pensei que a garota era mais destas patricinhas que aproveita o sucesso dos pais para obter o seu.

então, foi com um pé atrás que entrei no auditório, que aliás, é impressionante. espaçoso, confortável, bonito, sofisticado e cheiroso. enquanto meu amigo eduardo, que já era fã de mariana há tempos, cantava todas as músicas, eu percebi que a patricinha canta muito bem. e canta samba da melhor qualidade.

com voz suave e sotaque baianopaulista, mostra que tem talento, técnica e personalidade. a insegurança que mostrou no começo da apresentação deu lugar a um show intimista com direito à brincadeiras com o pai (que tocou e pediu patrocínio para o novo disco dela), beijos para os avós (que estavam na terceira fila, duas atrás de mim) e declaração de amor ao namorado (que tocou bateria, dirigiu o show e retribuiu a declaração com uma música linda).

teve ainda participação de eduardo nazarian, bid, leci brandão e roberta sá. esta última não me convenceu. leci interpretou com muita emoção duas músicas, entre elas "zé do caroço", de 1978. bid, produtor do disco, tocou guitarra em uma música (foi também o dj da festa de 15 anos de mariana) e nazarian acompanhou no teclado dois afrosambas compostos por ele.

foi assim o primeiro 'show de peso' da moça, como ela mesma disse. e foi também meu primeiro, pois vou querer acompanhar melhor a carreira dessa nova estrela da música brasileira.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

angu de sangue, a peça

nem arroz, nem feijão, nem bife. em meu jantar de ontem foi servido angu. puro e seco. quer dizer, com um pouco de sangue. é, sangue. esse que corre nas veias, sabe? pra piorar, comi num porão frio e escuro, sentado numa tábua sem encosto.


assim foi a apresentação do coletivo angu de teatro no centro cultural são paulo. parte da segunda mostra latino-americana de teatro de grupo, a peça angu de sangue é baseada em contos do livro homônimo e de balé ralé, ambos do escritor marcelino freire. depois de um pequeno tumulto para conseguir ingresso – foi necessária uma segunda sessão – o grupo do recife veio dizer à são paulo que esta cidade não é a única em que predomina a solidão, violência, exclusão, persistência e dor. que as pessoas não conversam, não se ouvem, não se entendem. apenas falam. falam ao mesmo tempo, falam sozinhas, falam com todos e com ninguém.


logo no primeiro conto, "faz de conta que não foi. nada", já dá vontade de mandar os atores calarem suas bocas, tanta é a angústia, a indiferença e a rapidez com que narram a história de um menino de rua assassinado. é assim também no emocionante "socorrinho", contado e cantado por hermila guedes, no qual uma garota, representada por uma boneca, é estuprada. ou então em "muribeca", em que a catadora de lixo, que mora numa geladeira, descobre que o lixão de onde tira todo seu sustento vai ser desativado.


o grupo recifense conseguiu ilustrar de maneira simples e fiel os contos de marcelino, que parecem ter sido escritos para o teatro. mesmo os textos com apenas um personagem soam como diálogos, seja com a consciência ou com uma terceira pessoa inventada a fim de colocar nela a responsabilidade de um destino cruel. no espetáculo, os contos se transformam em cenas ágeis e densas, que nos conduzem rapidamente para o mundo daqueles personagens que, primeiro condenamos ou sentimos pena. depois, percebemos que são iguais a nós, frágeis e incompletos, numa sociedade em que todos falam, mas ninguém ouve ninguém.

encenação do conto "socorrinho", em angu de sangue

quinta-feira, 3 de maio de 2007

.hoje tem angu

elenco de angu de sangue, andré brasileiro, fábio caio, gheuza sena, hermila guedes e ivo barreto (fora de ordem)

termina domingo, dia 6, a segunda mostra latino-americana de teatro de grupo. hoje, dia 3, tem angu de sangue, às 19h, no centro cultural são paulo. o grupo que apresenta é o coletivo angu de teatro, do recife, dirigido por marcondes lima. são dez histórias que misturam vídeo e música com base no livro do marcelino freire (angu de sangue). o livro é bom. ótimo. a peça... veremos hoje! mais sobre a mostra aqui.


angu de sangue
centro cultural são paulo – rua vergueiro, 1000
3383-3400
grátis (chegar uma hora antes)

segunda-feira, 30 de abril de 2007

é proibido proibir


proibido proibir, filme de jorge durán, é o recorte de um período curto na vida de três jovens universitários. caio blat é o garoto da medicina que fuma maconha o tempo todo e faz sexo na cobertura do hospital em que faz estágio. alexandre rodrigues estuda sociologia, é o melhor aluno da classe e tem um projeto com crianças pobres. sua namorada, maria flor, faz arquitetura, tem carro, acha que droga deixa as pessoas idiotas e não curte a idéia de casamento. depois de se envolverem com uma paciente do hospital onde caio trabalha, passam a conhecer um mundo diferente de suas realidades: miséria, violência e opressão.


o título remete à uma das frases que estudantes e trabalhadores franceses pregavam em maio de 1968, num episódio que incluiu greves, manifestações e paralelepípedos voadores. o cheiro era de gás lacrimogêneo e o som, de bombas. mas não foi só isso. havia ali – e falta hoje, principalmente no brasil – pessoas que realmente acreditavam e não apenas discursavam, mas agiam de acordo com o que pensavam. eles viviam aquilo que pichavam nos muros.


quase na mesma época, mesmo sob a repressão da ditadura militar, nascia no brasil o tropicalismo, movimento artístico e comportamental que propagava, entre outras coisas, a liberdade. caetano veloso, um dos principais representantes, compôs e apresentou num festival - sob vaias, tomates e ovos, uma canção homônima à frase anarquista dos franceses e ao filme de durán.


as semelhanças entre maio de 68 e a música de caetano são explícitas, enquanto no filme páram no título. não vi nada de revolucionário ou transgressor. o cartaz do filme também engana. a foto traz os três personagens juntos com caras de êxtase e à minha primeira vista pensei se tratar do efeito de drogas ou de sexo. resposta errada. é a última cena do filme, uma das mais marcantes, em que precisam tomar uma séria decisão. talvez o grande lance do filme seja o conflito interno de cada personagem. apesar de não lutarem pela liberdade dos oprimidos, nem por direitos iguais, eles pensam viver esta liberdade até se depararem com uma situação que vem de encontro à boa vida de universitário bancado pelos pais.


em meio a tudo isso, surge a atração da garota pelo melhor amigo de seu namorado. é interessante como o tema é tratado, sem parecer clichê, sem cair no ridículo, nem parecer triângulo amoroso de novela, em que há um cara bonzinho que vai ser traído pela namorada ingênua, com o amigo mais bonito e sedutor.

proibido proibir [em três tempos]

(frança, 'maio de 68')






(caetano veloso, 1968, a música)


A mãe da virgem diz que não. E o anúncio da televisão. E estava escrito no portão. E o maestro ergueu o dedo. E além da porta há o porteiro, sim. Eu digo não. Eu digo não ao não. Eu digo. É proibido proibir. É proibido proibir. É proibido proibir. É proibido proibir. Me dê um beijo, meu amor. Eles estão nos esperando. Os automóveis ardem em chamas. Derrubar as prateleiras. As estantes, as estátuas. As vidraças, louças, livros, sim. Eu digo sim. Eu digo não ao não.Eu digo. É proibido proibir. É proibido proibir. É proibido proibir. É proibido proibir.


(jorge durán, 2006, o filme)







sexta-feira, 27 de abril de 2007

virada em são paulo

são nessas horas que eu queria ter o poder de estar em vários lugares ao mesmo tempo. como não tenho, preciso fazer escolhas para tentar aproveitar um pouco da virada cultural 2007, que acontece em são paulo nos dias 5 e 6 de maio, das 18h às 18h. ano passado não fui por causa dos ataques do pcc. bobagem. abaixo, o que quero ver e aqui a programação completa. na foto, eu no show do funk como le gusta, que não participará da virada.




Palco Praça da Sé
0h - Nação Zumbi (Da Lama ao Caos 1993)


Palco Boulevard São João/Anhangabaú
20h - O Teatro Mágico

22h - Sergio Dias

0h - Clube do Balanço convida Erasmo Carlos

2h - Grooveria Eletroacústica convida Ed Motta

8h - Karnak

10h - Pato Fu

12h - Premeditando o breque

14h - Língua de Trapo (Disco Azul 1982)

16h - Moraes Moreira e Armandinho (Cara e Coração 1977)

18h - Zélia Duncan

Palco Barão de Itapetininga
4h30 - Golpe de Estado

6h15 - Beatles 4ever (Magical Mystery Tour 1967)

8h - Rogério Skylab 9h45 - Cólera (Pela Paz em Todo o Mundo 1986)

15h - Os Inocentes


Teatro Municipal
18h - Raul de Souza (Sweet Lucy 1977)

21h - João Donato (A Bad Donato 1970)

0h - João Bosco (Centésima Apresentação 1983)

3h - Jards Macalé (Farinha do Desprezo 1972)

9h - Germano Mathias (Ginga no Asfalto 1962)

12h - Sérgio Ricardo (Deus e o Diabo na Terra do Sol 1963)

15h - Zimbo Trio e Fabiana Cozza (O Fino do Fino 1965/Elis Regina e Zimbo Trio)

18h - Paulo Moura (Radamés 1959)

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Largo do Paissandu
Missa conga - 11 horas

Teatro e Circo na Praça da República
21h - Clube da Sabotagem - A melhor fatia ou o que Doroti quer

22h30 - Grupo Experimental de Teatro - Aquele que diz sim e aquele que diz não

14h - Inventa - Desinventa

15h30 - La Mínima - Reprise

17h - Acrbático Fratelli - Circorreria

Palcos Cardeais
Pedreira - Sete Campos - zona sul

12h - Ao Cubo

16h - Cordel do Fogo Encantado

quarta-feira, 25 de abril de 2007

a noite do aquário

uns dizem que foi no bar baiúca, outros, no djalma. mas ninguém discute que a primeira apresentação de elis regina em são paulo tenha sido numa sexta-feira, na praça roosevelt, entre as ruas augusta e consolação. para o dramaturgo sérgio roveri, o local exato não importa. o que vale saber é que neste mesmo dia uma mulher, que viera de um vilarejo portuário prestes a desaparecer do mapa, chora desamparada na praça, por não encontrar o marido, que a trocara por outra. de volta à insólita cidade, sua tristeza apenas aumenta quando o filho mais velho, pedro, a deixa. depois de oito anos longe e quatro cartas enviadas, estas decoradas por josé, o irmão mais novo, pedro volta para buscar a família e levá-la à brasília, cidade que começava a se desenvolver. inicia-se então um jogo misto de silêncios, emoções rasgadas, traumas ressentidos e dor, muita dor. assim é a noite do aquário, em cartaz às sextas-feiras, no espaço dos satyros um. o espetáculo faz parte do projeto 'e se fez a praça roosevelt em 7 dias', que conta com sete peças, uma em cada dia da semana, às 19h, sempre com um autor e diretor diferentes. mais informações em www.satyros.com.br


germano pereira, chico carvalho e clara carvalho (foto de lenise pinheiro)

terça-feira, 24 de abril de 2007

estréia

depois de uma semana falando sozinho, compartilho com vocês o blogue condussão. a grafia errada é apenas por motivo estético. dois ss /ésses/ juntos, na minha visão, formam um caminho tortuoso, uma estrada sinuosa, assim como a vida. lá embaixo, explico mais ou menos o que terá neste caminho. aí ao lado, links de sites e blogues que considero bacanas e úteis (se você é um dos linkados e não quer, avise). para ver os vídeos é só clicar em cima que eles abrem. esta semana tem uns trailers de pequena miss sunshine, trechos de duas peças dos satyros, leituras de marcelino freire e clipes da bjork.


agora que fomos apresentados, fique à vontade para fuçar os links ao lado. alguns dos blogueiros linkados conheço pessoalmente e são pessoas magníficas. de outros conheço apenas textos, que obviamente admiro, caso contrário não recomendaria.


comentários e impressões pelo e-mail
lucaspguedes@hotmail.com

volte em breve para saber outras novidades.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

loucura de harau

eduardo de araújo teixeira (eduardo harau) é um dos quatrocentos e treze mil, novecentos e quarenta e três moradores de mauá, cidade do abc paulista com noventa e um por cento de alfabetizados, trinta e uma escolas municipais, três hospitais, quinhentas e trinta e seis indústrias e três ambulatórios de saúde mental. é doutor em literatura pela usp, professor, roteirista, blogueiro, ensaísta, cineasta e ainda assim, considera-se o mais comum entre os comuns. seu talento para escrita ainda não lhe rendeu dinheiro nem fama, mas suas aulas o tornaram recordista em cantadas e mensagens de alunas e alunos apaixonados pela forma com que maneja a língua portuguesa e suas regras gramaticais.

abaixo, ajo como um chato e, para estragar a surpresa, conto em conto o final de seu novo curta-metragem, a loucura de isabela.

Quando conseguiu alcançar a altura certa da porta e mirar a televisão na sala de visitas, uma poética lágrima escorreu do olho esquerdo de Isabela. A tevê do sanatório só sintonizava dois canais, e não havia som. Era o macaquear de bocas mudas que Isabela tentava preencher com um turbilhão de memórias mal sintonizadas. Lamentava que já não se aplicassem choques elétricos no manicômio porque assim ao menos, pensava, poderia sentir-se viva, ativa e luminosa, como um televisor de plasma, 32 polegadas.

mais eduardo e mais isabela aqui.

sábado, 21 de abril de 2007

pra mim, chega

tinha 28 anos quando morri, em 1972. fui, como vocês chamam hoje, um homem-multimídia. jornalista, ator, cineasta, escritor, poeta, músico... tive letras musicadas pelos amigos gilberto gil, edu lobo, caetano veloso, maria bethânia, nana caymi. tive amigos importantes, mulher, filho. ah! fui um dos idealizadores da tropicálica, já ouviu falar? viajei pela europa, américa do norte. fui comparado a kerouac, ginsberg. que nada! (será que é por causa da bebida?) tive contato com o movimento concretista e do cinema conheci júlio bressane, sganzerla. conheci também hélio oiticica e mais uma cambada de loucos como o waly salomão. como será que estão hoje? eu não sei. sei que um dia depois do meu aniversário me tranquei no banheiro, cobri a janela e as frestas da porta com jornal. liguei o gás do aquecedor e morri. fui pra não voltar e não volto mais desse meu caminho. antes, deixei um bilhete em que escrevi, entre outras coisas, o seguinte: “tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. pra mim chega! não sacudam demais o thiago, que ele pode acordar”. não sei dizer se fui feliz. fiz muitas coisas que quis, mas a verdade é que sempre me senti oprimido, não sei dizer por que ou por quem. conheça minha ´obra´, leia o que escrevi e vai perceber um pouco desta angústia. soube que minha mãe nunca mais foi ao rio de janeiro, colocando na cidade a culpa de minha morte. já meu pai adotou mais de trinta crianças e montou uma creche. meu filho virou piloto de avião e da minha mulher não sei. mas soube que, juntamente com a empregada, procurava restos de escritos que eu rasgava ou queimava quando ficava deprimido e com raiva. com raiva ficou ela, há alguns anos, quando lançaram um livro sobre mim. o autor disse que eu era bissexual, que tive um caso com caetano. não perco meu tempo com esta bobagem. bom, fico por aqui. pelo que soube, o mundo continua uma droga e o brasil, um lixo.


A poesia é o pai da ar-

timanha de sempre: quent

ura no forno quente

do lado de cá, no lar

das coisas malditíssimas;

alô poetas: poesia!

poesia poesia poesia poesia!

O poeta não se cuida ao ponto

de não se cuidar: quem for cortar meu cabelo

já sabe: não está cortando nada

além da MINHA bandeira ////////// =

sem aura nem baúra, sem nada mais pra contar.

Isso: ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. a

r: em primeiríssimo, o lugar.



poetemos pois


[mais torquato neto aqui]

sexta-feira, 20 de abril de 2007

pseudocultura

era aniversário de são paulo quando ouvi, pela primeira vez, o termo pseudocult. foi num show do tom zé, que tocara antes dos mutantes e depois da nação zumbi. quem disse foi um garoto revoltado com tanta gente igual-mas-diferente num show daquele tipo. explico: um bando de jovens que se dizem ‘alternativos’ juntos. segundo o aurélio, alternativo é aquilo ‘que não está ligado aos interesses ou tendências políticas dominantes’. cult não está no dicionário, mas pode ser entendido por, pelo menos, duas formas da palavra culto, derivadas do mesmo latim cultu. no primeiro momento pode ser culto, sinônimo de adoração, reverência. Depois, refere-se àquele quem tem cultura, é instruído, civilizado, adiantado. segundo o garoto, ali não tinha ninguém alternativo. nem culto. pelo que entendi do que ele disse, havia ali jovens ricos da puc e da usp, que têm seus bons carros e casas, não trabalham e freqüentam as baladas mais caras da cidade. entretanto, para parecerem mais inteligentes e cultos, freqüentam também shows de artistas desconhecidos ou que não toquem em rádio, não aparecem no faustão, nem gugu. geralmente estes artistas têm poucos fãs, os chamados cults e pseudocults. detalhe: estes artistas cults ou alternativos, deixam de o ser quando aparecem na globo. podem aparecer na cultura ou algum canal pago. jamais na globo. já os fãs, cults e pseudocults ficarão revoltados, assim como aquele garoto, ao saber que milhares de pessoas também gostam do mesmo artista. por isso a revolta. aposto que se o revoltado fosse ao show e houvesse ali poucas pessoas, ele se sentiria melhor, pois estaria contra a massa que lota praças em apresentações sertanejas gratuitas. como pode um show do tom zé com mais de vinte mil pessoas?! não pode.



se você não entendeu nada, esqueça e leia esta definição de pseudocult que achei num blogue:

o microconto do pseudocult desenturmado


odiava kubrick. interessou-se por laranja mecânica para conseguir amizades.



ah!1 - sei que pseudocultura é um termo antigo e tem outros significados, mas gostei do nome e quis usar.


ah!2 – a reflexão do garoto revoltado me fez pensar na moda do pseudocult e gerou três textos que postarei aqui em breve: os mandamentos do pseudocult no cinema, na música e no teatro.


ah!3 – adivinhem quem encontrei estes dias nos corredores da puc? o garoto revoltado.


quinta-feira, 19 de abril de 2007

sonho

"só lamento o não ser criança, para que pudesse crer nos meus sonhos"


ah, fernando (pessoa), pelo menos você tinha sonhos...

quarta-feira, 18 de abril de 2007

volta

renasce o blogue .condussão


o antigo morreu antes que completasse um mês. foram apenas oito postagens, sessenta e um comentários e setecentos e vinte acessos (juro que não fui eu). isso em agosto de 2005.quase dois anos depois resolvo voltar, sem nenhum motivo especial, pois sei que logo vou cansar e abandonar o blogue. este será mais um entre os milhões. sem pretensão nenhuma de ser lido (mentira, se não quisesse, não divulgaria), sem querer bater recorde de visitas ou comentários (verdade), sem trazer muitas novidades ou coisas que possam interessar. é apenas mais um.

depois de estudar blogues por um tempão e ter escrito um livro sobre o assunto, percebi o quão importante é, para alguns, o fato de ser ouvido/lido. outros, como eu, preferem garimpar blogues por aí, sejam eles pessoais, literários, artísticos, comerciais, culturais. confesso que é um vício.


basicamente, este abordará assuntos relacionados à arte e seus diversos discursos de linguagem, cinema, teatro, literatura, música, história, sociedade, relacionamentos, viagens, notícias, religião, enfim, mais do mesmo. e também algo sobre minhas pesquisas na área de comunidades virtuais (ódio na internet), cultura (o teatro pós semana da arte moderna) e hipocrisia na sociedade pós-moderna.


espero sem esperar que me acompanhem.


até.

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

Antes que seja tarde

Esta é uma das melhores músicas que já ouvi. A letra é de Fernanda Takai e Tarcísio Moura. Quem canta é o Pato Fu. Se puder, leia ouvindo a música emwww.patofu.com.br . Ela ilustra mais ou menos o momento que vivo hoje.

Antes que seja tarde...
Olha, não sou daqui 
Me diga onde estou
Não há tempo não há nada 
Que me faça ser quem sou 
Mas sem parar pra pensar 
Sigo estradas,sigo pistas pra me achar 
Nunca sei o que se passa 
Com as manias do lugar 
Porque sempre parto antes que comece a gostar 
De ser igual, qualquer um 
Me sentir mais uma peça no final 
Cometendo um erro bobo, decimal  
Na verdade continuo sob a mesma condição 
Distraindo a verdade, enganando o coração 
Pelas minhas trilhas você perde a direção 
Não há placa nem pessoas informando aonde vão 
Penso outra vez estou sem meus amigos 
E retomo a porta aberta dos perigos    
Na verdade continuo sob a mesma condição 
Distraindo a verdade, enganando o coração 
.

quinta-feira, 18 de agosto de 2005

Qual é a MÚSICA ?


Música: Arte e ciência de combinar sons de modo agradável aos ouvidos

Popular: Do, ou próprio do povo; feito para o povo

Brasileira: De, ou pertencente ou relativo ao Brasil

POVO: Conjunto de indivíduos que falam a mesma língua; têm costumes e hábitos idênticos, afinidade de interesses, uma história de tradições comuns.

Se eu entendi bem, Música Popular Brasileira, mais conhecida como MPB é a arte e ciência de combinar sons pertencentes ou relativos ao Brasil, que seja do próprio povo ou feito para o povo brasileiro. Beleza, temos o conceito. Mas, qual é a MPB? Quem pertence a este estilo musical? O primeiro nome que vem a mente é o de Caetano Veloso. Depois vem Gilberto (ministro) Gil, Gal, Tom Jobim ... Por que? Por que não me lembro do Fundo de Quintal, do Edvaldo Santana, Trem da Alegria, Kelly Key... Ops! Também não vamos exagerar, né? Mas se você se ater a definição de MPB, verá que tudo isso é MPB. Eles cantam músicas, populares e brasileiras. Agora, se tem qualidade ou não é outro esquema. Se agrada aos ouvidos de todos é outro esquema. Talvez, a definição mais difícil seja a do POVO. Quem é o povo? O que o povo gosta de ouvir? Qual é a verdadeira música popular brasileira? Penso que a MPB não existe, porque não existe um povo. Somos vários povos. O que existe é música. E ritmos. Samba, rock, eletrônico, mandacarú, baião, forró, reggae... Não importa. Acho que me perdi no que queria dizer porque o lance é bem confuso mesmo, pelo menos pra mim. Porque não toca Inezita Barroso na NOVA BRASIL FM?. Ou Claudinho e Buchecha? Mas toca música de ambos interpretadas por outras pessoas, classificadas como "música brasileira de qualidade". Gosto da NOVA, mas ainda bem (ou não) que tem várias rádios e não precisamos depender de uma para ouvir música brasileira. Ainda bem que tem alguns programas na TV Cultura que apoiam a música brasileira. (Quase) nada contra as estrangeiras, mas prefiro a arte e ciência de combinar sons de modo agradável aos meus ouvidos que são próprias de um conjunto de indivíduos que falam a minha língua: A LÍNGUA BRASILEIRA.



segunda-feira, 15 de agosto de 2005

La Tour Eiffel e a visão do mundo


Não sei se a visão que a gente tem da grandeza do planeta vem de experiências que passamos no dia-a-dia, do que ouvimos falar, das notícias internacionais que vemos em telejornais ou em programas de viagem, dos filmes, das fotos que vemos em livros de Geografia ou revistas especializadas em turismo. Conversando com uma senhora, que é copeira, percebi que a viagem mais longa que ela fez foi da Bahia para São Paulo, de ônibus. Seu sonho é conhecer Las Vegas. Freqüentar cassinos. Como não tem grana para exercitar o prazer de apostar lá, faz suas apostas aqui mesmo, na Mega Sena (toda a semana). Um dos passeios que ela mais gostou de fazer foi ir ao Hopi Hari. O brinquedo que mais chamou sua atenção foi a Torre Eiffel. Eu: Pela aventura? Adrenalina? Ela: Não. "Porque no topo da torre, a gente vê o mundo..."

sexta-feira, 12 de agosto de 2005

Vamu pulá !!!



Dando uma sapeada nos jornais.
 
E na  FOLHA de S. PAULO de hoje (11/08). A galera do PT chorou quando ficou sabendo que a campanha foi paga com caixa 2... Putz... Tô chocado! Bom, nem quero falar sobre isso agora. Quem puder, dê uma olhadinha nas páginas 10 e 11 do primeiro caderno. Que coisa ridícula é isto? Nada contra os irmãos "Maria Chiquinha", mas colocá-los pulando do primeiro parágrafo da matéria ?! Vamu pulá, mas não em cima do carro, né? As crianças podem ver e querer fazer igual ! E o irmão da Sandy - como é conhecido o músico Júnior Lima - sentadinho segurando as pernas bem em cima da frase "A informação prestada pelo PT..."
 
Então, né... parece que o presidente da república de nosso país vai se pronunciar...pra quê?
 
A mídia impressa tá uma comédia só. Tudo bem que o Brasil é uma piada, né? Sabiam que foram descobertos os genes do arroz ?? Sabiam que foi encontrado no Brasil um "pedaço" (não lembro agora qual parte) de um pássaro de 80 milhões de anos?? Na boa, se o mundo tem mais de 80 milhões de anos e tá na meleca que está hoje, quantos anos seriam necessários para as coisas se acertarem? E por falar em milhões... Aquele assalto no Banco Central...Cara, que que é isso? 150 milhões de reais de prejuízo !!! Uma coisa interessante que eu li foi a entrevista com a esposa do publicitário carequinha. Coitada... Ela tá saindo de casa disfarçada de pamonha! E quem disse isso foi sua filhinha...
 
Assisti "A Terra". Primeira parte de "Os Sertões", do Euclides da Cunha. Não é uma peça que você assiste. É uma experiência que você vive. Semana que vem tem as outras 3 partes e depois eu falo mais. "ATUAR PRA PODER VOAR".


quarta-feira, 10 de agosto de 2005

Os comentários da última postagem foram engraçados. Algumas pessoas que me encontraram pessoalmente depois também disseram que "esperavam mais de mim". Mas eu fico pensando. O que esperar de uma criança de oito anos? Que ela fique na frente da TV assistindo Bob Esponja, Pokemon e Dragon Ball? Ou então jogando Counter Strike e FIFA? Ou melhor, que ela leia... Harry Potter, W.i.t.c.h., Batman... Mas nunca espera-se que uma criança leia literatura ou - o menos esperado -  que ela escreva. E o que esperar que uma criança escreva? QUALQUER COISA. Isso que é o mais legal. E isso que é o mais chato quando se cresce. Perde-se a sinceridade, a simplicidade. Passa-se a querer agradar o/a professor, chefe, amigo, namorado. Eu penso que quando outras pessoas vão entrando na nossa vida, um pouco (ou muito) de nós, se esvai aos poucos. Isso não é ruim. É uma troca. O problema é quando você perde sua essência. E a criança, dificilmente perde a sua. Então caros, NÃO esperem MUITO de mim!

sexta-feira, 5 de agosto de 2005

Lembranças da 2º C

Esta noite tava fuçando em algumas coisas velhas e olha o que achei. Um livro editado na escola em que fiz o primeiro grau. Os professores resolveram pegar as redações dos alunos e publicar. A seguir, a minha, chamada "Os irmãos gêmeos". Na ocasião, tinha 8 anos e o livro chama-se Lembranças da 2ºC.

Os irmãos gêmeos

Era uma vez, dois irmãos.

Eles eram muito espertos!

Um chamava Márcio, outro Marcelo.

Marcelo gostava de sopa de legumes e Márcio não gostava.

Márcio gostava de abacate e Marcelo não gostava.

Um dia resolveram passear. Marcelo foi ao cinema e Márcio foi ao Jardim Zoológico.

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Oi pessoas...

Vocês nem imaginam o que aconteceu!!! Meu computador deu um pau catastófico... E o pior... o cara que veio fazer a manutenção disse que precisará formatar a máquina. Eu disse: beleza, desde que você não apague nada ! Ele disse: eu disse FORMATAR. Vai apagar tudo! Eu pensei "@#$!*&#...". Mas eu disse: Ah, legal ! Mas não tem como deixar só alguns documentinhos do word?? Ele disse que ia verificar, mas não garantia nada...

Bom. Tudo isso pra dizer que a minha entrevista comigo mesmo está prestes a ser excluída... Vou ter que marcar uma nova data e me entrevistar de novo. Não sei se vou ter tempo. Talvez só no fim de semana. Mas beleza, isso acontece...

Ainda não aprendi a comentar os comentários na própria caixinha que a galera escreveu, então deixo meu muito obrigado a todos vocês. Fiquei surpreso com algumas coisas, mas muito feliz. Feliz mesmo. Obrigado. Estou usando um outro computador, então na próxima postagem eu falo mais com vocês.

Muito Obrigado pela companhia. Muito obrigado.

Lucas

quarta-feira, 3 de agosto de 2005

E no começo...


Pessoas (e quem mais estiver lendo...)

Além de blogólogo, agora sou mais um blogueiro. E por que fazer um blogue? Pra mostrar aos amigos, pra se expressar, pra zoar, jogar tempo fora...?? Bom, não sei nem a finalidade deste blogue. Pra começar já vou dizendo que não pretendo ser pontual, mas vou tentar escrever sempre. Quero colocar alguns textos meus e de pessoas que admiro. Divagações sobre a vida, o corpo, a alma, os porquês disso e daquilo também estarão por aqui. Como sou um bom ouvinte de conversas de busão, filas (estas são imperdíveis!!), ponto de ônibus..., pretendo reproduzir neste blogue, alguns diálogos colhidos. Vou postar também alguns comentários sobre filmes, música, teatro. O único compromisso aqui é com a sinceridade. Quem puder ler sempre, leia, quem quiser comentar, comente (é bom saber o que os outros pensam - talvez isso não mude nada, mas é bom...). Se depois desta primeira postagem, você não quiser ler mais, entendo, o problema é seu. Se acha que vai gostar, já adiciona aos favoritos... Não perca em breve, uma entrevista que eu fiz comigo mesmo. Abaixo, um trechinho dela pra vocês...Até a próxima!

Trecho da entrevista de Lucas para o blogue "Condussão"

Lucas = O que acha da atual situação do país?
Lucas = Não quero fazer uma análise mais profunda, mas sabe que eu sinto sinceramente? Tristeza...O Brasil tá um lixo, o mundo tá um lixo. Uma droga. Não só no aspecto político-econômico, mas sofre com uma crise humana mesmo. Não acho que as coisas vão mudar. Talvez se forem mudar, será pra pior.... Agora, uma resposta mais bonitinha: Eu acho que o melhor do Brasil é o brasileiro, que não desiste nunca. Penso que se tivermos força de vontade e pensamento positivo, as coisas boas acontecem e tenho esperanças de que um mundo melhor é possível. Gostou? Fique com a resposta que você achar melhor.