sábado, 30 de maio de 2009
eu, esquadros e contradições
caetano cai do palco
sexta-feira, 29 de maio de 2009
blog das 30 pessoas ou vai vai vai começar a brincadeira
quinta-feira, 28 de maio de 2009
show da maria rita no via funchal
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quarta-feira, 27 de maio de 2009
doze avisos
domingo, 24 de maio de 2009
simplesmente julia
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quinta-feira, 21 de maio de 2009
caetaneando o que há de bom
quarta-feira, 20 de maio de 2009
porque eu quero viver de brisa
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veio sorrindo pra mim
hoje o sol veio vermelho como um rosto
vênus, diamante, jasmim
veio enfim o e-mail de alguém
veio a maior cornucópia de mulheres
todas mucosas pra mim
o mar se abriu pelo meio dos prazeres
dunas de ouro e marfim
foi assim, é assim, mas assim é demais também
odeio você, odeio você, odeio você
odeio
veio um garoto do arraial do cabo
belo como um serafim
forte e feliz feito um deus, feito um diabo
veio dizendo que sim
só eu, velho, sou feio e ninguém
veio e não veio quem eu desejaria
se dependesse de mim
são paulo em cheio nas luzes da bahia
tudo de bom e ruim
era o fim, é o fim, mas o fim é demais também
odeio você, odeio você, odeio você
odeio
segunda-feira, 18 de maio de 2009
a vida é doce
com a mesma falta de vergonha na cara eu procurava alento no seu último vestígio, no território da sua presença, impregnando tudo tudo que eu não posso, nem quero, deixar que me abandone.são novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro no presente que tritura as sirenes que se atrasam pra salvar atropelados que morreram, que fugiam, que nasciam, que perderam, que viveramtão depressa, tão depressadepressa demaisa vida é doce, depressa demaise de repente o telefone toca e é você do outro lado devolvendo minha insônia, minhas bobagens, pra me lembrar que eu fui a coisa mais brega que pousou na sua sopa. me perdoa daquela expressão pré-fabricada de tédio, canastrona, que nunca funcionou nem funciona...me perdoa, a vida é docesão novamente quatro horas, e eu ouço o lixo do futuro, do presente, que tritura as sirenes que se atrasam pra salvar atropelados que que morreram, que fugiam, que nasciam, que perderam, que viveram depressa...a vida é doce, depressa demaisa vida é doce, depressa demaisa vida é doce, depressa demais
sábado, 16 de maio de 2009
FELIZ E TRISTE - notas sobre um dia incrível
quinta-feira, 14 de maio de 2009
blooks - tribos e letras na rede
quarta-feira, 13 de maio de 2009
da indiferença, vilém flusser
Temos, enquanto ocidentais, dois e apenas dois modelos para a morte. A morte do Cristo na Cruz, e a morte de Sócrates dialogando. Prova radical que somos, enquanto ocidentais, uma síntese malograda entre judeus e gregos. Malograda, porque, ao imaginarmos a hora da nossa morte, não sabemos como queremos morrer: apaixonadamente ou impassíveis - embora, muito provavelmente, na hora da morte isto não conte.
Imitação de Cristo ou de Sócrates: eis no fundo nossa escolha. Ser santo ou engajado ser filosofo ou contemplativo. Do ponto de vista cristão a escolha socrática é escolha da alienação e do pecado. Do ponto de vista socrático a escolha cristã é escolha da ilusão e do engano. Não há maior pecado do ponto de vista cristão que a "tristeza do coração", isto é, desamor, indiferença. E não há maior engano do ponto de vista socrático que o deter "opiniões", ou seja, afastar-se da sabedoria. Escolhas estas que não podem ser sintetizadas.
Temos exemplos radiantes da indiferença socrática: tanto da indiferença aos movimentos em meu redor, ataraxia, quanto da indiferença aos sofrimentos no meu intimo, apatia. Como, por exemplo, o herói que morre indiferente as dores; o imperador romano que morre em pé, congelado em cubo de gelo; o bruxo medieval que morre calmo e sorri dente na fogueira; o gentleman inglês que morre fumando cachimbo; o aristocrata francês que se dirige à Guilhotina escolhendo o perfume apropriado; Goethe que morre escrevendo; ou ainda, o hippie atual que morre em reedição do gentleman, "à bout de souffle" acendendo cigarro. O comum a todos os exemplos é a morte, e a vida com dignidade, isto é: esteticamente. Ter vida e morte belas, limpas, não sujas de sangue.
A indiferença elaborou, ao longo da historia do Ocidente, duas grandes ideologias. A estóica na Antiguidade, a classista na Idade Moderna. Dois grandes impérios, o romano e o britânico, elevaram a indiferença em ideal oficial e predominante. O ideal do gentleman inglês - aquele que carrega o fardo do "homem branco" - pode ser resumido nesta famosa sentença: ter consciência e camisa limpa. Nada é capaz perturbá-lo e, portanto, nada pode sujá-lo. É "impecável".
O grande confronto entre as duas maneiras de vida ocidental, entre amor e indiferença, se dá no confronto entre Cristo e Pilatos. Um, cujo rosto está sujo da saliva de seus inimigos, de suor e de sangue. O outro, que lava as mãos em bacia elegantemente servida por escravos. Tal encontro pré-figura a historia toda do Ocidente. Na atualidade, por exemplo: confronto entre engajado e tecnocrata.
terça-feira, 12 de maio de 2009
rainha(s) - duas atrizes em busca de um coração
domingo, 10 de maio de 2009
não se fazem mais filmes de ação como antigamente
sexta-feira, 8 de maio de 2009
labuat, soy tu aire
[virginia] es flexible, capaz de ofrecerse tanto con aire ingenuo como de guiñar un ojo con picardía, contenida y matizada, sin querer enseñarlo todo, con buen swing para sacar adelante un repertorio nada fácil de cantar. Hay que ser muy buena para
terça-feira, 5 de maio de 2009
O cão sem plumas, João Cabral de Melo Neto
[daí que, na casa de um colega, digo que amo este poema. e ele, pra esnobar, mostra o livro autografado pelo próprio joão cabral. e eu, que não sei nada de poesia, amo. amo como quem não conhece, por isso amo. amo a construção dos versos, a simplicidade das palavras e a complexidade das ações repetidas. gosto da sonoridade, gosto da relação do rio com o homem com o cão e suas margens - a margem do rio à margem do homem, do cão. eu gosto da palavra espessa, eu gosto da voz de joão cabral. como o real é espesso, a maçã é espessa, a árvore é espessa, o poema também é. eu, que não sei a diferença entre poesia e poema, admiro joão cabral de melo neto. admiro a literatura, admiro palavras umas após as outras numa linha horizontal e admiro versos pequenos e bonitos, uns abaixo, outros acima. com rima ou sem rima. gosto mesmo é de poema. e de poesia]
Aquele rio
está na memória
como um cão vivo
dentro de uma sala.
Como um cão vivo
dentro de um bolso.
Como um cão vivo
debaixo dos lençóis,
debaixo da camisa,
da pele.
Um cão, porque vive,
é agudo.
O que vive
não entorpece.
O que vive fere.
O homem,
porque vive,
choca com o que vive.
Viver
é ir entre o que vive.
O que vive
incomoda de vida
o silêncio, o sono, o corpo
que sonhou cortar-se
roupas de nuvens.
O que vive choca,
tem dentes, arestas, é espesso.
O que vive é espesso
como um cão, um homem,
como aquele rio.
Como todo o real
é espesso.
Aquele rio
é espesso e real.
Como uma maçã
é espessa.
Como um cachorro
é mais espesso do que uma maçã.
Como é mais espesso
o sangue do cachorro
do que o próprio cachorro.
Como é mais espesso
um homem
do que o sangue de um cachorro.
Como é muito mais espesso
o sangue de um homem
do que o sonho de um homem.
Espesso
como uma maçã é espessa.
Como uma maçã
é muito mais espessa
se um homem a come
do que se um homem a vê.
Como é ainda mais espessa
se a fome a come.
Como é ainda muito mais espessa
se não a pode comer
a fome que a vê.
Aquele rio
é espesso
como o real mais espesso.
Espesso
por sua paisagem espessa,
onde a fome
estende seus batalhões de secretas
e íntimas formigas.
E espesso
por sua fábula espessa;
pelo fluir
de suas geléias de terra;
ao parir
suas ilhas negras de terra.
Porque é muito mais espessa
a vida que se desdobra
em mais vida,
como uma fruta
é mais espessa
que sua flor;
como a árvore
é mais espessa
que sua semente;
como a flor
é mais espessa
que sua árvore,
etc. etc.
Espesso,
porque é mais espessa
a vida que se luta
cada dia,
o dia que se adquire
cada dia
(como uma ave
que vai cada segundo
conquistando seu vôo).
domingo, 3 de maio de 2009
virada cultural 2009
sábado, 2 de maio de 2009
nekrópolis, na escola livre de teatro
"No palco é montado um julgamento. O acusado: um grupo terrorista. O jurí: o público. É este o contexto de Nekropolis, montagem do Núcleo 10 de Formação do Ator da ELT de Santo André. A trama fala sobre um grupo terrorista que desenterra cadáveres de pessoas que, em vida, não tiveram voz na sociedade: os excluídos. Dessa forma, expõe a negligência e a impunidade de um governo"
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