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quinta-feira, 12 de julho de 2007

arte alternativa?



bem interessante a programação de eventos da academia brasileira de letras para o segundo semestre deste ano. estamos tão acostumados a criticar o tradicional que, às vezes, esquecemos de valorizar os clássicões da literatura, aqueles que são considerados cânones e aqueles que são fenômenos de vendas. na flap, por exemplo, o nome de paulo coelho só não foi mais pronunciado que o de marcelino freire e sempre com conotação negativa, como se sua literatura fosse ‘menor’. o mesmo acontece no cinema, no teatro e em todas as artes. costumamos reverenciar, por exemplo, qualquer filme francês que estréia em nossas salas. é cult. acreditamos serem superiores ou então alternativos. ok, estes filmes são alternativos aos holliwoodianos, dominadores do mercado cinematográfico. mas é isso. um mercado. amelie poulain é um ótimo filme, mas é comercial, oras. no teatro adoramos meter o pau nas super-produções. mas será que aquilo não é arte também? só porque tem artistas da globo, não é teatro? como um amigo do meio disse uma vez:

‘todo artista é alternativo até receber um convite’

será que escritores alternativos assim se consideram por não terem sido aceitos em grandes editoras, porque não venderam tanto quanto paulo coelho, porque não foram convidados a participar da flip? é escolha ou circunstância? alternativa é a forma, o conteúdo, o princípio, o valor, o resultado? é possível um filme alternativo com patrocínio de empresas privadas ou do governo? por que ‘cão sem dono’ do beto brant está em apenas uma sala no mundo todo, enquanto harry potter estréia em 750 só no brasil? bom, o tema é amplo demais e merece mais cuidado. eu só queria dizer que achei bacana a programação da abl.
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