Corações partidos,
sigam-me.
Corações partidos,
sigam-me.
Não vamos chorar,
não vamos olhar pra trás
e nem vamos fugir.
Corações partidos,
sigam-me.
(Bruno Morais/Tomás Falqueiro)
E no último domingo, 28 de março, foi dia de espantar o "dragão da preguiça dominical" e ver o show do paranaense Bruno Morais com a recifense Lulina no Auditório Ibirapuera. A citação que remete ao dragão da preguiça não é minha, mas foi uma ótima sacada músicos e dos realizadores (Merde! Produções Artísticas/YB Music) em parceria com o Auditório, atualmente (ao lado do Teatro Fecap) um dos melhores lugares pra ver apresentações musicais de qualidade em São Paulo. Marcado para às 19h, o nome do show não poderia ser melhor, mas apesar da chuva e do pouco público, foi bem agitado e tecnicamente bom.
Lulina tem um disco bacana, Cristalina, lançado ano passado, assim como Bruno que gravou "A vontade Superstar". Ambos são jovens e fazem parte dessa leva de músicos contemporâneos que aposta na criação de projetos e coletivos. Tanto que neste show, além dos dois, havia mais 18 músicos no palco, entre eles Karina Buhr, Guizado, Romulo Fróes, Maurício Pereira, Mauricio Tagliari e Luiz Chagas.
O que definiu o ritmo das apresentações foi a direção musical, que acertou ao intercalar repertórios e participações especiais. Quem abriu foi Bruno, com "Hino dos Corações Partidos F.C.". A primeira vez que ouvi o disco (baixado da internet) achei um pouco estranho. Apesar de sua voz doce e masculina, alguma coisa me incomodava ali. Incômodo este que foi minado no show. Bruno é simpático, tem gingado e conquista o público já nos primeiros minutos da apresentação. Não resisti e comprei o disco ao fim do show...
Já Lulina é mais tímida e retraída no palco, diferente do disco com suas letras lúdicas que mesclam poesia e ironia. Quase não se movimenta (aliás, achei ótimo o Maurício Pereira a tirando pra dançar), mas a falta de presença no palco não diminui a força de suas canções, pelo contrário, só condiz com a voz suave e letras instrospectivas, que parecem terem sido escritas antes num diário ou coisa assim.
Sobre as participações especiais, destaco o cara da vez, Romulo Fróes que dividiu música com ambos e Karina Buhr, que interpretou com Bruno sua música "O pé" (quase que num transe emocional, olhando sempre pra baixo e mesmo assim, digna de palmas e gritos no final da música) e com Lulina cantou "Meu príncipe" que segue aquele estilo venenoso da cantora de inserir um arranjo "romântico" numa composição cheia de ironia. Já entre as músicas que Bruno e Lulina interpretaram juntos, gostei muito de "Mi gostar musga" e da inédita "Cores num guardanapo", escrita pelos dois.
Sem perder tempo (desnecessário) entre o fim do show e o bis, a dupla fez uma grande festa chamando todos os músicos e mandou muito bem cantando e tocando o hit de Lulina "Balada de Paulista", música que a tornou mais conhecida. E eu saí com mais um setlist de show pra minha coleção e quatro carimbos no meu passaporte para Lulilândia!
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