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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

mudanças na língua portuguesa


esta semana rolou um evento para discutir o acordo de mudanças na nossa língua. na real este acordo começou lá atrás, em 1945. mudaram algumas coisas, outras ficaram para os anos 1970 e, desde 2004 está um tremenda enrolação. tudo porque para que ocorram as mudanças é necessário que os países lusófonos concordem.

eis que nosso querido país explorador, quer dizer, descobridor, não concorda. eles não querem deixar de escrever facto, por exemplo, em vez de fato....

maaaas os outros concordaram e realmente as mudanças virão. isso em 2008, com dois anos de adaptação.

este evento, que reuniu mais de 500 pessoas em plena segunda-feira de manhã, foi engraçada. tinha um monte de gente interessada em saber das conseqüências (a partir de 2008 escreverei 'consequências' sem o trema...) de tal mudança. alguns acadêmicos metendo o pau na linguagem da internet, nos blogues, no orkut. outros dizendo que será um enorme prejuízo porque será necessária a reedição de livros didáticos e dicionários, etc, etc...

eu acho o seguinte. se o cara vai fazer uma cirurgia e tem que abrir a barriga, por exemplo, por que não aproveita para mexer em tudo que está podre, para aproveitar o corte e a anestesia?

por exemplo: já que vai mudar mesmo, por que não se unificam os porquês? podia ser tudo porque ou por que. e não porquê, por que, porque e por quê...... que saco!

veja as principais mudanças...


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hífen


não se usará mais:

1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom". exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e "super-revista"

2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada"

trema

deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados

acento diferencial

não se usará mais para diferenciar:

1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição)

2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo)

3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")

4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo)

5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica)

alfabeto

Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y"

acento circunflexo


não se usará mais:

1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. a grafia correta será "creem", "deem", "leem" e "veem"

2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" -que se tornam "enjoo" e "voo"

acento agudo

não se usará mais:

1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia"

2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca"

3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem

grafia

no português lusitano:

1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam "ação", "ato", "adoção" e "ótimo"

2. será eliminado o "h" de palavras como "herva" e "húmido", que serão grafadas como no Brasil -"erva" e "úmido"
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[ ah, podiam tirar também AS LETRAS MAIÚSCULAS......]
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