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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

i would take the pain away

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que vou dizer sobre gaza? que sinto muito pelas mortes? que os jornalistas estão cobrindo as ofensivas israelenses como se fosse um filme? que é uma guerra em nome de deus e, por isso, devo criticar a religião e questionar a existência d´Ele ou então exaltar os missionários que estão lá pregando a palavra de deus e morrendo em seu nome? que é preciso uma revolução, uma passeata? não. não posso dizer nada, nem fazer nada.
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acordei e está tudo bem comigo. apesar do ônibus cheio no caminho pro trabalho, vi pela janela uma revoada de pombas que bebem mijo de cachorro na valeta e fiquei feliz. acessei pela internet meu home banking e vi que o dinheiro pago pelo meu job caiu na minha conta e fiquei feliz, mesmo sabendo que hoje mesmo estarei no vermelho. passei esta noite na casa da minha avó de 91 anos que está doente e me senti bem por isso e porque ela me chamou de querido.
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tá tudo errado né, mas santa catarina gastou milhões de reais pra estourar fogos de artifício no reveillon. vamos reconstruir santa catarina, gente! vamos doar mais dinheiro e participar de show em prol das vítimas das enchentes, como eu fiz. vamos viajar 36 horas de ônibus, ir para um país estrangeiro e doar nossa força física e nossa lábia - como eu vou fazer, sendo que nem o nome do meu vizinho eu sei.
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agora tchau, sigo trabalhando contente, confuso e feliz, escrevendo a pauta do próximo jornal interno, blogando, ouvindo little joy, pensando em mil projetos pra esse ano, pensando na proposta de emprego que recebi ontem, pensando em você e na música que a Bakthawar Bhutto fez pra mãe dela, assassinada há um ano.
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6 comentários:

Claris disse...

Ah.. querido. Pessoas são estranhas e complicadas. Por mais que eu deteste admitir, o gosto pelo maior e mais nobre (dependendo do pto de vista) acaba sendo mais realizador pro ego do que atitudes mais simples e verdadeiras, como saber o nome do vizinho e procurar valor nas coisas que alcançamos.

Bom, eu sou estudante de relações internacionais... mas como não sou do conselho de segurança da onu, nem da cruz vermelha, nem ministra na UE, nem nada... Nem ao menos trabalho em uma ONG internacional de alcance suficiente ou faço parte de algum grupo de representação forte. Enfim...

Cada um no fim das contas sempre acaba tentando fazer a sua parte dentro do que lhe convém. Pro bem ou para o mal! =P

Um beijo!

Lubi disse...

(olha, a Claris/Sagá! hahaha!)

Tive uma aula na Usp em dezembro sobre o conflito Israel-Palestina. Parecia uma coisa tão distante para mim, mesmo nós vivendo no limite da intolerância atualmente e em todos os sentidos, esses conflitos. Porque é tão claro para mim aceitar o que é diferente de mim. Enfim. Continua um pouco distante ainda porque, como você disse, 'os jornalistas estão cobrindo as ofensivas israelenses como se fosse um filme.'
As mudanças são pequenas mesmo e estão ao alcance de todos. Basta ter um pouco de boa vontade.

Sua vó tá certa. Você é um querido.

Beijo.

Marcela Prado disse...

não quero comentar sobre o mundo e as pessoas.
quero só dizer que gostei do novo visual do blog.

Camila disse...

Cada um no seu quadrado... e toca o barco...

Sua avó e a Lubi estão certas... você é um querido MESMO.

Priscila G. Raunaimer disse...

Pois é vc tem razão!!!!!

até mais............ nem te vi esse ano ainda!

Priscila G. Raunaimer disse...

Seu blog tá diferente!ou gostei da nova foto, bem melhor......... falando nisso as reveladas já ficaram prontas? gostaria de ver!