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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

rumos itaú cultural literatura

a sétima edição do colóquio 'rumos itaú cultural literatura' termina hoje e discute a crítica da literatura contemporânea. platéia cheia de acadêmicos, mestres, doutores, um clima legal.


dos dois encontros que participei, ontem foi o mais acalorado. um dos palestrantes ficou irritadíssimo com todas (as 3) perguntas que lhe foram encaminhadas. disse que foram agressivas. de duas, uma: ou ele é chato mesmo ou está numa fase igual a minha em que acho o mundo mau, as pessoas más e que tudo está contra mim. tadinho, fiquei com dó.


mas também pudera. o primeiro cara da platéia que se pronunciou ficou - sem brincadeira - dez minutos tecendo comentários e citando teóricos e lá lá lá, e conseguiu não fazer a pergunta. um saco!

o segundo, um jovem doutor selecionado para o programa rumos, num tom de ironia e sarcasmo, desprezou uma leitura do preto góes que o palestrante tanto gostou - e eu também - e que tinha sido influência pro cara.

pra quê isso, minha gente? era só um encontro.... achei que foi um comentário gratuito e pretencioso, mas até que ele tinha lá um pouco de razão.


trocaram algumas ofensas do tipo: "isso aqui é falta de respeito". "falta de respeito a que? a hierarquia?"... é sério, só não saiu briga por causa do mediador.


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findado o momento 'fofocas', digo que participar deste tipo de evento, como já falei uma vez aqui, tem suas vantagens de desvantagens. é bom porque a gente aprende, troca informações, conhece gente, discute. por outro lado, se você é como eu, pode sair se achando um zé-roela, como disse a amiga, por não conhecer o tema, os teóricos citados, os livros...

mas no final acaba sendo sempre um aprendizado e isso nunca é demais.
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quinta-feira, 29 de novembro de 2007

antes de vitor hugo nascer

[eu hoje joguei tanta coisa fora... é assim aquela música dos paralamas do sucesso, né? se não for, tudo bem, mas resolvi fazer a limpa nos armários. o problema é que não consigo jogar muita coisa. principalmente papel. ainda bem, porque eu achei umas coisas interessantes, redações, anotações, acho isso um barato. o texto abaixo foi um exercício em que tinha de escrever sobre um assunto dramático. eu escrevi e o professor, o jornalista valmir santos, da folha de s. paulo fez umas anotações e conversamos muito sobre a construção da narrativa, do cenário, as personagens]


anotação do valmir


[agora lembrei que foi por isso que me interessei por caio fernando de abreu e li um conto dele chamado aqueles dois, mas essa é outra história]

[e sim, eu sou daqueles alunos que ficam depois da aula discutindo com professores, querendo saber mais e mais e mais de tudo]


[então fizemos uma grande análise do conto e o engraçado que percebemos é que o drama deste texto não está na violência em si, nem na tragédia da garota, mas sim na última frase, que revela algo que ainda está por vir]

[há também alguns erros e alguns 'vícios de estilo', segundo o valmir, como algumas repetições de pronomes, aparentemente desnecessárias, mas reproduzo exatamente da forma como foi escrito]

[14 de abril de 2005]


a vida de daniele nunca mais seria a mesma depois daquela noite. negou a carona que seu chefe lhe oferecera, por achar que ele estava querendo algo mais e foi de ônibus até a estação. durante o dia, algumas de suas falas dirigidas a ela pareciam sutis cantadas. com pressa, preferiu cortar caminho para sua casa. o dia foi tão estressante que ela só queria chegar em casa, tomar banho e dormir. já passava das onze horas e o movimento das ruas era mínimo. ao virar a esquina do beco que dava acesso a sua rua, deu de cara com emerson, seu ex-namorado. fazia três meses que não se viam e sempre que podia, daniele o evitava. não atendia suas ligações, nem retornava as dezenas de recados deixados em sua secretária eletrônica. depois de tantas traições, ela não queria mais saber de dar chances. ele parecia nervoso, porém não falava nada, apenas a acompanhava. ela começou a andar mais rápido, mas ele perseguia seus passos. ela parou e perguntou o que ele queria. sem dizer uma palavra, agarrou-a pelos cabelos e golpeou-a com um murro no rosto. ela caiu enquanto se debatia, mas emerson conseguiu dominá-la, e estuprou-a. aos gritos, ela tentava se livrar do corpo de emerson, mas parecia não adiantar nada. foi quando chegou o sr. álvaro, chefe de daniele, golpeando emerson com chutes e murros. apavorada, daniele começou a correr, enquanto álvaro sacou a arma e disparou mais de dez tiros contra o estuprador. depois desta noite trágica, o contato entre daniele e álvaro se tornou cada vez mais freqüente, sobretudo três meses depois, quando ela descobriu que estava grávida – de emerson. apesar dos traumas e tristezas, álvaro e daniele se casaram antes de vitor hugo nascer.
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terça-feira, 27 de novembro de 2007

cuidado com o que vocês publicam em seus blogues


essa parece apenas mais uma daquelas notícias de absurdos que só acontecem na europa, mas pode servir de aviso para aqueles que utilizam seus blogues de qualquer maneira, pensando que ninguém vai ler, e acabam fazendo bobagem.

locutora do metrô londrino faz piada e perde o emprego

[reuters]

uma locutora oficial do sistema de metrô de londres foi dispensada por ter usado a voz para dizer mensagens ridicularizando os passageiros. a locutora emma clarke, 36, gravou os anúncios no mesmo tom suave com que adverte milhões de passageiros com a mensagem "mind the gap" (cuidado com o vão) no sistema de metrô londrino e os publicou em sua página na internet. entre as mensagens estavam:


"gostaríamos de lembrar nossos amigos, os turistas norte-americanos, que vocês certamente estão falando alto demais."


"por favor, o passageiro de camiseta vermelha que está fingindo ler o jornal mas que na verdade está encarando os seios daquela mulher, por favor pare. você não está enganando ninguém, seu pervertido nojento."


"passageiros que estão fazendo sudoku por favor admitam que eles não passam de palavras cruzadas para gente sem imaginação, e que não impressionam mais só porque contêm números."

"aqui estamos novamente, apertados dentro de um vagão suado do 'tube'... se você for mulher, sorria para o cara perto de você para ele ganhar o dia. ele provavelmente não faz sexo há meses."

clarke disse que eram só umas piadas, mas a transport for london, que opera o metrô, não viu graça nenhuma e dispensou seus serviços, depois de oito anos.

eu, sinceramente, defendo a liberdade em todos os sentidos, sobretudo de expressão. mas pôxa, se você quiser usar um blogue pra fazer este tipo de gracinha - que no caso acima nem achei tão grave assim, mesmo porque a dita cuja já é famosinha em londres por narrar programas de rádio e comerciais e não tem bem um blogue, mas um site - tome mais cuidado, né?

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domingo, 25 de novembro de 2007

a casa de alice

a casa de alice, primeiro longa de chico teixeira, é um drama de época. da nossa época.

à primeira vista , as histórias que se entrelaçam na tal casa podem soar como polêmicas, escandalosas, mas não são. o que acontece lá pode acontecer com qualquer um de nós, queiramos admitir ou não.

incrível.

é a prova de que dá pra fazer cinema brasileiro 'porrada', sem desrespeitar o publico e sem abusar do poder de imagem, como em baixio das bestas, por exemplo.

a história é simples: uma casa, uma mãe, um pai, três filhos e uma avó. pronto. precisa de mais alguma coisa pra montar um enredo cheio de problemas?

ao longo do filme, cada personagem vai se revelando num jogo de verdades e mentiras, amor, hipocrisia, amor, falsidade, amor, paixão, amor, dinheiro, ganância, poder, sexo, segredos... e amor.

isso sem falar da fotografia, dos enquadramentos, das seqüências de câmera...

ok, algumas coisas parecem óbvias, mas nem tudo é perfeito e quase tudo é óbvio.

observações extras:

-as personagens são reais demais pra ser filme.
-elas não lavam as mãos antes das refeições.
-aliás, as mãos também são personagens da trama.
-o coração, também. [coadjuvante, claro]
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sessenta

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sessenta.

sessenta é o número de dias que separam o hoje daquele que tem tudo para ser o início da realização de uma grande conquista. será?


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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

comentários no blogue .condussão



pessoas, finalmente consegui reabilitar os comentários deste blogue. vocês não tem noção da minha alegria. não por poder receber comentários, mas isso prova que não sou tão asno assim, no que diz respeito a aspectos tecnológicos. eu sei até o que são tags, sei mesmo... juro.


agora ninguém mais reclama que não tem comentários... uhuuu....


bom, dado o recado, agora retomo a seriedade deste blogue.

e as milhares de pessoas que queriam comentar, por favor, sintam-se à vontade (mentira, foram umas 10 pessoas que pediram...)
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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

súplica, noémia de sousa



eu ia pedir pro marcelino, mas já que ele postou no blogue dele, aproveito pra copiar aqui também essa poesia da moçambicana noémia de sousa, lida pelo ator e escritor rogério manjate na balada literária.

súplica

Tirem-nos tudo, / mas deixem-nos a música! Tirem-nos a terra em que nascemos, / onde crescemos / e onde descobrimos pela primeira vez / que o mundo é assim: / um tabuleiro de xadrez...

Tirem-nos a luz do sol que nos aquece, / a lua lírica do xingombela / nas noites mulatas / da selva moçambicana / (essa lua que nos semeou no coração / a poesia que encontramos na vida) / tirem-nos a palhota - humilde cubata / onde vivemos e amamos, / tirem-nos a machamba que nos dá o pão, / tirem-nos o calor de lume / (que nos é quase tudo) / - mas não nos tirem a música!

Podem desterrar-nos, / levar-nos / para longas terras, / vender-nos como mercadoria / acorrentar-nos / à terra, do sol à lua e da lua ao sol, / mas seremos sempre livres / se nos deixarem a música!

Que onde estiver nossa canção / mesmo escravos, senhores seremos; / e mesmo mortos, viveremos. / E no nosso lamento escravo / estará a terra onde nascemos, / a luz do nosso sol, / a lua dos xingombelas, / o calor do lume, / a palhota onde vivemos, / a machamba que nos dá o pão! E tudo será novamente nosso, / ainda que cadeias nos pés / e azorrague no dorso... / E o nosso queixume / será uma libertação / derramada em nosso canto! / - Por isso pedimos, / de joelhos pedimos: / tirem-nos tudo... / mas não nos tirem a vida, / não nos levem a música!
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domingo, 18 de novembro de 2007

balada literária 2007

foram quatro dias de balada. balada literária.

resumindo estes dias:

.roberto piva doido na abertura.
.fui presenteado com dois livros do glauco mattoso, por ele mesmo.
.dois perdidos numa noite suja em montagem moçambicana, sensacional.
.lançamento de xico sá na mercearia (e acabei esquecendo de pedir o autógrafo, mas ok, não ligo pra isso).
.vi a tal clarah averbuck e não achei tão chata assim como me disseram. aliás, não acho o livro dela...
.marcelino e maria alzira ligados no 220.
.show inesquecível de fabiana cozza, aloísio menezes e marcelino na biblioteca alceu amoroso (preciso falar mais disso depois).
.fim de noite divertidíssimo no ó do borogodó com amigos (antes, uma paradinha no restaurante mexicano... ai ai ai...)
.e vários encontros e desencontros que valeram muito a pena.

que venha a próxima.


em breve, fotos e mais informações de como foi este evento.
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sexta-feira, 16 de novembro de 2007

eu, careca



não.


a febém não me pegou.


não virei budista.


não peguei piolho.


não fiz quimioterapia.


não fiz promessa.


não sou funcionário novo.


essa hora da manhã (sete e pouco) devo ter visto apenas umas quinze pessoas e todas falaram pelo menos uma das opções acima.


na verdade eu não ligo muito pra isso não. mas acho divertido esse negócio da reação das pessoas quando a gente muda algo na aparência.


foi assim com o piercing, com a tatuagem, com o cabelo azul, loiro... com essa roupa ou com aquela. e olha que já passei daquela fase de ser 'alternativo'.


aliás, a moda agora é ser hype. quer dizer, ser hype é estar na moda, entendeu?

eu gosto dos hypes. e tem hype pra tudo, de estilo de música até literatura.


bom, deixa pra lá.


vou quebrar um pouco o protocolo deste blogue tão sem critérios, que mistura causos pessoais, literatura, cinema, manifestos, dicas culturais, música, teatro, festas, poesia, etc, etc.... e posto algumas fotos com novo layout.





começou a balada




começou a balada literária.

ontem, em pleno feriado, chuva, frio....

e um público interessado em literatura lotava o auditório da livraria da vila em são paulo.

roberto piva, doido como ele só, é o homenageado do ano.

glauco mattoso, o homenageado do ano passado, também estava lá e 'passou a faixa' para piva com um soneto.

ganhei dois livros do glauco.

revi amigos.


e o marcelino todo feliz na organização do evento.

conheci uma dona, amiga do piva, que não saía do meu lado e ainda dividimos meu único pedaço de chocolate (apesar dela ter derramado água na minha blusa e, sem pedir desculpa, disse: "ah, já está derramada, não temos nada a fazer..." e eu ter concordado com ela)

e hoje tem mais. amanhã tem mais. domingo tem mais.

e eu vou.
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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

mutum, de sandra kogut


bonito este filme, mutum (assistido em 13.11.07) o primeiro longa de ficção de sandra kogut (documentários: um passageiro húngaro e passagers d´orsay; curta: lá e cá; tv: brasil legal e parabólic people).

o filme é uma 'adaptação' de campo geral, de guimarães rosa que está no livro 'manuelzão e miguilim'.

bacana também foi o bate-papo com a diretora no final na exibição, que contou detalhes das gravações, da escolha dos meninos (foram mais de mil na seleção), as locações (sertão de minas gerais), o processo de adaptação e tal.

vale a pena.

estréia amanhã, dia 15.11.

para ver fotos da sessão, vá lá no blogue do eduardo









eu, euzinho, quando tinha uns 7 anos...

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terça-feira, 13 de novembro de 2007

os dias e as baratas


risco os dias do calendário como se fossem baratas sendo pisoteadas até o esmagamento total. eu poderia apenas fazer um xis discreto para mostrar que tal dia, o anterior, já passou. mas não. eu risco, risco, risco até fazer furo na folha, que é para ter certeza que nunca mais ele, o dia, volta. assim como a barata. eu poderia apenas pisar naquele inseto e simplesmente ouvir o crack de seu pseudoesqueleto se quebrar. mas não. a estraçalho sem dar tempo para que cheguem as formigas e aproveitem sua asa, sua casca, seu líquido branco-esverdeado e suas antenas.

as formigas e as lagartixas são os únicos seres vivos que tiram proveito das baratas.

algum ser vivo tira proveito dos dias?

.lucas guedes, outubro de dois mil e sete
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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

jogo de cena, de eduardo coutinho



jogo de cena, novo filme documentário do eduardo coutinho, assistido em 11.11.07.


demais, demais, demais...


muita coisa pra falar, mas, sem tempo, só digo que:

.é um filme pelo qual eu não dava nada (ainda bem que não me guio por sinopses).
.este eduardo é mesmo um louco, uma mente brilhante, um sedutor.
.a prova de que uma boa idéia vale mais que qualquer técnica ou estética cinematográfica (agora, junte isso tudo.... jogo de cena.....)
.atores são mais que prostitutos (no bom sentido, se houver)
.há várias formas de contar histórias, sejam elas verdadeiras ou não.
.há várias formas de mentir, sendo verdadeiro ou não.

[vou escrever um texto decente sobre o filme, assim que conseguir]






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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

fotos da ocupação da reitoria na puc-sp [8.11.07]

abaixo, algumas fotos que tirei ontem na puc-sp durante manifestação. a reitoria está ocupada desde terça-feira, dia 5 de novembro.









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mais sobre a ocupação da reitoria da puc-sp


participei ontem, com pelo menos 600 alunos, da assembléia geral na puc, para discutir as mudanças que o redesenho institucional propõe. não estou muito por dentro do assunto, pois tenho ido pouco à universidade, mas sei que este tal redesenho vem sendo formulado há mais de um ano.

também foi discutida a falta de diálogo entre a comunidade puquiana e a reitoria e a falta de transparência nos processos de mudança.

antes, teve uma pequena manifestação pelos corredores da universidade. tudo muito calmo. nada de polícia, como alguns do grupo temiam - e talvez desejassem.

o pessoal da puc está bem light ultimamente. a reunião estava marcada em frente ao tuca, o teatro da puc, mas "para não atrapalhar o espetáculo" que estava acontecendo, os alunos preferiram transferir a assembléia para o pátio da cruz.


para saber mais, acesse o blogue da ocupação.
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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

meu nome não é johnny, de mauro lima





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meu nome não é johnny

quem quiser ver o filme antes da estréia (4.jan.8), pode participar das sessões especiais que estão acontecendo em algumas universidades e escolas de cinema. hoje, por exemplo, tem na anhembi morumbi, às 19h30. amanhã tem na academia internacional de cinema, às 16h30 e na usp, às 19h. na faap é dia 9/11 às 10h. estes encontros são legais porque, após as exibições, tem bate-papo com o diretor e atores.

vi o filme em 27/10 e gostei muito.

é a história do traficante joão estrella (selton mello), um boyzinho do rio de janeiro que teve seu auge no fim dos anos 80 e começo dos 90. apesar de parecer um ´filme de personagem´, vai um pouco mais além, pois mostra como era o tráfico de cocaína naquela época e também da cultura e da sociedade de classe alta do período.

nada daquele sensacionalismo dos filmes nacionais novos. nada de favela, morro, metralhadoras. um filme simples, bem roteirizado, com ótimos cenários, inclusive no exterior.

há algumas cenas emocionantes, mas o que mais me chamou atenção foi a ironia - característica do selton, nos diálogos. e não sei se isso é bom. não conheço o estrella, mas a atuação do protagonista lembra em alguns momentos seu mais recente filme, o cheiro do ralo e até mesmo filmes cômicos como o auto da compadecida e o coronel e o lobisomem.

mas isso não chega a ser um defeito. talvez seja até um ponto positivo do filme, pois há uma linearidade na atuação dos personagens, mesmo nos momentos de mais aventura. assim como a participação da cléo pires. ela não exagera em nada e faz com primor o papel de mulher do traficante.

além disso, para aqueles que acham que cinema tem que gerar alguma discussão que não seja apenas estética, de linguagem ou de técnica, há momentos de reflexão tanto sobre a dependência de drogas [porque o tal estrella não traficava por dinheiro e sim por prazer] quanto do sistema carcerário brasileiro [como nas cenas em que a juíza (cássia kiss) fica em dúvida sobre qual sentença aplicar].

vale lembrar que esta história é verídica. antes foi escrito um livro com o mesmo nome, por guilherme fiúza.

joão estrela foi preso [as cenas da prisão e do julgamento também são ótimas] e hoje é compositor e produtor musical. já tem participado de alguns encontros e programas de tv e tem tudo pra retomar sua notoriedade nos próximos dias... mas desta vez por causa do filme...
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terça-feira, 6 de novembro de 2007

puc-sp ocupada

foi nessa madrugada...

de novo...

veja o
blogue da ocupação.
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amy winehouse







sim, a moça aí em cima é encrenqueira. mas e daí?


eu só torço pra ela se tocar que drogas e álcool em excesso só vão destruir a vida dela...


não tem nada demais em amy winehouse.


e talvez por isso seja tão bacana.


e ela tem a voz estranha e canta mexendo o pescoço.


bom, por hora, só posso dizer que ouço amy winehouse direto...

[juro que quando eu aprender colocar vídeo neste blogue eu coloco um dela]
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este blogue, o fim do ano, confissões e outros porquês


fim de ano chegando.

não gosto desta época, mas isso não importa. não vou ficar aqui me remoendo, nem reclamando porque ninguém vai dar bola e nada vai mudar.

mas é inevitável a reflexão de tudo aquilo que fizemos no decorrer do ano que acaba, das vitórias, derrotas, tristezas, lições aprendidas, pessoas bacanas que conhecemos e outras que seria melhor nem ter conhecido e tal.

e é a época que também fazemos planos. mesmo os mais desencanados fazem planos, querem mudanças, coisas melhores.

eu fiz o balanço do ano agora, em 10 minutos. foi rápido porque o ano passou muito rápido. qualquer dia desses tento publicar aqui ou não, sei lá, mas tem umas coisas que aprendo todo ano porque erro, mas continuo errando sempre.

por exemplo, a oportunidade de ficar quieto.

e também fiquei pensando: por que este blogue existe? por que o que escrevo pode ser importante para alguém? por que precisa ser importante para alguém? por que preciso me preocupar com o que escrevo? por que preciso escrever?

e percebi que preciso escrever por que sim. e por que sim é resposta SIM.

e vou continuar escrevendo mesmo que ninguém leia ou mesmo que reclamem ou mesmo que me peçam só pra escrever coisas pessoais ou, ao contrário, só coisas que não traduzem o que sinto, apenas dicas de filmes e dicas de livros ou de teatro.

na verdade nem sei porque digo isso, talvez por ter vindo de um fim de semana maravilhoso em que pude me ouvir.

ou talvez por voltar de lá e perceber que nessa vida louca que vivemos, o que queremos mesmo é nos promover e que os outros nos elogiem e que gostem do que a gente faça e que falem bem da gente.

é o tal do vício de nós mesmos.

eu não gosto de escrever posts longos, mas se ainda tem alguém aí, desconsidere tudo que eu disse. ou não. considere e repense o motivo que faz você viver.

porque o mundo é muito maior que seu quarto.

e porque você precisa das outras pessoas.

até de mim, você pode precisar um dia.

e eu preciso de você. (de alguns mais, de outros menos...)

e algumas pessoas, simplesmente não podem desaparecer da minha vida. nunca.

porque por mais que eu tente eu não vou conseguir sozinho.
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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

antony and the johnsons



e então houve o show do antony hegarty em são paulo, que não fui. o antony, conheci em 2006, por causa de um amigo que gostava de vozes tristes. foi ele também quem me apresentou o tom waits, nunca esqueço. o antony tem essa aparência meio assim, estranha. mas não é. suas letras são tão lindas e poéticas e talvez por isso pareçam tristes, também pelos arranjos, quase todos no piano. mas basta prestar atenção em algumas letras pra ver que o antony canta a alegria, a vida, que merece ser comemorada sempre, nem que seja com uma dose de melancolia. é por isso que amo o antony.