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segunda-feira, 6 de julho de 2009

então houve paraty



paraty, julho de 2009

e em paraty houve canto sertanejo às 4h20 da madrugada, parada para banheiro no hospital da cidade, um nascer de sol que foi a coisa mais bonita, descanso de uma hora fora da lei num cinema e logo depois uma gentil expulsão, casas brancas com umbrais e portas coloridas que tanto almejei, esbarrões em escritores famosos, papo bom com escritores marginais e feijoada sem feijão e sem porco com escritores contemporâneos. houve ainda a descoberta de pessoas 'que não existem' e a constatação de que ainda há gente boa neste mundo. houve um cão branco que apelidamos de 'stroke', que mais tarde seria rebatizado para 'hermeto', dado a sua cor albina.

houve leticia e marcelino, companheiros de confissões, segredos e cama. houve suruba, uma bebida branca e ruim, cujo gosto amargo na boca precisei extinguir com brigadeirões vendidos por simpáticos camelôs. houve garotos e garotas ingênuos e lindos, que se exibiam na festa querendo o que eu não sei. houve velhos e velhas contando piadas que, de tão sem graça, eram mais engraçadas que qualquer stand-up comedy. houve papos desconexos às 5h e quebras de regras que nos causaram risos e uma alegria que precisava ser contida em alguns momentos, como se precisássemos nos desculpar pela felicidade por nós esbanjada.

houve menção inesperada ao [meu] sorriso característico, passos trôpegos nas ruas de pedra, muitas e muitas mensagens no celular. houve pastel de 30 centímetros, risoto de camarão e muitos reais gastos em livros divididos em 3 vezes no cartão. houve tudo, mas nenhuma preocupação com o frio, com a garoa que insistia em cair de vez em quando, nem com um lugar seguro para deixar nossas nada valiosas posses. não houve preocupação com avisos, datas, horas, mesas de debate, autores badalados, nem com meus colírios. o que houve, na verdade, foi só um fim de semana fora, uma fuga da qual precisava e a sensação de que as coisas ficam bem mais simples quando a gente diz sim.

e houve a flip 2009.
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9 comentários:

Lubi disse...

;)

:*

.leticia santinon disse...

Que fofo esse post!

Fotos, quero fotos!

Ana disse...

Ah, Paraty!
Adoro finais de semana!
Adoro viagens de finais de semana!
Adoro sim!

Eduardo Araújo disse...

uau, quando você escreve assim, você merece um prêmio. eu quase sinto inveja de estar lá, embora, como dissera, me cansam as badalações literárias. não tinha levado em consideração os encontros e as boas companhias.

essas malícias e duplos sentidos no seu texto você aprendeu com quem?

Cleyton Cabral disse...

Paraty, para mym.

Lubi disse...

agora, outra coisa: gostei da sua nova foto do perfil.

Rodrigo Artur Nascimento disse...

Ir à Flip no quase esquema On The Road é hype.

Ana disse...

Ahhhhhhh Lucas juro sinto "raiva" neste exato momento....e uma puta de uma "inveja"....ahhh como eu queria ter ido...ai que triste...triste...triste...e que saudades eu sinto dos meus amigos "porra loca" que topava qualquer lugar, a qualquer hora, a qualquer mês, ano, sem tempo ruim....

Não existe combinação melhor, praia...livros...amigos bacanas...pastel...tudo acertado no dia, na hora...sem previsão...sem nada...é tudo de bom!

Ohhh e esse ano tinha Chico...(o homem + charmoso do mundo!)
Fico maior/grande/muito feliz por ti, por ter falado SIM pra felicidade...pra vida.

e eitaaaa trem bom é viver tudo isso!!!!

tu mereci.

Camilla Dias Domingues disse...

que gostoso adorei a parte com os escritores marginais "seja marginal seja herói", os passos trôpegos eu também os tenho vez sim e vez sim também, as quebras de regras também adoro, todas as quebras, sou basicamente amoral! rs! que boa fuga vcs tiveram no fim de semana!