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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

meu nome não é johnny

quem quiser ver o filme antes da estréia (4.jan.8), pode participar das sessões especiais que estão acontecendo em algumas universidades e escolas de cinema. hoje, por exemplo, tem na anhembi morumbi, às 19h30. amanhã tem na academia internacional de cinema, às 16h30 e na usp, às 19h. na faap é dia 9/11 às 10h. estes encontros são legais porque, após as exibições, tem bate-papo com o diretor e atores.

vi o filme em 27/10 e gostei muito.

é a história do traficante joão estrella (selton mello), um boyzinho do rio de janeiro que teve seu auge no fim dos anos 80 e começo dos 90. apesar de parecer um ´filme de personagem´, vai um pouco mais além, pois mostra como era o tráfico de cocaína naquela época e também da cultura e da sociedade de classe alta do período.

nada daquele sensacionalismo dos filmes nacionais novos. nada de favela, morro, metralhadoras. um filme simples, bem roteirizado, com ótimos cenários, inclusive no exterior.

há algumas cenas emocionantes, mas o que mais me chamou atenção foi a ironia - característica do selton, nos diálogos. e não sei se isso é bom. não conheço o estrella, mas a atuação do protagonista lembra em alguns momentos seu mais recente filme, o cheiro do ralo e até mesmo filmes cômicos como o auto da compadecida e o coronel e o lobisomem.

mas isso não chega a ser um defeito. talvez seja até um ponto positivo do filme, pois há uma linearidade na atuação dos personagens, mesmo nos momentos de mais aventura. assim como a participação da cléo pires. ela não exagera em nada e faz com primor o papel de mulher do traficante.

além disso, para aqueles que acham que cinema tem que gerar alguma discussão que não seja apenas estética, de linguagem ou de técnica, há momentos de reflexão tanto sobre a dependência de drogas [porque o tal estrella não traficava por dinheiro e sim por prazer] quanto do sistema carcerário brasileiro [como nas cenas em que a juíza (cássia kiss) fica em dúvida sobre qual sentença aplicar].

vale lembrar que esta história é verídica. antes foi escrito um livro com o mesmo nome, por guilherme fiúza.

joão estrela foi preso [as cenas da prisão e do julgamento também são ótimas] e hoje é compositor e produtor musical. já tem participado de alguns encontros e programas de tv e tem tudo pra retomar sua notoriedade nos próximos dias... mas desta vez por causa do filme...
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