copacabana
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pra não dizer que não falei do rio, aproveito que recebi as fotos e escrevo algumas linhas sobre esta cidade que visitei mês passado. diferentemente das outras oportunidades em que estive lá, esta foi uma não-viagem, um ode ao rio do morro, sem leblon, sem barra, sem rocinha, sem cristo, mas rio. rio de comida boa, barata e bem servida nos botecos em que funcionários públicos reuniam-se para falar mal do sistema. rio de balada funk a R$2 e monobloco a R$60 no circo voador. rio de lapa, de beco do rato com pessoas queridas e aquele samba no pé, aquele que eu sei e gosto, dos bambas em volta da mesa de plástico.
rio de crenças, velas e prazer. rio de verão em pleno mês de julho, como uma concessão especial a uns paulistas branquelos na praia de copacabana. rio de cinema cult, sebo, garoa e pizza. rio-são-paulo num quarto de hotel com vista para prédios, não praias. rio do hotel com café da manhã tímido cujas frutas não iam para a mesa, mas para os bolsos prevendo matar aquela fome da tarde sem gastar nem mais um tostão. "paulistas pão-duro-trombadinhas-ladrões de geleia e maçã".
rio de livros na casa onde morou machado de assis e anchovas no bairro das laranjeiras que valeram a não-visita ao corcovado. rio de avião, táxi, ônibus e metrô. rio da música de caetano e michael jackson. e pra não alongar mais este post, só digo que foi uma viagem perfeita, que de tão perfeita teve até briga, xingamento no meio da rua e alguma lágrima. mas não tem nada não porque isso é o que acontece àqueles que se entregam demais.
e se às vezes eu choro, eu (também) rio.
e o rio ri pra mim.
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5 comentários:
nunca sei direito quando é a praia ou a praia do leme. a vista é a quase a mesma.
sao paulo tambem 'rio'
sem comentários
Rio pra não chorar, né?
muito bom, tudo.
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